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Permanência e Êxito

Servidores da Educação discutem permanência e êxito de estudantes

por Comunicação Social da Reitoria publicado 01/12/2016 10h35, última modificação 05/12/2016 10h19
A I Jornada Intercampi sobre permanência e êxito de estudantes do IFFluminense e o IV Colóquio sobre o “Diagnóstico da Qualidade de Ensino do Proeja” aconteceram nesta quarta-feira, 30 de novembro, na Uenf, em Campos-RJ.
Servidores da Educação discutem permanência e êxito de estudantes

Da esquerda para a direita: Sandra, Gerson, Christiane e Carlos.

 A Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) muito avançou em suas políticas de acesso: ampliou o número de vagas, a oferta de cursos e as próprias formas de ingresso nas instituições. Ainda há muito o que fazer, mas com esta etapa já avançada, o foco tem sido, não de agora, mas de há alguns anos, a questão da permanência dos estudantes nas escolas. Os motivos para os alunos abandonarem os cursos são vários – trabalho, família, questões financeiras, etc -, e os índices da chamada evasão se tornaram tão altos, em toda a Rede, que chamaram a atenção, inclusive, do Tribunal de Contas, em auditoria.

 Desde então, discutir e buscar saídas para o problema têm sido o foco da Rede de EPT que tem trabalhado incisivamente. Não é diferente no IFFluminense, que também tem, como em todo o Brasil, altos índices de evasão de seus estudantes. Já no início de 2016, a atual gestão da Pró-reitoria de Ensino e Aprendizagem (Proena), colocou como uma das prioridades essa questão. Além de eventos para promover discussões, a Câmara de Ensino – composta por representantes de todos os campi – vem discutindo ativamente o assunto, o que já rendeu frutos. Um estudo do Campus Itaperuna, por exemplo, mostrou a necessidade de alterar a matriz curricular de três cursos, já visando o êxito e permanência dos alunos.

 “No início da gestão, a gente identificou que o Instituto Federal Fluminense precisava construir um 'Plano de Permanência e Êxito'. Estamos neste momento consolidando esse trabalho. Já iniciamos a discussão na Câmara de Ensino, tivemos encontros em que os campi puderam colocar suas questões relacionadas ao tema e a ideia é entregar este Plano em fevereiro de 2017”, relata a pró-reitora de Ensino e Aprendizagem do IFFluminense, Christiane Menezes Rodrigues . De acordo com ela, a proposta, que vem sendo construída de forma coletiva, vai além do Plano. “A gente quer, a partir deste Plano, construir um Programa de Permanência e Êxito com ações sistemáticas para que a gente dê conta de políticas relacionadas ao assunto”, complementa.

 As discussões têm sido importantes para consolidar e amadurecer as ideias, as estratégicas e ações para que o estudante permaneça na instituição até a conclusão do seu curso. Durante todo o dia desta quarta-feira, 30 de novembro de 2016, servidores da educação participaram do IV Colóquio sobre o “Diagnóstico da Qualidade de Ensino do Proeja” dos campi Campos Centro, Campos Guarus, Itaperuna Macaé e Quissamã, e da I Jornada Intercampi sobre permanência e êxito de estudantes do IFFluminense, uma parceria entre o Instituto e a Uenf. O tema abordado traz a questão “O desafio da construção coletiva: acordos e compromissos sob medida”.

 O evento ratifica que a preocupação não é de hoje. O projeto Observatório da Educação (Obeduc) de Diagnóstico do Proeja, de coordenação do professor Gerson Tavares (Uenf), já em 2013 propôs a pesquisa tendo o IFFluminense como objeto, visto ser a única instituição das regiões Norte e Noroeste Fluminense a ofertar a modalidade Proeja. O trabalho culminou na manhã desta quarta-feira, com o Colóquio, quando os campi envolvidos apresentaram e discutiram soluções a partir de situações-problema cotidianas já identificadas. Cada campus escolheu uma proposta de ação para colocá-la em prática.

 “O encontro de hoje foi muito produtivo e além das expectativas. A gente espera que essa mobilização se propague em cada campus com o olhar sobre a permanência e não sobre a evasão; um olhar propositivo e não sobre o problema; um olhar sobre o que há na instituição e não o que falta; sobre o potencial dos alunos e não sobre o que eles não sabem. Então, é uma mudança de olhar, de consciência, de perspectiva sobre a Educação Pública, de suas potencialidades e competências que ficam invisíveis diante do discurso negativo”, enfatiza o professor Gerson, coordenador do evento, e que na ocasião lançou o livro “Sentidos da Permanência na Educação”.

 Na parte da tarde, fazendo a transição do Colóquio para a I Jornada Intercampi que amplia as discussões para além do Proeja e passa a envolver o tema a partir de todos os cursos ofertados, duas palestras foram realizadas: “Redes colaborativas na pesquisa sobre educação profissional e evasão escolar”, apresentada por Carlos Eduardo Guerra da Silva (UFMG); e “Entrevista de acolhimento: fator de permanência e êxito no curso de mecatrônica do IFSC, com Sandra Lopes Guimarães (IFSC).

 “Acredito que discutir a permanência dos estudantes e o seu êxito é uma das principais missões do Instituto, e as palestras formativas e metodológicas trouxeram uma experiência muito boa. Existem grupos em vários lugares e instituições do país trabalhando com pesquisas sobre esse tema, e é importante que essas ações e pesquisas sejam disseminadas para aplicação em outras instituições.”, destacou Cátia Viana, coordenadora do evento e diretora de Políticas da Educação Básica Profissional do IFF. 

 A partir de agora, e como resultado do evento, IFFluminense e Uenf, por meio do Núcleo de Estudos sobre Acesso e Permanência (Nucleape), que reúne cerca de 30 professores do Instituto, e da Proena, renovam seus compromissos focados em ações voltadas à permanência e ao êxito. Os participantes assinaram simbolicamente um Termo de Acordos e Compromissos a serem realizados ao longo de um ano e apresentados na ocasião da II Jornada. Além dos campi já envolvidos, gestores do Campus Santo Antônio de Pádua também participaram.

 Entre os muitos desafios que envolvem o tema da permanência e êxito, mais do que o planejamento, é colocar as proposições em prática. Por isso, o envolvimento de quem está na ponta, ao lado dos estudantes, é fundamental, bem como fornecer instrumentos que de fato irão contribuir para o sucesso das ações. A professora Rozana Quintanilha Gomes, do Campus Campos Guarus, que faz parte do Nucleape, acredita que as discussões têm sido importantes.

 “Faz você repensar a sua prática e entender que quando você ouve o outro, você acaba ouvindo a si próprio”, afirma Rozana. “A docência é uma prática que se dá no dia-a-dia e esses momentos propiciam uma troca. O professor tende muito a ficar na sua posição de sala de aula, reclamando do aluno e o aluno pensa a mesma coisa do professor. Então, esses momentos aproximam essas questões em uma dimensão maior no sentido da gente fazer proposição e não ficar no achismo. Porque se a gente ficar só reclamando, a gente não sai do lugar. Falar de evasão, é falar do que não está funcionando, então vamos virar a página. Vamos ver as práticas que estão dando certo e viabilizá-las”.

 Atualmente, em todo o Brasil, existem 29 grupos de pesquisa sobre evasão e permanência nas Universidades; 16 em Institutos Federais; e quatro em outras instituições, o que propicia a produção e troca de conhecimento sobre o assunto.

 

Comunicação Social da Reitoria