O Instituto Federal Fluminense Campus Bom Jesus do Itabapoana vem acumulando conquistas na área de astronomia nos últimos anos. Diversos estudantes já se destacaram nas Olimpíadas de Astronomia, na Mostra Brasileira de Foguetes e até em competições internacionais da área. A responsável pela orientação e incentivo que levou a tantas conquistas é a professora Ana Cecília Soja, doutora em Astronomia com ampla experiência no assunto. 

Ao vasto currículo de Ana Cecília foi acrescentado recentemente o cargo de coordenadora nacional da Organization of Astronomy for Education (OAE), escritório vinculado à International Astronomy Union (IAU), uma associação que reúne astrônomos do mundo inteiro com o objetivo de promover e desenvolver a ciência da astronomia. A OAE possui escritórios em vários países, sendo eleitos até cinco coordenadores para cada nação. Ana é a única representante brasileira e terá um mandato de cinco anos, que se encerra em 2029.

Entre os dias 26 e 28 de maio ela esteve em Córdoba, na Argentina, em um evento que contou com a participação dos coordenadores nacionais de diversos países da América Latina, incluindo Chile, Venezuela, Uruguai, Argentina, Bolívia, Peru e Colômbia, além do Brasil. Na ocasião, Ana Cecília apresentou as características do Brasil, os avanços do país em Astronomia para a Educação e alguns dos trabalhos desenvolvidos aqui, como o projeto ”Mulheres no Céu”, em que a pesquisadora analisa a representação feminina nas constelações ocidentais. Ela defende que as figuras reforçam estereótipos de gêneros e propõe maneiras de abordar criticamente essas histórias em atividades de divulgação de ciências, buscando fomentar o debate sobre o papel da mulher na sociedade.

A docente acredita que a participação no evento mostra a consolidação do IFF Bom Jesus na área de pesquisa e desenvolvimento na astronomia. “Já temos um grupo forte, que mostra bons resultados; temos uma forte ligação com o ensino de astronomia; já levamos projetos na área, tanto em pesquisa quanto em ensino, a diversos congressos do Brasil e do mundo; fomos campeões em feiras de ciências com projetos relacionados à astronomia… Então todas essas atividades mostram como estamos inseridos no universo do ensino e pesquisa de astronomia no Brasil e o fato de eu ser a representante nacional neste escritório internacional consolida essa vertente de pesquisa do campus e da instituição”, analisa a professora, que ressalta também as potencialidades do Brasil na área, evidenciadas, por exemplo, na Olimpíada de Astronomia da Sociedade Astronômica Brasileira, que alcança cerca de 1,5 milhões de pessoas.

Além de apresentações dos coordenadores, programação do evento promoveu visitas guiadas e conferências com pesquisadores.

A reunião em Córdoba possibilitou também a troca de ideias e experiências entre os coordenadores de outros países latino-americanos. “Culturalmente os países da América Latina são muito semelhantes, então às vezes temos desafios semelhantes também. O evento permitiu o fortalecimento dos laços culturais e que pudéssemos, a partir de nossas similaridades, construir diretrizes, orientações e estratégias para cada vez mais difundirmos a astronomia na educação”, analisou Ana Cecília.

Mais informações sobre a programação estão disponíveis no site do evento.