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Estudante expõe trabalhos e é destaque de capa do caderno cultural do jornal O Diário

por Comunicação Social publicado 11/04/2016 16h02, última modificação 11/04/2016 16h02
Bolsista e um dos talentos revelados pela Oficina de Pintura ministrada pela artista plástica Mara Amaral no campus, Thiago Mello expões seus trabalhos no Espaço Raul Linhares.

Thiago ao lado dos trabalhos expostos no Shopping Boulevard, em Campos dos Goytacazes (01 e 02 de abril de 2016)

* Thiago Mello é um jovem talento das artes plásticas. Quando se enveredou pelo mundo das tintas e pincéis, o estudante de Sistemas de Informação do Instituto Federal Fluminense - IF Fluminense (Campos) sabia que seria um caminho sem volta. Thiago ainda estava no Ensino Médio quando começou a flertar com a pintura, cumprindo uma das disciplinas do curso, que envolvia oficinas de várias modalidades.

Thiago e um dos trabalhos que podem ser vistos na Raul Linhares ( Foto: Patrícia Bueno/O Diário)

No atelier onde atua como bolsista e onde hoje orienta alunos como auxiliar da professora Mara Amaral, o rapaz de 20 anos parece mesmo em casa, entre inúmeros tubos de tinta e pincéis de formatos variados. Ele lembra de seus primeiros esboços. "Até me interessar pela pintura em tela, fazia grafite em MDF. Uma vez, pintei o muro de uma escola, num projeto envolvendo vários grafiteiros da cidade", diz.

Thiago escolheu mesmo foi o óleo sobre tela para dar vazão à sua inspiração. Apaixonado por paisagens (sobretudo por cerejeiras), reproduziu várias delas, algumas retratando natureza, outras o cenário urbano. Seis de seus trabalhos mais expressivos estarão expostos a partir desta segunda-feira no espaço de exposições do IFF Campus Centro. A mesma exposição esteve em cartaz no Shopping Boulevard, na última semana. Foi sua primeira exposição individual, com telas a óleo medindo 1X70m, 50X60cm e 60X60cm.

EVOLUÇÃO - Thiago começou com reproduções, mas vem aperfeiçoando o traço e a capacidade criativa.  "Do início do ano passado para cá, comecei a criar meus próprios quadros. Um deles foi o que chamei de 'metáfora de um autorretrato', que ficou exposto junto com outros quadros no Fórum Mundial de Educação Profissional, em Recife", conta.

O quadro combina elementos que lembram o surrealismo de Dali, aliás, um dos artistas preferidos de Thiago. Traz uma sala repleta de objetos distorcidos, em movimento, tendo uma maçã como único elemento estático. O artista batizou a obra inspirado nas palavras de uma amiga, psicóloga. "Ela disse que o quadro parecia muito comigo (risos): uma desordem interior, mas com um ponto de equilíbrio", comenta o pintor, que diz não se encaixar em nenhum movimento de pintura. "Ainda estou experimentando, buscando uma identidade", argumenta. 

Uma das poucas telas em que retrata uma figura humana esteve exposta recentemente no IIF, numa mostra homenageando as mulheres. Sua fixação em pintar paisagens costuma lançá-lo para bem longe. Inclusive, é um desejo seu fazer uma mostra com telas mostrando pontos turísticos do mundo inteiro. E ele já começou o trabalho de pesquisas. 

O quadro "Tarde em Veneza", que também estará na mostra que será aberta hoje, foi a primeira em dimensão maior. "Antes eu pintava somente em telas pequenas, por insegurança, medo de arriscar mesmo. Mas, criei coragem (risos). Dei esse quadro para minha mãe, no Natal. Ela nem acreditou quando viu", relembra.

É no atelier do IFF que o campista com jeito de menino (que tinha dificuldade de pintar árvores e que pinta ouvindo rock) se realiza. Mais do que um simples local onde as pessoas podem entrar em contato com a arte, a oficina é um oásis principalmente para quem enfrenta duras batalhas na vida. "É muito bom você atuar em uma coisa que está fazendo a diferença na vida das pessoas", diz.
E ele fala na qualidade de quem abriu seus horizontes. Alguém que começou sem muitas pretensões, mas seguiu o irresistível chamado da arte. Hoje é difícil separar Thiago Mello das tintas e pincéis. "Quando estou pintando é como se eu entrasse na tela e, por um instante, esquecesse de tudo à minha volta", comenta.

O resultado é uma explosão de cores vivas e harmoniosas. Um misto de técnica e sensibilidade.

Fonte: Caderno DMais do Jornal O Diário, texto da jornalista Patricia Bueno)