Imobilização de Acetilcolinesterase para Construção de Biossensores de Pesticidas

por Paulo Nogueira publicado 18/05/2016 11h45, última modificação 05/03/2020 14h57

 Dr. Manildo Marcião de Oliveira 

O crescimento populacional vem aumentando de forma exponencial e a demanda por alimentos segue o mesmo patamar.  Neste contexto,  a produção agrícola mundial é afetada drasticamente pela ação de insetos e outras pragas. Para minimizar essa perda, os agrotóxicos, que constituem defensivos agrícolas físicos, químicos ou biológicos, têm sido rotineiramente utilizados em ampla escala no mundo e sobretudo no Brasil, em função de suas dimensões territoriais. Dentre os pesticidas mais utilizados atualmente no Brasil, os organofosforados e carbamatos ganham destaque por apresentarem alta toxicidade aos insetos e outras pragas.E causando, em pequenas concentrações,  toxicidade também a seres humanos. Estas substâncias tóxicas vêm sendo introduzidas anualmente nos ecossistemas aquáticos, causando rápida diminuição na qualidade dos corpos hídricos, exigindo, assim, estratégias de proteção. Atualmente, biossensores com a enzima acetilcolinesterase (AChE) imobilizadas estão sendo construídos e utilizados, com o propósito de identificar, através da inibição enzimática, a presença dos pesticidas organofosforados e carbamatos. Porém, o processo de imobilização em determinados suportes (sílica mesoporosa e quitosana com glutaraldeído), dentre outras, é a fase mais crítica para a estabilidade da enzima, pois um bom processo de imobilização melhora o desempenho e a reprodutibilidade do sinal analítico, levando à obtenção de resultados fidedignos. Os objetivos deste estudo  foram: realizar primeiramente uma revisão bibliográfica sobre biossensores com AChE, para posteriormente realizar o processo de imobilização enzimática de AChE encontrada no extrato enzimático bruto retirado de cérebro de camundongos suíços, em dois suportes (Sílica mesoporosa e quitosana com glutaraldeído), analisando a atividade enzimática pós-imobilização e avaliando o tempo de reutilização da enzima. Um dos principais resultados obtidos pela pesquisa foi a constatação da ocorrência de imobilização de AChE em sílica mesoporosa e em quitosana com glutaraldeído, apresentando um tempo de reutilização nas amostras de sílica mesoporosa de 8 meses, e em quitosana com glutaraldeído de 23 dias. Também observou-se que a sílica mesoporosa mostrou-se uma matriz mais efetiva do que a quitosana com glutaraldeído.

Palavras-chave: Sílica mesoporosa, quitosana, acetilcolinesterase.

Population growth is increasing exponentially and the demand for food follows the same baseline. In this context, the world's agricultural production is affected dramatically by the action of insects and other pests. To minimize this loss, pesticides, agrochemicals which are physical, chemical or biological, have been routinely used in large scale in the world and especially in Brazil, due to its territorial dimensions. Among the pesticides most widely used in Brazil, organophosphates and carbamates are highlighted because they have high toxicity to insects and other pests. And causing, at low concentrations, also toxicity to humans.. These toxic substances are being introduced annually in aquatic ecosystems, causing rapid decline in the quality of hydrous organisms therefore requiring protection strategies. Currently, biosensors with acetylcholinesterase enzyme (AChE) immobilized are being built and used, with the purpose of identifying by enzyme inhibition, the presence of organophosphates and carbamates pesticides. However, the process of immobilization on certain supports (mesoporous silica with glutaraldehyde and chitosan), among others, is over criticalphase for the stability of the enzyme AChE, as a good immobilization process improves the performance and reliability of the analytical signal, leading to obtaining reliable results. The goals of this study were first to perform a bibliographic review of biosensors with AChE, later to carry out the enzyme immobilization process of AChE enzyme found in raw enzyme extract taken from the brain of Swiss mice in two supports (mesoporous silica and chitosan with glutaraldehyde), analyzing enzyme activity after immobilization and assessing the time of reuse of the enzyme. One of the main results of the research, was verified the occurrence of AChE immobilization on mesoporous silica and chitosan with glutaraldehyde, with a reuse time of the mesoporous silica samples of eight months, and chitosan with glutaraldehyde of 23 days. It was also observed that the mesoporous silica was found to be more effective than the chitosan matrix with glutaraldehyde.

Key-words: Mesoporous silica, chitosan, acetylcholinesterase.

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