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Mesa-redonda discute PEC 241 e a reforma do Ensino Médio geranda grande interesse

por Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 04/11/2016 16h09, última modificação 04/11/2016 16h09
Estudiosos dos temas apresentam argumentos contrários aos que embasam medidas propostas para o país
Professores do IFF e da UFF participaram do evento.

Para o professor Marcos Abraão Ribeiro, cientista social e mestre e doutor em Política Social pela UENF, a PEC 241 não resolve os problemas orçamentários do Brasil, mas apenas aprofunda a desigualdade socioeconômica, já que os gastos que a proposta pretende enxugar representam uma parte ínfima do PIB. De acordo com sua análise, a raiz do problema está na tributação desigual existente no país e no endividamento público, cujo intuito é atender apenas aos interesses do capital financeiro, consumindo quase metade dos recursos da União.

O ponto de vista do pesquisador foi apresentado na mesa-redonda "PEC 241 e Reforma do Ensino Médio: para onde vai a educação pública brasileira?", realizada pelo Núcleo de Docentes da Área Pedagógica do campus Campos-Centro na última segunda-feira (31). O objetivo foi debater a Proposta de Emenda Constitucional nº 241/2016, que visa congelar os investimentos primários da União pelos próximos 20 anos, incluindo a educação pública, e a reformulação do Ensino Médio, já instaurada por meio da Medida Provisória nº 746/2016.  A discussão foi mediada pelo professor Otávio Cordeiro Pierotte, que apresentou alguns dados contundentes sobre a atual situação da educação pública no país e a necessidade de ampliação de investimentos, e não de cortes. 

Para discutir a reforma do Ensino Médio e as implicações da PEC 241 para a educação pública brasileira, o convidado foi o professor Jonas Magalhães, pedagogo da UFF, professor da SEEDUC- RJ e mestre em Políticas Públicas e Formação Humana pela UERJ. O professor destacou o caráter antidemocrático da Medida Provisória nº 746, registrada sem ampla e profunda discussão com a sociedade e com os especialistas em educação. Segundo ele, o intuito da reforma é reduzir drasticamente os investimentos nessa etapa da Educação Básica.

- As consequências serão nefastas, já que, com o corte de recursos, não será possível cumprir as metas colocadas pelo Plano Nacional de Educação, tampouco atender às novas demandas educacionais que serão colocadas nos próximos 20 anos, apontou o professor Jonas Magalhães sobre a PEC 241.

A abertura do evento ficou por conta dos alunos do 5º período da Licenciatura em Letras, que fizeram uma bela apresentação artística para marcar a posição crítica dos discentes sobre as reformas em questão. O evento foi sucesso de público, com a lotação máxima do Auditório Cristina Bastos, o que demonstra o interesse de toda a comunidade escolar do campus pelo tema.

Comunicação Social do Campus Campos Centro, com texto dos organizadores