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Ensino da Língua Portuguesa

Falantes analfabetos em uma sociedade letrada

por Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 17/05/2019 12h10, última modificação 22/05/2019 15h53
Curso em cinco etapas compõe o macroprojeto de pesquisa "Ensino de Língua Portuguesa em Campos dos Goytacazes e região: uma pesquisa explanatória e reflexiva".
Língua Portuguesa

A professora Andressa Teixeira e alunos do curso (Foto: Raphaella Cordeiro)

O segundo encontro, dos cinco programados no curso, aconteceu na quinta-feira, 16 de maio no Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE). Os participantes tiveram uma percepção dos números da educação brasileira e como a Linguística pode ajudar a formular metodologias mais apropriadas ao ensino da escrita culta a brasileiros que não são expostos à variedade padrão da língua nos anos iniciais de letramento. Os debates tiveram como base estudos de renomados cientistas, como o linguista Tom Roper (Universidade de Massachusetts) e o psicolinguista brasileiro José Morais.

Segundo a professora e coordenadora Andressa Teixeira, o tema parte da  necessidade de "discutir a alfabetização no curso de Letras na formação inicial e continuada." Ela conta que, segundo suas pesquisas, são cerca de "150 milhões de brasileiros analfabetos em algum nível no nosso país". Ela chama a atenção para a urgência do debate:

- É um assunto urgente que o professor de português não pode se esquivar, delegando-o aos professores das áreas de pedagogia, ou da área de educação infantil. Está na contramão dos dados de pesquisas e avaliações em larga escala: os nossos alunos do fundamental, do ensino médio e do ensino superior são, em grande parte, analfabetos funcionais em algum nível, por isso a relevância do nosso encontro hoje - defende.

Giselle de Paula Simão Lopes, aluna do 1º período da licenciatura em Letras, conta sua experiência sobre a aula que presenciou: "Desde que entrei na matéria de Linguística - e também após a leitura do texto referente à aula de hoje -, venho entendendo melhor sobre o chamado 'preconceito linguístico'. Às vezes, por achar que uma pessoa teve o mesmo acesso que eu, deveria escrever igualmente certo. Mas depois que a gente pensa e começa a imergir nesses estudos, a nossa concepção sobre letramento muda. A gente passa a entender que não existe um único molde para encaixar o ensino, e sim várias metodologias possíveis."

Próximos encontros

Dia 12/06 - O ensino da escrita em perspectiva

10/07 - O ensino da leitura em perspectiva