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“Houve um grande aquilombamento”, afirma coordenador do Neabi sobre Novembro Negro
Evento foi realizado com a parceria de estudantes e servidores, além de convidados externos.
O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Bom Jesus do Itabapoana realizou mais uma edição do tradicional Novembro Negro. Nos dias 06, 07, 08 e 09 a escola se tornou palco de discussões sobre racismo, estrutura racial, empoderamento, territorialidade e resistência, envolvendo estudantes, servidores e convidados externos em uma programação diversificada, com palestras, rodas de conversa, oficina, atividade cultural e até desfile de beleza.
“É necessário desconstruir um papel de subalternidade que sempre foi atribuído à população preta e mostrar cada vez mais nos espaços midiáticos os pretos e as pretas empoderados, para que sirvam de inspiração para os outros que ainda não se empoderaram”, afirma o coordenador do Neabi do campus, professor Wedson Pacheco.
Segundo o professor, discutir o assunto e promover a consciência negra é um meio de levar as pessoas a repensarem suas práticas. “A consciência negra é isto: um misto de conscientização da importância do preto na sociedade, do reconhecimento do valor, da cultura e da luta de pessoas pretas que não se calaram e levantaram a cabeça contra o racismo. Mais do que uma ideia ou conceito, a consciência negra é uma espécie de prática que dá ‘movimento’ aos movimentos sociais”, disse.
O primeiro dia de evento promoveu três rodas de conversa, sobre a obra “Pequeno manual antirracista”, de Djamila Ribeiro; “Racismo no esporte” e “O que é lugar de fala?”. As discussões seguiram com a palestra “Origem da estrutura racial, do ponto de vista biológico e sociológico”, ministrada pela convidada Camila Dutra Pimenta, que é professora de Biologia e Ciências, com pós-graduação em Biotecnologia. Atuante nas redes sociais, ela aborda temas relacionados a raça, gênero e classe em seu perfil no Instagram desde 2020.
Uma das atividades de destaque dentro da programação foi a oficina de empoderamento, realizada pelo Núcleo de Gênero e Diversidade (Nugedis), seguida pelo “Desfile da Beleza Negra”. Maquiagem, cabelo, vestuário, reconhecimento, valorização e diversos outros temas foram abordados pela proposta, promovendo um espaço de diálogo, pertencimento e beleza entre os participantes.
Outra ação que sempre está presente no Novembro Negro é a roda de capoeira, mais uma vez conduzida pelo professor André da Silva Oliveira, mais conhecido como Marreta. Símbolo da expressão cultural afro-brasileira, a capoeira é composta por elementos musicais e movimentos corporais da dança e das artes marciais, o que sempre encanta os presentes.
O Novembro Negro foi elaborado pelo professor Wedson Pacheco e realizado por uma comissão composta por servidores e bolsistas do Campus Bom Jesus. “Houve um grande aquilombamento”, considerou Wedson. A programação completa e mais informações estão disponíveis no site do evento.