Avaliação da Toxicidade de Mexilhões Perna perna (Linnaeu, 1758) e Monitoramento Fitoplanctônico em Fazenda de Maricultura da Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, RJ.

por Daniela Almeida publicado 17/05/2016 14h15, última modificação 05/03/2020 17h32

Professor D.Sc. Manildo Marcião de Oliveira (Doutor em Ciências – Área de Concentração em Biociências Nucleares pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
Coorientadora: Professora D.Sc. Maria Helena Campos Baeta Neves (Doutora em Oceanografia Biológica pela Université Pierre et Marie Curie).

Ambientes costeiros vêm sofrendo aporte de diversos contaminantes há décadas. Além da contaminação dos ecossistemas aquáticos por ação antropogênica, há a contaminação de alguns organismos desses ecossistemas por toxinas presentes na própria cadeia alimentar como é o caso da contaminação de pescado e moluscos bivalves por toxinas produzidas por microalgas – as ficotoxinas. A contaminação dos organismos cultivados em fazendas marinhas pode comprometer a viabilidade do desenvolvimento da produção e gerar a contaminação de outros organismos da cadeia trófica. Com a expectativa de crescimento dessa atividade em regiões litorâneas, torna-se necessário o monitoramento regular do fitoplâncton de forma a garantir a qualidade do produto cultivado no mercado. Neste estudo são apresentados os aspectos sobre o cultivo de moluscos e as principais síndromes ocasionadas por ficotoxinas acumuladas em moluscos bivalves – síndrome paralisante de moluscos (PSP), síndrome diarreica de moluscos (DSP), síndrome amnésica (ASP), síndrome neurotóxica (NSP), síndrome por consumo de azaspirácidos (AZP) e a síndrome do venerupino (VSP). Apresentamos também a legislação brasileira pertinente ao assunto e algumas dificuldades na execução de programa de monitoramento de algas nocivas em fazenda de maricultura da Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, RJ. Apontamos para a importância da realização de um monitoramento regular do fitoplâncton nessa área de cultivo para a detecção de síndromes associadas à contaminação por microalgas potencialmente tóxicas, pois, estudos em extratos obtidos de mexilhões Perna perna cultivados em fazenda de maricultura de Arraial do Cabo entre janeiro de 2013 e maio de 2014, mostram a ocorrência de espécies de dinoflagelados potencialmente tóxicos e o resultado positivo para DSP no mês de janeiro de 2014 pode estar relacionado à presença dessas espécies, o que pode comprometer a produção e causar danos econômicos a produtores ou extratores além da contaminação de consumidores finais desses produtos.
Palavras-chaves: Monitoramento. Ficotoxinas. Mexilhão. Arraial do Cabo

Aquaculture, which consists mainly of the cultivation of fishes, molluscs, algae and crustaceans is a longstanding activity, usually for commercial purposes where contamination can jeopardize the viability of the development of production and may generate contamination of final consumers. With the expected growth of mariculture activity in productive regions, becomes necessary the hygienic-sanitary control of those bodies in order to ensure product quality in the market. Among the contaminants of these animals stand out the phycotoxins - toxins produced by microalgae. Presented in this study are the aspects on the cultivation of molluscs, the major syndromes caused by phycotoxins accumulated in bivalve molluscs, studies on harmful algae monitoring conducted in other countries, the Brazilian legislation relevant to the subject and we emphasize some difficulties in implementing the monitoring program harmful algae in the study region. For the future the aquaculture in the region will be needed the appropriation of these information that has been approached in this work, in addition to coordinate actions between the government and fish farmers so that they can act to control the quality of production of bivalve molluscs. It is indeed a consensus that there is need to implement a monitoring program of phycotoxins mariculture farms in the municipality of Arraial do Cabo / RJ.
Keywords: Mariculture. Phycotoxins. Monitoring. Legislation

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