Imagine conhecer o interior de um supercomputador! Alunos do terceiro ano do Curso Técnico em Informática e do quinto período do Curso Superior em Engenharia de Computação do Instituto Federal Fluminense Campus Bom Jesus do Itabapoana tiveram essa oportunidade. Eles visitaram o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ), e viram de perto o Santos Dumont, maior computador da América Latina dedicado à pesquisa científica.

Para entender o quão “super” ele é, uma simples comparação com máquinas de uso pessoal dão uma ideia de proporção: notebooks e desktops domésticos costumam ter, em geral, de um a 16 núcleos de Unidades Centrais de Processamento (as famosas CPUs). O SDumont possui mais de 36 mil núcleos, refrigerados por um sistema que impressionou os visitantes. Para manter todos os processadores em funcionamento, são consumidos cerca de 500 mil reais de energia elétrica por mês.

Pedro Henrique Rocha de Andrade, futuro Técnico em Informática, afirma que obter esse conhecimento sobre supercomputadores foi a melhor parte da visita, por não ser um assunto presente no cotidiano e ser algo inserido no mercado de trabalho das grandes companhias de tecnologia. “Aprendemos diversas coisas novas, mas também aplicamos a teoria que aprendemos nas matérias técnicas desde o primeiro ano, em arquitetura de computadores, em sistemas operacionais. Isso ajudou bastante a visualizar o que aprendemos e sua aplicação, coisa que nem sempre é possível no ambiente escolar”, afirma o estudante, para quem estar “literalmente dentro de um supercomputador” foi uma experiência inesquecível.

Grupo se impressionou ao visitar o interior do supercomputador.	Biblioteca possui mais de 54.900 volumes disponíveis para consulta.

O grupo também conheceu a biblioteca do LNCC, onde estão reunidas obras especializadas e inúmeras pesquisas realizadas no SDumont. A biblioteca possui sala de estudos, é aberta ao público e despertou o interesse dos alunos, que logo se espalharam para observar as publicações. “Eles se interessaram muito pelos temas, porque eram todos da área de informática. Então sempre achavam algo que já estudaram ou sobre o qual tinham curiosidade”, conta a professora Ana Mara de Oliveira Figueiredo, que acompanhou os discentes.

De olho na atuação profissional e nas possibilidades de investigações futuras, o graduando Halisson José Soares da Rocha pretende utilizar o acervo disponibilizado pelo LNCC para sua formação. “Gostei de conhecer os temas das obras e de saber que eles nos permitem passar o dia consultando os documentos. Isso pode ser muito relevante para pesquisas futuras e é algo que posso precisar para solução de problemas na Engenharia da Computação”, prevê.

Como em uma volta ao passado, os visitantes também se impressionaram com as coleções antigas do Laboratório, que guarda dispositivos desconhecidos pela maioria. Um Macintosh antigo, os extintos disquetes e os primeiros modems existentes no Brasil foram alguns dos objetos observados durante a visita.

Segundo Ana Mara, a experiência foi importante para que os alunos conseguissem ter uma ideia de como funciona uma instituição que faz computação científica, com equipamentos superpotentes. “Eles ficaram muito surpresos, porque é algo muito distante do que vemos no dia a dia. Também ouviram sobre as pesquisas que são feitas lá, incluindo a importância que o LNCC teve para as investigações relacionadas à Covid, à vacina. Então eles ficaram muito interessados”, relata.

Mais informações sobre o Santos Dumont estão disponíveis no site do LNCC. Também é possível fazer um tour virtual 360º pelo interior do supercomputador AQUI.