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Alunas do IFF Bom Jesus ministram oficinas em evento de apicultura em Santa Maria Madalena

por Comunicação Social do Campus Bom Jesus do Itabapoana publicado 15/12/2023 10h40, última modificação 15/12/2023 11h08
Discentes foram orientadas pelo professor Geraldo Pereira Junior, coordenador do setor de apicultura do campus.
I Expo Abelhas - Sentinelas da Natureza

Cerca de 60 participantes prestigiaram o evento.

O Instituto Federal Fluminense Campus Bom Jesus do Itabapoana vem se tornando referência no estado do Rio de Janeiro quando o assunto é apicultura. A credibilidade alcançada pelo setor tem levado instituições, eventos e pesquisadores a procurarem o campus para ações de capacitação, orientação, consultoria, pesquisa, entre outras iniciativas. Na última sexta-feira, dia 08 de dezembro, a equipe do laboratório de apicultura foi convidada para participar da I Exposição Abelhas - Sentinelas da Natureza, onde estudantes do Curso Superior de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CTA), orientadas pelo professor Geraldo Pereira Junior, coordenador do setor, ministraram três oficinas sobre a área. 

O evento aconteceu no Horto Central Florestal Santos Lima, em Santa Maria Madalena (RJ), e contou com a presença de autoridades da área ambiental, produtores rurais, estudantes, pesquisadores e demais interessados no debate sobre a função das abelhas para manutenção da vida e da biodiversidade nos ecossistemas. Uma das temáticas discutidas foi a ameaça de extinção de algumas espécies, o que compromete a polinização. “Apresentar essa problemática foi imprescindível para sensibilizar os participantes sobre a necessidade de mudanças de comportamentos na relação entre humanos e abelhas. O desafio é encontrar soluções aplicáveis para a conservação desses polinizadores”, explica o professor Geraldo Pereira. “Nós do IFFluminense destacamos a importância de se praticar uma apicultura racional, tecnificada e conservacionista, preocupada com as boas práticas de manipulação dos produtos apícolas para se garantir a qualidade final dos produtos”, acrescenta. Segundo ele, essa proposta vai de encontro ao conceito de apicultura sustentável, pois concilia os ganhos econômicos, sociais e ambientais.

A pesquisadora e ambientalista Maria Cristina Affonso Lorenzon, colaboradora técnica do evento, elogiou as ministrações e ressaltou a relevância da divulgação científica sobre a temática da exposição, que, segundo ela, tem por objetivo resgatar a necessidade de transmitir uma imagem de conservação, ecologia, sanidade, do uso racional dos produtos da abelha e de outros polinizadores. “Foi um prazer ter recebido a equipe do IFF Bom Jesus, que nos premiou com pessoas dedicadas às pesquisas e à difusão de tecnologia. Que a gente dê continuidade a esse tipo de difusão dos conhecimentos técnicos que estão presentes nos Institutos Federais e nas universidades”, desejou. Os assuntos abordados pelas alunas do Campus Bom Jesus foram composto de mel, preparo do extrato de própolis e boas práticas na manipulação dos produtos apícolas.

Zuleica Maria Moreira, gestora do horto que sediou o evento, afirma que se surpreendeu com as informações compartilhadas pela equipe do IFF Bom Jesus. “Entendemos a importância do trabalho e das pesquisas que são desenvolvidas por eles, em relação ao manejo adequado, às boas práticas para o manuseio dos alimentos. Aprendemos muita coisa e tudo o que mostraram foi muito interessante. Estou muito agradecida pela presença e por tudo que nos passaram e nos proporcionaram neste dia”, disse. 

Quem ensinou também teve a oportunidade de aprender com a programação. A estudante Janciele de Souza Guedes, bolsista do Laboratório de Mel, conta que estar entre pesquisadores e profissionais experientes do setor foi gratificante. “Participar do evento de forma direta tem um valor inimaginável. O contato com pessoas que dominam o assunto, principalmente de alguns dos maiores nomes da apicultura do país e poder apresentar nosso projeto, falar sobre o nosso trabalho, foi muito importante. Para a nossa formação e desenvolvimento foi algo realmente extraordinário”.

Antônia Felipe dos Santos Mendes, também aluna do CTA, elogiou a organização e a receptividade dos participantes. “Criou-se um ambiente confortável para a troca de saberes, o que tornou tudo ainda mais especial. Experiências assim contribuem para a nossa formação profissional, mostrando novas formas de pensar e ver como as coisas são e podem ser. Senti que houve uma grande mudança e me ajudou a evoluir e melhorar cada vez mais”, avaliou. A discente Marcela Gomes Oliveira concorda: “O contato com pessoas mais experientes nos permite uma visão maior do que hoje estudamos, que ainda é bem raso perto do que temos para conhecer. Esses encontros nos fazem enxergar possibilidades que ainda temos para conquistar”, ponderou, ansiosa pela próxima oportunidade de reencontrar os novos colegas e pesquisadores.

A exposição contou com a presença de representantes de importantes instituições e órgãos, como o zootecnista Leonardo Oliveira de Souza, do Centro Brasileiro de Sustentabilidade. Ele cita a importância econômica do setor para a região e os planos de desenvolvê-la a partir da meliponicultura, com boas expectativas para impactos de curto prazo no município e entorno. “Um dos objetivos do evento é tentar renovar a cultura aqui na região. Santa Maria Madalena tem um entreposto de mel sensacional, uma estrutura incrível, talvez uma das melhores no estado, mas hoje passa pela necessidade de um fomento para trazer os produtores nessa rearticulação, com foco em voltar a tornar esse entreposto não só produtivo, mas um excelente negócio. Tenho certeza que a participação do IFFluminense colaborou demais para isso”.

Oportunidades de trabalhos colaborativos também nasceram da interação entre os pesquisadores e profissionais durante o evento, o que, segundo a pesquisadora Marcelita França Marques, do grupo de Pesquisa e Extensão em Ecologia de Abelhas e Polinização da Uenf, é fundamental para a ampliação da divulgação científica e fortalecimento dos esforços coletivos na promoção da preservação das abelhas e da sustentabilidade ambiental. “Tivemos a oportunidade de compartilhar nosso trabalho, expondo caixas entomológicas com abelhas nativas; realizamos uma oficina sobre diversidade e importância de abelhas nativas, onde enfatizamos a colaboração fundamental com outras instituições renomadas, que apresentaram outras pesquisas complementares e cruciais; e distribuímos materiais informativos diversos”, pontuou.

A I Exposição Abelhas - Sentinelas da Natureza aconteceu nos dias 08 e 09 de dezembro e contou com apoio da Emater-RJ, Sebrae, Horto Central Florestal Santos Lima, Instituto Resgatando o Verde, IFF Bom Jesus, UFRRJ, Uenf, Inea, Fiocruz e Prefeitura de Santa Maria Madalena.