Uma tecnologia simples, mas inovadora, promete mudar a rotina de quem trabalha diariamente sob o sol nas praias de Cabo Frio. O projeto de extensão “Trabalhadores do Turismo”, desenvolvido por professores e estudantes do Instituto Federal Fluminense (IFF) – Campus Cabo Frio, criou um protótipo de carrinho de alimentos com o uso da energia solar fotovoltaica para o cozimento dos alimentos, substituindo o uso do tradicional gás liquefeito de petróleo (GLP) por uma solução limpa, segura e sustentável.

 A proposta, coordenada pelas professoras Karla Maria Rios de Macêdo e Evelyn Barbosa, e pelo professor Marlon Mendes de Oliveira, une pesquisa, inovação e impacto social. A equipe de trabalho é formada pelos estudantes Davi Goulart Portela, Eduarda da Mata Cardoso, Rosimar Fernandes da Costa, Gabriel da Costa dos Santos e Lucas Fortunato, dos cursos superiores de Hotelaria e Engenharia Mecânica.

 O ponto de partida foi a investigação das condições de trabalho dos vendedores ambulantes que atuam na orla da cidade, onde os alunos realizaram entrevistas e acompanharam de perto a rotina desses trabalhadores, observando desde o transporte dos carrinhos até a manipulação do GLP. As informações coletadas ajudaram a compreender os desafios enfrentados e a pensar soluções adequadas à realidade local.

 Com base nesse diagnóstico, o grupo desenvolveu um protótipo funcional. O carrinho, cedido pela Defesa Civil de Cabo Frio, foi totalmente reformado. “A estrutura oxidada deu lugar a placas de aço inoxidável, material amplamente utilizado na indústria alimentícia por sua durabilidade, facilidade de limpeza e conformidade com normas sanitárias”, comenta Marlon.

 A principal novidade está no sistema fotovoltaico “off-grid”, que transforma a energia solar em eletricidade, armazenada em baterias, e alimenta diretamente o sistema de cozimento. Essa configuração garante autonomia energética, inclusive em dias nublados, e elimina riscos associados ao manuseio de gás. Além do ganho ambiental, a mudança representa mais economia e segurança para os trabalhadores e para o público atendido.

 O secretário de Segurança e Ordem Pública, Coronel Leandro, juntamente com o coordenador geral da Defesa Civil, Marcus Dothávio, acompanhou a apresentação do protótipo, feita pelos estudantes diretamente envolvidos no projeto.

 “A iniciativa reforça o papel do IFF como agente de transformação social e demonstra como o conhecimento técnico pode gerar impactos concretos na vida de quem vive do trabalho informal”, destaca a professora Karla, complementando que “a articulação entre teoria e prática, unindo alunos, professores e comunidade, é o que dá força a esse projeto”.