SALA DE AULA INVERTIDA E A CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS GEOGRÁFICOS: UMA PROPOSTA PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II

Como alternativa para tornar o processo educativo mais dinâmico e incentivar o protagonismo
juvenil, utilizou-se a Sala de Aula Invertida, abordagem educacional baseada em
metodologias ativas em que os alunos estudaram os conteúdos previamente e o tempo das
aulas foi usado para resolver desafios e elaborar projetos. Para estimular a proatividade, a
autonomia e a criatividade dos estudantes, destacaram-se suas experiências cotidianas, as
quais foram associadas aos conhecimentos científicos. Nesse sentido, por considerar o
aprendizado um processo coletivo e interativo, a presente pesquisa fundamentou-se na teoria
sociointeracionista e utilizou o potencial pedagógico das Tecnologias Digitais de Informação
e Comunicação (TDIC) enquanto pressupostos para a implementação da Sala de Aula
Invertida. Partindo do objetivo de investigar se a inversão da sala de aula, associada as TDIC
e à teoria sociointeracionista, contribui para a construção de conhecimentos geográficos de
alunos do 8o ano do Ensino Fundamental II, utilizou-se a intervenção pedagógica como
método de investigação de uma pesquisa de caráter qualitativo. Para a coleta de dados, foram
usados questionários, atividades experimentais de demonstração e notas de campo. A fim de
planejar as ações desenvolvidas durante a inversão da sala de aula, elaboraram-se sequências
didáticas com atividades presenciais e tarefas para serem respondidas antes das aulas; e para
auxiliar o estudo prévio dos conteúdos, elaboraram-se recursos pedagógicos digitais,
chamados Objetos de Aprendizagem (OA). Tais materiais constituíram-se enquanto produtos
educacionais dessa pesquisa e abordaram os conceitos de região e de regionalização, bem
como a Regionalização em países capitalistas e países socialistas. Nesse contexto, a
implementação da abordagem educacional em questão ocorreu em uma escola pública
estadual, localizada em Conceição de Macabu, situada na região Norte fluminense. De modo
geral, os dados coletados foram analisados à luz dos referenciais teóricos, bem como por meio
da Análise de Conteúdos (AC) e revelaram que a implementação da Sala de Aula Invertida,
associada ao sociointeracionismo e a TDIC, demonstrou-se exitosa, pois houve indícios de
construção de conhecimentos geográficos pelos alunos, que apresentaram definições
conceituais abrangentes ao longo da aplicação da abordagem educacional em questão. Os
dados também revelaram que os OA e os processos de mediação e de interação desenvolvidos
ao longo deste processo foram fundamentais para a aprendizagem dos alunos, auxiliando na
compreensão dos conteúdos. A avaliação da Sala de Aula Invertida pelos alunos indicou a
satisfação destes com a proposta e com as atividades e os recursos pedagógicos digitais
utilizados. Quanto aos desafios encontrados durante a inversão da sala de aula, destacaram-se
a produção de recursos pedagógicos digitais, bem como a falta de autonomia de alguns
alunos, que ainda não possuem o costume de estudar os conteúdos previamente.