ANÁLISE DO DESACOPLAMENTO DAS EMISSÕES DE DIÓXIDO DE CARBONO E DA EXPANSÃO ECONÔMICA DO BRASIL NAS ÚLTIMAS DÉCADAS

Esta dissertação tem por objetivo avaliar o desacoplamento entre as emissões de dióxido de carbono (CO2) e o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil comparativamente aos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico das Américas (OCDE-Américas: Canadá, Chile, México e USA). Sendo classificada como uma pesquisa aplicada, quantitativa, explicativa e descritiva. A motivação para esta pesquisa ocorreu a partir da percepção em relação ao interesse demonstrado pelo Brasil de se inserir no grupo de países da referida organização. Foram utilizados os métodos de desacoplamento da OCDE e Tapio para o estudo no período compreendido entre 1990 e 2016, assim como, a Identidade de Kaya para verificar os principais fatores relativos às emissões brasileiras e dos países selecionados. Os resultados mostraram que o Brasil alcançou, de acordo com as classificações de Tapio, o estado de desacoplamento negativo fraco, diferente dos países da OCDE-Américas que apresentaram o estado de desacoplamento fraco. Confirmando os primeiros resultados, a aplicação do método da OCDE também demonstrou que o Brasil obteve o pior resultado entre os países analisados, ou seja, o país foi o único que apresentou o estado de acoplamento enquanto os outros apresentaram o estado de desacoplamento relativo. Dentre todos os países, o Canadá e USA foram os que apresentaram o melhor perfil de desacoplamento. Já os resultados do método da Identidade de Kaya demonstraram que todos os países da OCDE-Américas conseguiram reduzir sua intensidade energética. Dentre eles USA e Canadá apresentaram os melhores resultados. O USA apresentou somente 1% de aumento das emissões de CO2 nos vinte e seis anos e conseguiu melhorar sua intensidade energética, a intensidade carbônica e melhorar sua eficiência na relação energia requerida pela energia total final consumida. O Canadá destacou-se pelo fato de apresentar redução de dois indicadores. O Chile e o México conseguiram apenas reduzir sua intensidade energética. Já o Brasil obteve um elevado aumento nas emissões de CO2 em relação ao crescimento econômico, principalmente nos últimos anos. Além disso, não conseguiu reduzir nenhum dos seus indicadores de Kaya. Assim, mediante os resultados encontrados, fica demonstrada a necessidade de o Brasil realizar ajustes no suprimento de energia para poder alcançar o almejado desenvolvimento sustentável e manter a matriz energética limpa e renovável.

Palavras-Chave: Método OCDE, Método de Tapio, Identidade de Kaya, Desacoplamento, Emissões de CO2