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Produção Sustentável

CNPq aprova projeto do Campus Cambuci

por Campus Avançado Cambuci com Comunicação Social da Reitoria publicado 22/08/2016 15h24, última modificação 22/08/2016 15h31
Projeto voltado à Agroecologia do Campus Avançado Cambuci receberá financiamento do CNPq, envolverá agricultores da região e terá a participação de estudantes e servidores da unidade.
CNPq aprova projeto do Campus Cambuci

Alunos do campus participam da instalação e acompanhamento da produtividade da horta 100 % orgânica.

 Aprovado na Chamada do CNPq nº 02/2016, o projeto Núcleo de Estudos em Agroecologia do Instituto Federal Fluminense Campus Avançado Cambuci visa ao incentivo às práticas agroecológicas e ao fortalecimento da agricultura familiar do Noroeste Fluminense do estado do Rio de Janeiro.

 Por meio do Ensino, da Pesquisa e da Extensão, vai possibilitar aos agricultores da região produzirem alimentos de qualidade tendo em vista a segurança alimentar, mediante conhecimentos técnicos relacionados à produção agropecuária com ênfase em agroecologia, agricultura orgânica e gestão ambiental.

 Estarão envolvidos na ação, produtores familiares, movimentos sociais locais, cerca de 250 estudantes dos Cursos Técnicos em Agroecologia e em Agropecuária, além de professores e técnicos do campus. “O projeto tem um prazo de execução de 24 meses e ao final espera-se que aproximadamente 80 produtores rurais locais, principalmente da agricultura familiar, sejam envolvidos nas atividades propostas”, comenta Reynaldo Tancredo Amim, coordenador do projeto, acrescentando que estão envolvidos 11 docentes, um técnico em agropecuária e um engenheiro agrônomo do campus, além de pesquisadores e técnicos da Uenf, UFF e da Associação Brasileira de Reciclagem e Assistência em Homeopatia (ABRAH).

 Serão instalados na unidade alguns sistemas de produção agroecológicas, como por exemplo: Sistema Integrado de Produção Agroecológica (PAIS), sistema Agrossilvipastoril, implantação de técnicas de manejo agroecológico de animais, formação do banco de sementes crioulas e de adubos verdes, produção de mudas de árvores de frutíferas, além do desenvolvimento de pesquisas comparativas entre o sistema agroecológico e o convencional. Durante o decorrer dos trabalhos também serão oferecidos cursos de formação.

 “Dessa forma, o Instituto funcionará como unidade demonstrativa e de apoio aos produtores familiares da região, prestando toda assistência, incentivando e auxiliando os mesmos para que possam ter êxito em suas propriedades, contribuindo assim, para a fixação do homem no campo e para o desenvolvimento regional”, explica.

 Um aspecto fundamental do projeto é a questão das tecnologias alternativas tendo em vista uma produção sustentável que permita ao homem do campo permanecer em seu espaço, gerando impacto positivo socioeconômico e ambiental. “Quando falamos em tecnologias alternativas, na verdade, buscamos tecnologias antigas de produção, porém com aprofundamento da ciência”, explica o professor Regis Reis, agroecológico. “Ao depararmos com os pacotes tecnológicos (sementes híbridas, fertilizantes químicos e agrotóxicos), o agricultor fica preso àquele sistema de produção, ou seja, se algo der errado ele perde toda a sua produção, não recuperando seu capital investido e consequentemente se endividando e tornando sua propriedade rural insustentável”, acrescenta.

 Neste contexto, ressalta Regis, o modelo de produção agroecológica oferece alternativas a estes pacotes tecnológicos, de forma a manter a produtividade em níveis elevados, não ocasionando problemas de saúde das famílias produtoras e ofertando para a população alimentos saudáveis livres de insumos tóxicos. “Então, com este modelo de produção, tornamos a propriedade rural destes produtores sustentáveis, mantemos essas famílias no campo e ofertamos produtos saudáveis à população”, aponta.

 As expectativas em torno do projeto são várias, assim como os resultados: mudança na atividade agropecuária local com a diversificação da produção; na pecuária, alterar o sistema semi-intensivo e rudimentar adotado pelos pecuaristas da região, que é responsável pela degradação das pastagens, pelos sistemas agrossilvipastoris, no qual se trabalha com o consórcio de culturas, árvores e animais; disseminar tecnologias alternativas de produção.

 De acordo com Reynaldo, a aprovação do trabalho representa uma conquista para a equipe, que é composta, em sua maioria, por servidores recém-chegados ao Instituto. “Significa, também, a possibilidade de implantação de novas atividades no campus pela aquisição de insumos e materiais que são indispensáveis, e a reforma e adequação de estruturas já existentes, em um momento em que se vive uma crise financeira em todo o país, com corte expressivo no orçamento para a educação”, acredita. 

 

Campus Avançado Cambuci com Comunicação Social da Reitoria