Notícias

Visita Técnica de turmas de agroindústria

por admin publicado 02/12/2011 12h35, última modificação 14/12/2017 14h52
52 alunos de turmas de agroindústria realizaram Visita Técnica a duas cidades do Espírito Santo. Eles conheceram o agroturismo e o processo de cooperativa agroindustrial.

   Dedicação sugere trabalho. Na Visita Técnica realizada pelas turmas de 3o ano de Técnico em Agroindústria Integrado e de 2o módulo de Técnico em Agroindústria Subsequente do câmpus Bom Jesus do Itabapoana, o comprometimento mostrou ser essencial ao produtor que pretende crescer.

    Os dois primeiros dias da semana (28 e 29 de novembro) para os 52 alunos foram de aprendizado e confraternização, conhecendo e questionando o agroturismo e a agroindústria familiar de Venda Nova do Imigrante (ES) e a cooperativa Coopeavi Agronegócios, de Santa Maria de Jetibá (ES).  

    A Visita Técnica é o momento em que os estudantes reveem os conceitos teóricos ministrados em sala de aula, possibilitando a construção de um novo conceito a partir das observações da realidade da agroindústria. A avaliação é feita por meio de relatório entregue aos professores. Os alunos viajaram sob a responsabilidade dos professores Carla Praxedes, João Renato Escudini e Cristiane Stabenow, além do engenheiro de alimentos Rodrigo Cardoso.

    A primeira parada da viagem foi em Venda Nova do Imigrante. Município colonizado por imigrantes italianos, é conhecido por ser a capital do agroturismo no Brasil.  Venda Nova acolheu os alunos do câmpus Bom Jesus do Itabapoana e mostrou uma saída às grandes indústrias: a agroindústria familiar em parceria.

    Três propriedades rurais receberam os estudantes do câmpus Bom Jesus do Itabapoana: a Família Busato, a Família Carnielli e a Família Lorenção. As duas primeiras destacam-se pela diversidade na produção: café, destilaria, laticínios, embutidos, fubá, milho, feijão, palmito e outros produtos podem ser encontrados em uma ou outra família. Apesar disso, todos fazem questão de frisar que não há disputa entre elas, mesmo estando em um ambiente de muita dedicação, como explica Lúcio Busato. Para ele, um dos maiores trunfos do agroturismo é a possibilidade de agregar valor.

    “A produção aqui é diversificada e cada propriedade procura fazer um produto diferente da outra, pois evita a concorrência. Hoje, você vende o leite por um valor baixo, mas quando você adiciona um litro de iogurte, o preço aumenta consideravelmente. Quanto melhor for seu produto, mais alto será o valor. Desta forma, você trabalha de maneira mais tranqüila, priorizando a venda em nossa propriedade”, lembrou.

    Na Família Carnielli, a visão é a de que o agroturismo pode ser um negócio lucrativo e uma saída para o profissional de agroindústria. É o que conta Albertina Carnielli, responsável pela recepção dos grupos de visitantes e pelas palestras dentro da propriedade.  

    “Quando começamos não esperávamos esse sucesso. Poder receber estes grupos, como os alunos do câmpus Bom Jesus, e passar um pouco da nossa experiência é muito gratificante. Penso que os novos profissionais, tendo a oportunidade deste tipo de visita, já não vão cometer os erros que tivemos lá atrás. Percebemos que o agroturismo aqui foi a solução do homem do campo, mas é necessário primeiro descobrir o potencial próprio e da sua região para montar o negócio, além do trabalho em conjunto com outros produtores”.

    Finalizando o primeiro dia, visita à Família Lorenção, onde é produzido o socol, receita italiana de embutido feito com lombo de porco. Bernadete Lorenção, responsável por parte da produção e pela visita guiada, ressalta o crescimento do agroturismo.

    “Vejo como algo muito importante. O trabalho que fazemos está servindo de modelo e estimulando a juventude a buscar este outro lado. É uma forma de ajudar a família a não sair do campo. Do seu trabalho você consegue olhar o seu local de outra maneira. É a oportunidade de conseguir agregar todas as habilidades dos integrantes da família sem sair de casa. Alimentação sempre terá espaço no mercado”, ressaltou Bernadete.

    Atentos, os alunos não economizaram nas perguntas aos produtores e rascunhavam em seus cadernos as anotações. No fim do dia houve grande confraternização no hotel.

    Na manhã seguinte, o grupo conheceu a Coopeavi Agronegócios, em Santa Maria de Jetibá (ES). Os alunos foram recebidos por Daniel Piazzin, Gerente Executivo de Marketing. Daniel realizou palestra no auditório sobre a cooperativa e os rumos do cooperativismo. Ele informou que, neste mercado, há escassez de recursos humanos na área.

    “Nossa cooperação é no sentido de produção, do uso de uma estrutura que permite às famílias a sobrevivência no campo. Estamos crescendo e temos um problema crônico de bons profissionais. Quem deseja se aproximar, para a Coopeavi é fundamental. Precisamos mostrar que há uma vida fora do centro urbano”.

    Logo depois, Luis Carlos Brandt, gerente de comercialização de ovos da Coopeavi, dirigiu os alunos ao Entreposto de Ovos e explicou como funciona o processo de classificação de ovos na cooperativa.

    Foram dois dias de trabalho e diversão. A professora Carla Praxedes lembra que as oportunidades existem e a Visita Técnica serviu para mostrar que os alunos podem prosperar na área.

    “A agroindústria familiar vem crescendo a cada ano e é responsável por 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira. Os alunos puderam ver que, apesar dos problemas, havendo força de vontade, determinação e união, na agroindústria familiar, poderão permanecer no campo, produzir e obter renda não só para sobrevivência, mas para investir cada vez mais”, disse a professora.

    O aluno Rodrigo Coli, do 3o ano de agroindústria, recordou que a viagem foi o momento de ver na prática grande parte do conhecimento adquirido em sala de aula, além das brincadeiras que tornaram o trabalho mais leve.  

    “A viagem foi muito boa, pudemos aprender mais do que vemos durante os três anos de aulas teóricas, podendo fixar o conteúdo. Gostei da interação com os colegas do câmpus e da parte de processamento de cachaça e açúcar mascavo. Vimos que há um leque grande de opções para trabalhar”.

    Veja mais fotos em www.flickr.com/iffbomjesus.