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O bom filho à casa torna: egressos participam como palestrantes da Mostra do Conhecimento
Neyara Barbosa e Fernando Victor Severino usam técnicas aprendidas no IFF para empreender. Em breve abrirão uma empresa na área.
As vagas oferecidas para os minicursos “Massas Folhadas” e “Princípios de Confeitaria: técnicas e receitas” foram poucas para o número de interessados em aprender sobre as áreas. A grande procura surpreendeu Therys Castro, Neyara Barbosa e Fernando Victor Severino, responsáveis pelas ministrações. Assumir o lugar dos mestres não é uma tarefa fácil, principalmente na instituição onde aprenderam o que agora ensinam. O desafio, contudo, foi aceito com orgulho e gratidão pelos palestrantes.
Therys é técnica em Alimentos, formada pelo IFF Bom Jesus e, atualmente, aluna de Engenharia de Alimentos na Universidade Federal de Viçosa. Durante sua formação técnica, teve oportunidade de desenvolver a habilidade em panificação para participar da etapa nacional da World Skills 2016. Na época, o setor da área não existia no campus e, orientada pela professora Katia Kawase, a estudante passou muitas horas dos fins de semana no laboratório de frutas, onde aprendeu e praticou receitas, técnicas e os desafios propostos pela competição.
Mise em place, sovar, folhar, preparar… procedimentos que despertaram nela, no passado, o mesmo brilho nos olhos vistos nos participantes do minicurso “Massas Folhadas”. “Na primeira vez que preparei o mousseline de maracujá (creme de origem francesa), não sabia o sabor que teria. Acho que foi a mesma reação deles, quando viram manteiga, ovo, amido, maracujá e açúcar obterem um sabor e textura únicos”, lembra. A abertura dos alunos a uma temática incomum no dia a dia foi o aspecto mais tocante do curso para ela. “Ver a importância que deram às técnicas francesas e a preocupação em reproduzi-las em casa mostra o interesse e gratidão deles”, disse. Para ajudá-los, ela disponibilizou uma apostila com adequações das técnicas que possibilitam a prática em casa.
Fernando Victor Severino é confeiteiro e formando do curso técnico concomitante em Alimentos. Sua noiva, Neyara Barbosa, é cientista de alimentos, também formada pelo IFF Bom Jesus. Juntos abrirão uma empresa de panificação e, durante a Mostra do Conhecimento, compartilharam seus conhecimentos e experiência em um minicurso sobre a arte da confeitaria: princípios, técnicas e receitas. Uma turma de 20 vagas foi a oferta inicial do casal, que precisou abrir novas turmas para atender aos mais de 60 inscritos. “Uma experiência que jamais imaginamos viver. Quando me vi como palestrante... nossa! Foi inacreditável, mais que um sonho. Aprendemos mais que ensinamos”, resumiu Neyara.
Ver que ex-alunos não só continuaram na área de formação, como também estão empreendendo e aptos a compartilhar os conhecimentos obtidos nos cursos oferecidos pelo IFF Bom Jesus é motivo de satisfação para os professores. Kátia Kawase acompanhou de perto a evolução dos três ao longo dos cursos e conta que a interação é diferente, quando o assunto é abordado de aluno para aluno. “Os estudantes participaram, competiram, e é de uma forma diferente. É um conteúdo que abordamos em sala de aula, até em atividades práticas, mas é diferente. Parece que de aluno para aluno funciona melhor. E as temáticas são de Trabalhos de Conclusão de Curso ou de projetos desenvolvidos aqui. Isso é uma satisfação muito grande: tanto a verticalização quanto o empreendedorismo e a utilização do conhecimento produzido aqui”, confessa.
Alunos egressos de outros cursos e até estudantes que ainda não concluíram a formação no IFF Bom Jesus também ofereceram atividades durante a VII Mostra do Conhecimento. Para o diretor-geral do campus, Carlos Antônio Araújo de Freitas, isso demonstra a capacidade de desenvolvimento proporcionado pela instituição aos estudantes que se dedicam às diversificadas formações oferecidas por meio não só dos cursos técnicos e superior, mas também por projetos e ações junto à comunidade, como é a Mostra do Conhecimento.