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PIBID
Campus Centro recebe Café Literário da escola estadual D. Otaviano de Albuquerque
O elenco e o desafio de resumir a rica história do Brasil (Foto: Rakenny Braga).
Alunos do Colégio Estadual Dom Otaviano de Albuquerque apresentaram nessa segunda-feira, 22 de outubro, no Auditório Cristina Bastos, a peça teatral "Brasil, vou cantar-te nos meus versos". A apresentação é parte do Café Literário promovido pelo colégio estadual há cerca de dez anos. Pela primeira vez, o evento ultrapassa os muros e visita uma outra instituição de ensino. Os alunos estiveram com o espetáculo também no Teatro de Bolso, no início do mês.
A ideia surgiu dos bolsistas da Licenciatura em Geografia integrantes do Programa de Iniciação à Docência (PIBID) no colégio. "Passamos a ideia para a coordenadora Raquel Callegario, ela abraçou e então em duas semanas começamos a organizar", revela Ruan Barreto, licenciando em Geografia e bolsista do Programa. Ele acrescenta que "a intenção do PIBID não se resume à sala de aula, mas ser algo diferente para as escolas, trazer algo que agregue." Alunos de todo o CE Dom Otaviano participaram do evento, do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. Entre eles, Emerson Leonardo, aluno do 2º ano:
- É a primeira vez que participo do Café Literário, mas já participei do teatro da escola. E achei interessante mostrar a história do Brasil, do início até agora. Eu fiz apresentação na parte da ditadura, e fiz a fala que abriu o teatro, dizendo que "o Brasil era um lixo". Foi muito bom e gratificante, conversou com tudo que aprendemos nos livros. - conta ele.
Resumo do Brasil - O professor de Língua Inglesa, Antonio Cardoso, que tem formação em Letras Português-Inglês e as respectivas literaturas, contou com sua base literária e o conhecimento dos demais professores que agregaram na montagem dessa edição do café literário:
- O objetivo foi analisar, refletir criticamente, artisticamente, o Brasil sob a luta de seus povos. Um país com uma diversidade cultural e de povos tão grande, e alguns brasileiros se dão o luxo de dizer que não amam a nação, porque não entendem a nação. Nós tivemos como fio condutor a chegada dos portugueses e o extermínio dos povos indígenas, passamos pela escravidão, pelos abusos contra o negro e os reflexos disso até hoje na nossa sociedade, e por fim, o momento dramático da ditadura militar, trouxemos para a reflexão, porque sabemos que o país hoje sofre reflexos ainda desse tempo. E no final, que foi o momento de descontração, marcando o que o Brasil tem de melhor, que é a alegria de seu povo.- descreve Antonio.
Em agradecimentos ao colégio, ao Instituto Federal do Campus Centro e aos alunos do Dom Otaviano, o professor Antonio discursou para os espectadores sobre a importância do ensino público de qualidade e quebra de paradigmas:
"Quando eu fui trabalhar na periferia da cidade, na entrada da cidade, eu jamais poderia imaginar que eu poderia encontrar alunos com essa garra. Porque nós trazemos entre nós, infelizmente, um preconceito arraigado de que o que é bom está no centro, o que é bom está no asfalto. Então quando a gente vai para uma escola de periferia e vê essa qualidade de aluno, a gente se emociona de ver que não é o lugar de onde a gente vem que determina nosso futuro." O professor foi muito aclamado e contou sobre a sua "alegria de poder pisar com o Dom Otaviano no Instituto Federal."