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Mostra de Extensão e Pós-Graduação
Minicursos, apresentações e mesa-redonda movimentam Semana Nacional de C&T
Logo no início da manhã, mais precisamente às 8h, alunos do Instituto Federal Fluminense, da Universidade Estadual do Norte-Fluminense (Uenf) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), já estavam a postos para apresentar seus projetos de extensão, que provém das mais diversas áreas do conhecimento científico e contemplam uma gama infinita de assuntos.
Como é pretendido por qualquer projeto de extensão universitária, os trabalhos apresentados buscam aproximar as instituições de ensino das comunidades que as cercam, suprindo as necessidades dos contextos em que estão inseridas. As apresentações deixaram claro que tais contextos abrangem não só moradores do entorno das unidades de ensino, como já é amplamente visto quando se fala em projeto de extensão, mas também outras instituições, profissionais, produtores rurais, e demais entes externos que precisam dos conhecimentos produzidos nas universidades para aperfeiçoarem suas práticas, sua profissão, sua formação, bem como repensar seus papéis na sociedade.
Um bom exemplo do caráter otimizante desses projetos é o trabalho apresentado pelas alunas Tatiana Oliveira e Bianca Barreto, sob coordenação da professora Renata Caldas. Elas são da Licenciatura em Ciências da Natureza do Campus Campos Centro do IFFluminense e propõem uma nova metodologia no ensino de física. “Vemos que o ensino de física atual é conteudista, pouco dinâmico e com pouca ênfase na prática de experimentos”, afirma Tatiana.
Cientes desse problema, as estudantes elaboraram um método de ensino baseado na aprendizagem significativa do psicólogo americano David Ausubel, que aproveita os conhecimentos que o estudante já leva sobre si, adquiridos fora da escola ou em aulas anteriores. A metodologia de ensino construída por Tatiana e Bianca consiste em cinco passos: Sequência Didática, fase inicial em que o professor identifica o conhecimento prévio do aluno sobre o assunto da aula; Situações-problema, etapa em que os alunos são convidados a refletir sobre um determinado fenômeno físico, sendo o recorte do trabalho os estudos de Interferência da Luz; Conceitos Fundamentais, quando o professor deve expor os fundamentos do assunto; Aprofundando os Conceitos, que é quando o aluno é apresentado a reflexões mais profundas sobre o tema; e, por último, a Avaliação Somativa, na qual o professor verifica o aprendizado do estudante. “Nosso objetivo é divulgar esse método de ensino nas escolas públicas de Campos dos Goytacazes”, explica Tatiana.
A programação também contou com o minicurso Propriedade Intelectual, ministrado por Eduardo Winter, que trabalha no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi); e com a mesa-redonda Conhecimento das Raízes Culturais Regionais e a sua Valorização com o Olhar da Ciência, composta pelos professores Clareth Reis (Uenf), Rogério Fernandes (IFFluminense) e Rodrigo Rezende (UFF), sendo mediada pelo diretor de Desenvolvimento de Políticas Estudantis, Culturais e Esportivas do IFFluminense, Gustavo Lopes.
O minicurso tratou de assuntos relacionados a patentes, autorizações de uso e cessão de direitos sobre artigos científicos, livros, projetos, máquinas, medicamentos, entre outros itens de mercado que estão diretamente ligados a ideias inovadoras que demandam proteção. Eduardo destacou que ficou satisfeito por terem incluído no evento um minicurso com a temática da Propriedade Intelectual, que, segundo ele "é muito importante para o desenvolvimento econômico, mas ainda pouco disseminada. Esse evento - diz Eduardo - feito por diferentes instituições é muito importante para alavancar a pesquisa científica e para a formação de recursos humanos para o cenário nacional da Ciência e Tecnologia, Inovação e áreas correlatas. É a primeira vez que participo e vejo que reúne as mais diferentes áreas e programas e propicia uma troca de experiências e de vivência, essenciais para a formação de um profissional, seja ele um pesquisador para universidade ou um profissional para o mercado", destaca.
Já a mesa-redonda abordou a importância de a academia valorizar os estudos das tradições do espaço geográfico em que está inserida, bem como os povos que historicamente constituem sua realidade. As falas dos professores chegaram a um ponto em comum de que a análise científica dessas realidades deve contribuir para minorar os preconceitos raciais e para ser agente de transformação das condições sociais de classes menos favorecidas por serem vítimas de preconceito. A coordenadora de Política Culturais e de Diversidade do IFFluminense, Kátia Macabu, assistiu às discussões trazidas pela mesa e avalia positivamente a pertinência do debate. “A mesa-redonda trouxe uma discussão importante sobre a presença africana, componente das nossas raízes culturais, em Campos e região. Além disso, expôs visões plurais, já que há professores de três instituições diferentes, o IFF , a UFF e a Uenf”, diz.
O evento prossegue até a próxima sexta-feira, dia 21 de outubro. Confira a programação completa AQUI.
Comunicação Social da Reitoria