CAMPUS BOM JESUS DO ITABAPOANA

Notícias

Especial

Agosto Indígena no IFF Bom Jesus: Reflexão, Resistência e Conhecimento

por Neabi do Campus Bom Jesus do Itabapoana publicado 29/08/2025 17h40, última modificação 29/08/2025 17h59
Evento ofereceu um dia inteiro de palestras e oficinas com discussões e debates sobre aspectos culturais, sociais e históricos relacionados aos povos originários.
Agosto Indígena no IFF Bom Jesus

Alunos e servidores prestigiaram as atividades.

Agosto é lembrado como o mês dos povos originários em diferentes lugares do mundo. A razão está no Dia Internacional dos Povos Indígenas, instituído pela ONU em 9 de agosto de 1994, que convida a humanidade a refletir sobre a importância das culturas indígenas, a riqueza de seus saberes e a urgência da garantia de seus direitos. No Brasil, a data ganhou novas dimensões e o mês se tornou também o Agosto Indígena, período de celebração, luta e reconhecimento da presença viva e atual dos povos originários.

O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Bom Jesus do Itabapoana, em parceria com docentes da área de Humanidades, organizou o Simpósio dos Povos Originários. O evento foi inspirado na Lei nº 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena na educação básica. Mais do que uma exigência formal, a legislação é um chamado para que as escolas e universidades descolonizem seus currículos e reconheçam que o Brasil não se entende sem a contribuição vital dos povos indígenas e africanos.

Para o professor de Geografia Wedson Felipe, coordenador do Neabi do campus, a realização do simpósio é um passo fundamental nesse processo. “Eventos acadêmicos sobre povos originários são essenciais para cumprir a Lei nº 11.645/2008, promovendo a descolonização do currículo, combatendo o preconceito, valorizando a diversidade cultural brasileira e formando cidadãos mais conscientes e respeitosos com as culturas originárias que são parte do presente do Brasil, não apenas do passado”, considerou.

O simpósio foi marcado por debates, palestras e oficinas, contando com a participação de lideranças indígenas como Opethara Puri, que é educadora do campo, agente de desenvolvimento socioambiental e artesã, do povo Puri; e Remu Flor Goitacá, indígena do povo Goitacá, de Campos dos Goytacazes (RJ). Para os organizadores do evento, a presença dos representantes fortaleceu o diálogo intercultural e reafirmou que a luta dos povos indígenas está enraizada não apenas na memória histórica, mas também nas práticas cotidianas e nas resistências atuais.

As atividades envolveram professores da área propedêutica e técnica, os bolsistas Vinicius Amichi e Ádrian Benaia, estudantes do Curso Técnico Integrado em Agropecuária, e toda a comunidade acadêmica. “Mais do que um evento pontual, trata-se de um projeto contínuo, que reafirma o compromisso do IFF com uma educação crítica, inclusiva e decolonial”, concluiu Wedson. “O Agosto Indígena foi um chamado à reflexão: compreender que os povos originários não pertencem ao passado distante, mas compõem o presente do Brasil, com suas lutas, saberes e modos de vida. Um presente que insiste em resistir, existir e ensinar”, concluiu.

Além de palestras e oficinas, os estudantes também participaram ministrando seminários e apresentações sobre grupos étnicos indígenas no Brasil. Salas temáticas organizadas pelo Centro de Memória, coordenado pelo professor Fabrício Pereira, de História, também foram disponibilizadas aos visitantes. Toda a programação do simpósio está disponível em eventos.iff.edu.br/neabi-bji-simposiopovosoriginarios2025.

Agosto Indígena no IFF Bom Jesus

Estudantes e servidores que desejarem participar das ações do Neabi podem acompanhar as atividades do Núcleo pelo Instagram @neabi_iffbomjesus