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II Seminário Ciência sem Fronteiras promove troca de experiências

por Ferdinanda Maia / Comunicação Social da Reitoria publicado 01/11/2016 17h11, última modificação 20/05/2017 23h19
Estudantes contemplados no programa de intercâmbio falaram sobre suas vivências para a comunidade do IFFluminense nessa segunda-feira, 31 de outubro de 2016, no Campus Campos Guarus.
II Seminário Ciência sem Fronteiras promove troca de experiências

Da esquerda para a direita: Caio, Luiza, Uallas, Paula, Lais, Humberto, Milena, Maria Inês, Diego Santanna (diretor de pesquisa do campus), Mariana, Laís Xavier e Hugo.

 Estudar no exterior é mais do que uma experiência multicultural. A troca de cultura é importantíssima, mas os estudantes que participam do programa de intercâmbio Ciência sem Fronteiras vão além: estudos, pesquisas, estágio e muito sentimento de valeu a pena! Eles voltam renovados e enxergam o mundo de outra forma, porque os horizontes se abriram, os obstáculos da insegurança ficaram mais suaves e os novos rumos se apresentaram. É uma superação de si mesmo.

 “Foi uma experiência muito boa. Pude conhecer pessoas de todo o mundo”, destaca Luiza do Nascimento, aluna do curso de Engenharia Ambiental do Campus Guarus. Ela e outros quatro colegas foram os primeiros do curso a participarem do programa. “Eu nunca tinha viajado de avião. Sabia inglês porque tinha estudado, mas sempre falta confiança. Foi uma realização pessoal incrível chegar lá e saber que eu consigo entender o professor, consigo apresentar um trabalho em inglês. Eu me sinto uma pessoa melhor do que eu era antes. Fico feliz em dizer que este programa deixou uma marca muito positiva nos E.U.A. e fico feliz de saber que representei o Brasil de uma forma positiva”, ressalta Luiza, que foi para a Filadélfia.

 Esta foi uma das histórias compartilhadas durante o II Seminário Ciência sem Fronteiras, realizado pela Diretoria de Internacionalização e Inovação e o Escritório de Cooperação Internacional do IFFluminense, nessa segunda-feira, 31 de outubro de 2016, no auditório do Campus Campos Guarus. Ao todo, 10 estudantes compartilharam suas experiências durante o intercâmbio de estudos, que reúne experiências acadêmicas, profissionais e culturais. Eles estudam em universidades conceituadas no mundo inteiro, fazem estágio em empresas importantes, desenvolvem pesquisas pensando nas problemáticas brasileiras ou internacionais e são orientados por pesquisadores de renome.

 Humberto Rangel, aluno de Engenharia de Controle e Automação do Campus Campos Centro foi para Melbourne, na Austrália, eleita, pela quinta vez, a cidade com a melhor qualidade de vida do mundo. “Não presenciei pobreza, sujeira na rua e vários outros problemas que temos no Brasil”, conta. O estudante destacou o sistema de ensino do país e as diferenças em relação ao do Brasil, que são várias. Chamou a atenção dele a aplicação de todo e qualquer conhecimento teórico. “A gente vai fundo nas disciplinas, no conhecimento, a gente chega no mercado de trabalho com expertise no assunto”. Antes mesmo de sair do Brasil, Humberto visava estagiar na empresa CSIRO, uma das maiores em C&T. E conseguiu. “Não imaginei que trabalharia com caras tão renomados, tipo Eistein, sabe?!”, brinca. Para ele, “o Ciência sem Fronteiras me deu oportunidades que eu jamais achei que teria... Sair da sua zona de conforto e encarar um país diferente... não pense duas vezes. Vocês só vão agregar experiências boas”, enfatiza Humberto para uma plateia cheia de estudantes que sonham com a mesma vivência.

 Na plateia, Lorena Rangel, do Curso Técnico em Eletrônica de Guarus, ouviu atentamente às histórias. Ela quer ir para a Austrália e estuda inglês no Celiff. “É muito bom esse evento porque nem sempre a gente tem essa oportunidade, então saber como é nos ajuda em nossas escolhas”, disse.

 Durante o Seminário, os intercambistas também explicaram sobre todo o processo de inscrição e processo seletivo, documentação necessária, o sistema de ensino das universidades, alojamento, alimentação, entre outros fatores.

 Outro ganho para os estudantes é o desenvolvimento de pesquisas na Universidade com possibilidade de darem continuidade em seu retorno ao Brasil. Aluno da Engenharia Ambiental, Uallas Rohrer foi para o Condado de Humboldt, na cidade de Arcata, na Califórnia, conhecido por ter o ar e a água mais limpos e puros dos E.U.A. Lá, ele realizou a pesquisa “Avaliação do assoreamento na Lagoa Feia”, que foi apresentada em um congresso. “Depois desse congresso, uma banca de um jornal científico me convidou para escrever um artigo para publicação, o que foi muito bacana”, relembra.

 E como nem tudo são flores, Mariana Marques, estudante de Arquitetura e Urbanismo do Campus Centro, enfrentou um choque de realidade. Ela foi para a Universidade Sapienza, em Roma, na Itália e, apesar da alta expectativa em torno do lugar e seu espaço na história da humanidade, ela teve muitas dificuldades: trânsito caótico, milhares de turistas que afetam a vida diária dos moradores e falta de alojamento na universidade são alguns exemplos. Em muitos quesitos, ela teve de se virar sozinha. “Ninguém fala inglês, só italiano... é difícil fazer amizade com os italianos porque como você vai embora daqui a seis meses ou um ano eles não querem 'perder tempo' fazendo amizade com você... Não há uma relação direta com o professor, você fala com o auxiliar dele... A universidade forma 200 arquitetos por semestre, então é difícil conseguir estágio”, relata. Mas ela fez a sua parte: estudou, desenvolveu pesquisa, escreveu artigo, participou de congresso e garante que “a cidade é um acervo histórico muito grande, o que me ajudou com meus estudos... Roma é caoticamente linda”, ressalta.

 Já Hugo Morett e Laís Xavier, do Curso de Engenharia de Controle e Automação do Campus Centro, decidiram se arriscar na Hungria. Um país tão diferente e pouco conhecido, mas que eles quiseram vivenciar. “Eu achava impossível passar no Programa, mas consegui e fui”, conta Laís que destacou vários aspectos culturais do país e muitas “aventuras” que enfrentaram desde a língua até os costumes. A dupla também teve, assim como Mariana na Itália, algumas dificuldades de infraestrutura, mas concluíram seus estudos, realizaram pesquisas e voltaram satisfeitos. “A gente foi contra a corrente para ter uma experiência diferente e que foi muito rica... Foi um momento de experiência, mas também de desafios”, avalia Hugo.

 Também apresentaram suas experiências, os estudantes Lais Ribeiro (Engenharia de Controle e Automação), Paula Teixeira (Engenharia Ambiental), Caio Siqueira (Engenharia Ambiental), que foram para os Estados Unidos; e Milena Silveira de Azevedo, que estudou na França.

 “Fico muito feliz com a participação deles, estimulando outros alunos a também tentarem experiência internacional. Acho que tudo que foi feito lá não pode ser perdido. A gente tem muitas possibilidades para pesquisa, extensão, para contatos com empresas, com professores e colegas que conheceram durante o intercâmbio. Então, tudo isso pode nos enriquecer para a gente favorecer a nossa instituição”, avalia Maria Inês Albernaz Kury, coordenadora do Escritório de Cooperação Internacional. “Hoje em dia, as instituições são avaliadas pela internacionalização, e a gente tem que trazer isso para o IFF. Fomos muito bem representados no Ciência Sem Fronteiras, com cerca de 100 alunos participando”, conclui.

 Durante a abertura oficial do Seminário, marcaram presença o reitor do IFFluminense, Jefferson Manhães de Azevedo, o diretor-geral do Campus Guarus, Cristiano Leal, o diretor de Internacionalização e Inovação, Henrique da Hora, e o coordenador do Curso de Engenharia Ambiental do Campus Guarus, Gilmar Costa. Em sua fala, Jefferson destacou que a instituição, por meio da Diretoria de Internacionalização e Inovação, visa construir oportunidades no exterior para os alunos. “Essa experiência é um divisor de águas na vida de vocês, e fico muito feliz pelos estudantes que estão aqui para ouvir as experiências. Que essas informações sejam motivadoras”.


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