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Estudantes do Técnico em Química dão show no Chemistry’s Got Talent
A ideia de performar em frente a uma plateia pode parecer assustadora para algumas pessoas. Arriscar-se na mostra de um talento recém-descoberto ou até naquele já lapidado há anos nem sempre é uma tarefa simples, mas para os estudantes do segundo ano do Curso Técnico Integrado em Química foi inesquecível. Não bastasse a ansiedade que já seria natural no idioma nativo, eles se desafiaram em uma segunda língua - o inglês - e o resultado foi uma noite marcada por sorrisos, criatividade, superação e muito orgulho.
O Chemistry’s Got Talent (CGT), idealizado e orientado pela professora Ana Muniz, do Instituto Federal Fluminense Campus Bom Jesus do Itabapoana, foi a culminância de um trabalho realizado durante todo o ano letivo de 2023, que chega ao fim na próxima semana, dia 06 de fevereiro de 2024. O planejamento envolveu etapas que foram divididas ao longo dos quatro bimestres da disciplina de inglês, que, no Curso Técnico em Química, é oferecida apenas até o segundo ano. A primeira etapa foi a de divisão de grupos e, durante o segundo bimestre, cada equipe deveria apresentar as ideias para suas apresentações. No terceiro bimestre aconteceram as audições, em apresentações privadas, restritas à professora. Por fim, familiares, amigos, colegas de turma e servidores da casa prestigiaram o encerramento de tanto esforço, que surpreendeu até aqueles que já sabiam de cor o que deveriam fazer.
“No início, quando a nossa professora apresentou a ideia do CGT, eu achei loucura. ‘Como vamos organizar um evento grande que tenha a presença dos nossos familiares?’”, lembra o aluno João Pedro Paes Leme Decimoni. Ele não estava errado ao pensar que seria uma experiência desafiadora, mas talvez não imaginasse que seria também uma oportunidade para grandes aprendizados, como destaca Bianca Monteiro Giacomini. “O CGT foi uma forma de me conectar com meus colegas, porque a gente tinha que entrar em consenso sobre várias coisas. Todo mundo tinha que trabalhar junto, e, assim, muitas pessoas que não conheciam algum lado de um colega acabaram conhecendo mais um aos outros”, considerou.
A presença de familiares e amigos tornou o evento ainda mais especial, aumentando a expectativa e o desejo de fazer tudo exatamente como o planejado. “Foi a primeira vez que me soltei para tanta gente. Ter a minha mãe, meu padrasto, meus amigos presentes ali, foi muito importante para mim. Acho que, com eles ali, eu consegui me soltar. Eu os vi e falei ‘minha mãe está ali, não posso fazer feio’. Foi muito divertido e fui muito elogiado nessa experiência. Só tenho a agradecer por essa oportunidade, que foi incrível”, conta o aluno Fábio Cristiano Vieira da Silva Junior.
Foi incrível também para a professora Ana Muniz, que pela segunda vez realizou o evento. Mais do que uma proposta pedagógica, o objetivo era criar boas memórias, conexão, e desenvolver habilidades que vão além do domínio de um segundo idioma. “Eu queria fazer algo para ficar na memória. Sabe aquelas lembranças de ensino médio que ninguém esquece? Eu queria que fizessem isso, que tivessem isso, assim como eu me lembrar deles, assim, com carinho”, afirmou. A meta foi alcançada, como relata a aluna Jeniffer de Souza Madeira: “o melhor de tudo foi ver o carinho dos professores, o rosto e a alegria deles, cada palavra que nos emocionou. Eles estavam realmente orgulhosos e a gente com certeza vai levar o momento, as lembranças de cada professor, cada pai, cada responsável, cada irmão. Foi com certeza a melhor experiência que eu pude ter. O CGT vai ficar sempre na minha memória”.
Ana elogiou o comprometimento, responsabilidade e protagonismo dos estudantes, além do nível da qualidade das apresentações, que surpreendeu do figurino às interpretações. “Tudo o que aconteceu foi porque eles fizeram. Valorizo o meu trabalho, mas eles fizeram acontecer, foram os grandes protagonistas. E eles se sentiram muito orgulhosos”, ressalta, compartilhando também seu orgulho e o privilégio de observar o crescimento de cada discente no processo.
“Por fim, eu fiquei num lugar, digamos, privilegiado, porque eu conseguia ver movimentos que eles mesmos ainda não viam, de dar força, incentivo. Eles conseguiam ver o que eles tinham de melhor neles mesmos e uns nos outros”, recorda a educadora. Com carinho, ela resume o que foi a experiência para sua prática docente. "Talvez isso tenha me lembrado, feito trazer à memória, aquilo que deve dar esperança a qualquer professor: essa chama. Eu queria isso quando escolhi ser professora, e aconteceu”.
Expectativa - O sucesso do Chemistry’s Got Talent foi tão grande que o ano letivo de 2024 ainda nem começou, mas a mobilização dos futuros alunos do “Segundo TQ”, protagonistas da edição 2024 do CGT, já. “Eu não tenho nem a opção de não fazer com eles, porque a turma já está toda organizada para o que vão fazer no show de talentos 2024”, brinca Ana. “Fico muito feliz, porque rola muito talento, muito afeto e o que eu acredito que seja a educação: esse processo de muitas afetações, todos sendo afetados e eu também”. A próxima edição do Chemistry’s Got Talent acontecerá em dezembro, mas, até lá, um ano inteiro de atividades e muito entusiasmo espera pelos discentes.