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Estudante usa quarentena para praticar técnicas aprendidas no curso técnico em Agropecuária

por Erika Vieira/Comunicação Social do Campus Bom Jesus do Itabapoana publicado 13/05/2020 13h09, última modificação 21/05/2020 16h16
Fabiana Martins também começou a fotografar atividades no campo e resultado chamou a atenção da coordenadora do curso, Sebastiana Azevedo.
Fabiana Martins

Técnicas de colheita possibilitaram melhorias no produto final.

O Sítio Fortaleza, localizado no distrito bonjesuense de Rosal, se tornou o laboratório de Fabiana de Souza Martins, estudante do segundo ano do curso técnico concomitante em Agropecuária do Instituto Federal Fluminense Campus Bom Jesus do Itabapoana, durante o período de suspensão do calendário acadêmico. Apaixonada pela cafeicultura, ela encontrou no curso oferecido pelo IFF um meio de obter conhecimentos que trarão melhorias à produção da família e tem utilizado o tempo sem aulas para colocar em prática as técnicas aprendidas, além de ensiná-las aos pais e irmãos. Até Douglas, o caçula de 8 anos, já consegue identificar algumas pragas na lavoura.

“Dentro da agropecuária, quero me especializar em café, pois é o que minha família produz. Quero trazer mais conhecimentos para o campo, pois, onde moramos, assistência técnica é algo raro para os produtores. Assim, acabamos produzindo de maneira incorreta”, conta. Uma simples mudança na prática da colheita teve grande impacto na qualidade do produto e, consequentemente, em seu valor no mercado. “Não colhíamos café no pano e por isso não conseguíamos fazer café bebida. O café fermentava e tinha contato com o solo, por isso vendíamos como café rio, cujo valor é muito inferior ao café bebida”, afirma Fabiana. Segundo ela, para esse ano já pretendem utilizar a técnica de seleção de grãos, para produzir café especial.

Não são apenas as técnicas de cafeicultura que vêm sendo praticadas pela estudante. Buscando produzir informação para ajudar outros produtores, ela começou a fotografar as práticas da família no campo e criou um perfil no Instagram (@cafeiculturarj) para compartilhar imagens e conteúdo sobre a área. As fotos chamaram a atenção da coordenadora do curso técnico em Agropecuária do Campus Bom Jesus, Sebastiana Azevedo, que sugeriu a Fabiana a participação no concurso de fotografias e vídeos lançado pelo IFFluminense, cujo tema é “ócio criativo”. “Dentro da produção agropecuária, o ócio é o que a Fabiana mostrou através das fotos, porque a agricultura não para, a pecuária não para. A produção de alimentos e insumos não param. Ela mostrou que o ‘ócio’ para eles é completamente diferente do das pessoas e famílias que moram no perímetro urbano, onde o isolamento é muito pior. Esse momento é muito estressante e lá eles acabam eliminando o estresse durante o trabalho”, analisa a professora.

Café
"Eu comecei a fotografar com o intuito de compartilhar o passo-a-passo
com as pessoas", conta Fabiana.

Além de Fabiana, a irmã, Minelvina Martins, também é aluna do IFF Bom Jesus, matriculada no curso técnico concomitante em Agropecuária oferecido em Rosal. A professora Sebastiana ressalta, pela experiência da família, o cumprimento da missão dos Institutos Federais na localidade. “A missão dos IFs é essa: promover desenvolvimento local e regional. O curso de Agropecuária para a Fabiana, assim como para a irmã dela e sua família, é isso: desenvolvimento na área em que eles atuam, podendo melhorar cada vez mais, mostrar que são capazes e, com isso, contribuir com o desenvolvimento regional”, conclui. A família produz, em média, 125 sacas de café por ano, das variedades Catucaí Vermelho 785-15, Catucaí Vermelho 2SL, Catucaí Amarelo 2SL e variedades antigas de Catucaí Vermelho e Amarelo.