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“Este foi, sem dúvida, o Novembro Negro mais emocionante que já vivenciei”, afirma coordenador do Neabi
"Vimos a escola pulsar: alunos atentos, emocionados, envolvidos; servidores unidos; atividades que tocaram profundamente quem participou", avaliou o professor Wedson Pacheco.
O Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Bom Jesus realizou, no dia 26 de novembro, a programação central do Novembro Negro, reunindo estudantes, servidores e membros da comunidade externa em um dia de debates, apresentações e reflexões sobre identidade, memória e enfrentamento ao racismo. Ao longo do mês, o campus também promoveu ações exclusivas para os estudantes, como viagens técnicas, rodas de leitura e momentos de diálogo.
Coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), o professor Wedson Pacheco destacou o quanto esta edição foi marcante para a comunidade escolar. Segundo ele, os relatos compartilhados durante as atividades revelaram experiências profundas e, muitas vezes, silenciadas. Para Wedson, a escuta dos estudantes reforçou “a certeza de que a luta antirracista é urgente e inegociável”.
O professor também ressaltou o compromisso institucional na promoção de políticas de enfrentamento ao racismo. Ele lembrou que o Neabi, em parceria com o Nugedis e o Nasce, tem fortalecido espaços de diálogo. “Cada atividade do Novembro Negro foi pensada para reafirmar que a escola pode — e deve — ser um território de combate ao preconceito e de afirmação da identidade negra e indígena”, explicou. Wedson ainda reconheceu o esforço dos docentes que defendem e aplicam as Leis 10.639/03 e 11.645/08, mesmo diante de desafios estruturais: “A resistência desses profissionais fortalece nossa missão e garante que a escola brasileira não retroceda em direitos conquistados.”
A estudante Anna Clara Souza participou pela primeira vez como palestrante. Ela avaliou o evento como acolhedor e bem organizado, destacando a energia das atividades e a abertura para que mais pessoas se sentissem confortáveis em participar. “Foi lindo cada momento, da roda de capoeira à apresentação do Colhendo Memórias”, disse.
Anna Clara contou que compartilhar sua vivência como jovem negra de Bom Jesus foi uma experiência especial e emocionante. Ao narrar situações que enfrenta diariamente e incentivar outras pessoas a não desistirem da busca por justiça, ela ressaltou a importância de espaços como o Novembro Negro. “Poder compartilhar com as pessoas que já passaram por situações parecidas e incentivá-las a não desistirem foi uma experiência emocionante para mim”, considerou.
A programação deste ano contou com participações da comunidade interna e externa, com a presença do grupo Bate Latas, de Natividade; o grupo Pérolas Negras; e o Coletivo Colhendo Memórias; exposições de livros cartoneros, cartazes e máscaras africanas modeladas em argila, além das diversas rodas de conversa, oficinas e mesas redondas sobre os mais variados temas. A comissão organizadora destaca que esta edição reafirmou o compromisso do IFF Bom Jesus com a construção de uma educação antirracista, crítica e transformadora, fortalecendo espaços de escuta, acolhimento e consciência coletiva.
Mais informações sobre a programação estão disponíveis em https://eventos.iff.edu.br/novembronegro2025-bji
Confira as fotos do evento no Instagram do IFF Bom Jesus.