CAMPUS CAMBUCI

O PORTUGUÊS RURAL FLUMINENSE: análise piloto sobre a variação linguística na concordância nominal e verbal

PIBIC CNPq e ICJ CNPq (2019-2020)

Coordenador: Jaqueline de Moraes Thurler Dália.

RESUMO: A proposta apresentada aqui surge da necessidade de se preencher algumas lacunas, revisar e aprimorar questões que não puderam ser solucionadas no processo de doutoramento da autora e de outros pontos de interesse suscitados em seu estágio de Pós-Doutorado. Pretende-se analisar a variação na concordância verbal e nominal das comunidades rurais do 3º Distrito de Nova Friburgo, com base em um banco de dados já formado pela autora do projeto. Para tanto, voltar-se-á às transcrições das entrevistas já realizadas para adequação a um novo modelo de transcrição (LUCCHESI, 2010); isolar-se-ão os fenômenos encontrados em comunidades friburguenses; e, à luz da Linguística Histórica (FARACO, 2016; SILVA, 2004 e 2008) e da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008), procurar-se-á compreender se tais casos, que caracterizam parte do português popular rural brasileiro, são hipoteticamente: (i) resultado de contatos linguísticos com outras línguas; (ii) variações naturais do vernáculo impulsionadas e apressadas por tal contato; (iii) uma deriva do português arcaico, compreendida como explicação para alguns fenômenos e não como compreensão de toda estrutura linguística (LUCCHESI, BAXTER e RIBEIRO, 2009; CASTILHO, 2012 e 2016). Espera-se que o trabalho contribua para: o desenvolvimento do quadro sociolinguístico do Brasil; o desvelamento de um rural fluminense; e para a elucidação da diversidade linguística do país. Esta por sua vez, como salienta Lucchesi (2015), vem sofrendo a tensão entre dois grandes polos: a variação popular, que vai do interior até as periferias urbanas, e o processo de unificação linguística imposta pelas metrópoles, em especial o Rio de Janeiro, e impulsionada pela mídia. Acredita-se que a divulgação do continuum do português brasileiro, principalmente evidenciando que há um rural fluminense, poderia contribuir com a desconstrução do preconceito linguístico e da estigmatização sofrida pelos moradores do campo, minimizando a polarização linguística existente hoje no Brasil.

 

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