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Arquitetura e Cidadania

Programa do IFFluminense auxilia moradores da comunidade da Margem da Linha

por Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 09/06/2016 15h01, última modificação 16/06/2016 15h08
Além de receber financiamento do Ministério da Educação (MEC) através do Programa de Extensão Universitária (ProExt), programa tem projetos de extensão e pesquisa vinculados
Margem da Linha

A comunidade leva esse nome por ter se desenvolvido à margem da linha do trem

Desde 2014, professores e alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo do campus Campos Centro vêm colaborando tecnicamente com os moradores da comunidade Margem da Linha, localizada na cidade de Campos dos Goytacazes, a fim de garantir segurança, salubridade, conforto ambiental, espaços livres e dignidade em suas moradias. Esta aproximação tem acontecido através do Programa “Arquitetura, inclusão e cidadania: projeto de extensão para áreas de habitação de interesse social no Munícipio de Campos dos Goytacazes/RJ”, desenvolvido por professores do curso e que conta com bolsistas e voluntários estudantes da área, num total de 11 estudantes.

O programa surgiu em abril de 2014, a partir de dois outros projetos de extensão: “Qualificação dos espaços livres de circulação, convivência e lazer da comunidade da Margem da Linha” e “Assistência técnica gratuita para as famílias da comunidade da Margem da Linha – conforto ambiental, segurança e salubridade das moradias”. O primeiro tinha como objetivo realizar um plano de intervenção e de propostas urbano-paisagísticas na área. Já o segundo, visava à aplicação e integração dos conhecimentos desenvolvidos nas disciplinas de Conforto Ambiental e de Projeto Arquitetônico - do curso de Arquitetura e Urbanismo do campus -, a fim de dar assistência técnica gratuita aos moradores da região. Desde o início, as atividades de ambos os projetos foram realizadas em parceria, pois tratavam da mesma temática e da mesma comunidade. Com o tempo, se juntaram e formaram um só programa, com a coordenação de Danielly Aliprandi e Antonio Leandro de Godoy.

Após um primeiro contato com a comunidade, realizado através de parceria com o Centro Juvenil São Pedro da Rede Salesiana de Ação Social, a equipe conseguiu identificar as principais necessidades dos moradores e assim iniciar o trabalho de campo, bem como levantamentos técnicos e entrevistas. Um dos principais focos passou a ser o de ajudar, com embasamento teórico, as famílias da comunidade que não queriam abandonar o local em que residem. Isso porque, desde 2014, a Prefeitura do Município havia iniciado um processo de remoção para transferir a população da Margem da Linha para outras áreas da cidade.

                                              Equipe em trabalho de campo na comunidade

                                                              Equipe em trabalho de campo na comunidade

Para colaborar neste sentido, além do apoio dado localmente, os pesquisadores ainda prepararam uma Audiência Pública, reunindo representantes da Defensoria Pública, da Prefeitura, da comunidade e de acadêmicos interessados no tema, a fim de discutir os direitos dos moradores em relação ao processo de remoção. A partir deste encontro, de diálogos com a comunidade e de diagnósticos feitos na região, foram elaboradas possíveis soluções para a permanência dos moradores no local.

Para um dos coordenadores, Antonio Leandro de Godoy, o instituto não toma partido em relação ao processo de remoção, pois os protagonistas devem ser os moradores. “Não há um vilão, porém é uma discussão que deve ser pública. O papel do programa é estimular o debate e apresentar alternativas a partir de um viés acadêmico”, defende o professor. Além disso, ele acredita que as experiências vivenciadas se tornam benéficas não só para os moradores da comunidade, mas também para a comunidade acadêmica. Isso porque, de acordo com Antonio, tudo volta para a sala de aula ao mesmo tempo em que a extrapola.  

Atualmente, há vinculados ao programa dois projetos de extensão e um projeto de pesquisa. A intenção, segundo a coordenadora Danielly Aliprandi, é de que haja fortalecimento e ampliação do trabalho, com a futura vinculação de novos projetos de extensão e pesquisa. Segundo Danielly, a manutenção e ampliação deste programa é importante para que o debate entre academia, poder público e comunidade continue existindo. Além disso, assim como a Comunidade da Margem da Linha, outras comunidades da cidade poderão ser atendidas pelo programa.

Sobre a equipe

O programa “Arquitetura, inclusão e cidadania” e os projetos de extensão e pesquisa a ele vinculados têm em seu quadro de pesquisadores cinco professores: Danielly Aliprandi, Antonio Leandro de Godoy, Fagner de Oliveira e Margarida Tavares - os quatro de Arquitetura e Urbanismo - e Daniela Bogado, de Direito. Também fazem parte nove bolsistas e dois voluntários.

Projetos de extensão vinculados

- Habitação popular no Município de Campos dos Goytacazes/RJ: identificação, mapeamento e reconhecimento das comunidades existentes
- Eu Conto! Mapeamento colaborativo de usos e memórias da cidade

Projeto de pesquisa vinculado

- Elementos Sustentáveis de Habitação: Intervenções arquitetônicas sustentáveis de baixo custo para moradias de interesse social

Conheça o BLOG do programa.

Tassia Menezes/Comunicação Social do Campus Campos Centro