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Técnico e estudante do IFF Bom Jesus desenvolve embalagem a partir de resíduo de acerola

por Erika Vieira/Comunicação Social do Campus Bom Jesus do Itabapoana publicado 01/08/2019 12h26, última modificação 19/08/2019 09h47
Produto foi idealizado em disciplinas do curso superior Bacharelado em Ciência e Tecnologia de Alimentos.
Embalagem foi bem avaliada por professores e público

Trabalho envolveu conteúdo de duas disciplinas.

Wilson Amorim da Silva, o Juninho, como é conhecido, passa a maior parte do tempo no Instituto Federal Fluminense Campus Bom Jesus do Itabapoana. Chega às 7h e permanece na instituição até as 22h. Nesse período, divide-se entre funções que até se confundem: é técnico em Agroindústria, aluno e, muitas vezes, também professor. Ele chegou ao IFF Bom Jesus como estudante do curso técnico em Agroindústria, ao fim do qual saiu contratado para atuar nos laboratórios da instituição. Atualmente, é responsável pelo laboratório de processamento de frutas, onde auxilia alunos e professores em aulas práticas e dá o adequado destino às frutas colhidas no campus, produzindo geleias, doces, polpas, entre outros. Já são mais de 10 anos de Instituto.

Quando o turno de colaborador termina, o de aluno do curso superior em Ciência e Tecnologia de Alimentos começa. Foi em uma das disciplinas da graduação, ministrada pela professora Christyane Bisi Tonini, que Juninho foi desafiado a criar uma embalagem sustentável, que não causasse danos ao meio ambiente. Toda a turma colocou a criatividade em jogo e muitos trabalhos admiráveis e até premiados surgiram. O produto apresentado por ele chamou a atenção da docente, que classificou o resultado como “perfeito”. “O trabalho ficou fantástico. Já pesquisei bastante sobre o assunto e nunca vi uma embalagem como a que ele criou”, elogia.

A semente de acerola foi escolhida para matéria-prima principal da embalagem. Atualmente utilizado como adubo no IFF Bom Jesus, o resíduo do processamento da fruta chamou a atenção do estudante por suas características físicas, em especial a rigidez da semente. Depois de seca e triturada, a farinha da semente foi misturada a cola branca para adquirir a consistência ideal para moldagem. Após três dias de secagem natural, a embalagem ganhou outras camadas de cola para torná-la impermeável e o resultado surpreendeu. “A estrutura ficou tão rígida que lembra a cortiça”, conta o criador.

Projetada para ser uma embalagem secundária, como uma caixa de bombom, por exemplo, a estrutura também pode ser usada para outros fins. “O público achou diferente e aprovou, porque pode ser usada até como objeto decorativo”, afirma Juninho, que pensa inclusive em ampliar o estudo para a criação de artigos de decoração e até construção, como tijolos. A pesquisa de satisfação para captar a impressão de possíveis compradores foi desenvolvida para a disciplina Informática Básica I, ministrada por Fabricio Barros.

Outros estudantes do curso superior em Ciência e Tecnologia de Alimentos participaram do processo de criação da embalagem: Guilherme Oliveira, Geane da Silva, Mirian Sofia, Saulo Pereira e Andressa Borges contribuíram para o sucesso do trabalho elogiado pelos avaliadores.

Aperfeiçoamento – Pensando em tornar a matéria-prima utilizada na produção da embalagem ainda mais sustentável, o estudante planeja testar outras possibilidades de impermeabilizante. O projeto é para o futuro: ampliará a ideia para que seja o tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso. Segundo ele, o primeiro teste será com pectina, que é um tipo de fibra solúvel encontrada em frutas e vegetais, principalmente em suas cascas. O albedo do maracujá, cuja composição possui de 10 a 20% de pectina, será o primeiro resíduo utilizado.