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Debate sobre itinerários formativos marca abertura da 1ª Semana Acadêmica do IFF Itaboraí
Os desafios e potencialidades dos itinerários formativos na educação de trabalhadores foi o tema central de debates da abertura da 1ª Semana Acadêmica do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Itaboraí, evento que teve início na noite desta segunda-feira, 2 de outubro, com uma mesa-redonda reunindo ex-diretoras de Ensino dos campi Campos Guarus e São João da Barra. Monique Freitas e Maria Lucia Ravela partilharam experiências exitosas e dilemas relacionados à implementação desse modelo de ensino em cursos técnicos ofertados nos dois campi nos últimos anos.
"Se me perguntassem sobre os itinerários formativos antes de fazer parte desse processo de implantação, eu diria ser contra. Mas quando se entende toda a discussão envolvida nesse modelo de ensino e, em especial, ao associarmos tudo isso ao papel do Instituto Federal, entendemos que que há públicos muito distintos e que precisamos acessar todos eles. A escola técnica precisa formar com eficiência desde adolescentes de diferentes faixas sociais até trabalhadores mais velhos, que nos chegam com suas deficiências de aprendizagem e precisam de uma formação adaptada para suas realidades", destacou Maria Lucia Ravela, que foi gestora no Campus São João da Barra durante a implantação do Curso Técnico Subsequente em Eletrotécnica e, atualmente, é docente no Campus Campos Centro.
O modelo de itinerários formativos começou a ser implementado no Instituto em 2019, com a proposta de ampliar as oportunidades de acesso de trabalhadores à instituição. Isso porque o itinerário formativo é construído a partir de uma trajetória de cursos trilhada pelo estudante no IFF, que possibilita organizar os estudos por etapas de formação. É concedida uma certificação de capacitação profissional diferente para cada uma dessas etapas, sendo que, ao terminar a etapa final, o aluno é certificado como técnico.
Para a professora Monique Freitas, ex-diretora de Ensino do Campus Campos Guarus, os itinerários formativos têm entre suas vantagens o fato de poder abrir oportunidades de acesso ao mercado de trabalho para os estudantes ainda durante o curso, em decorrência das certificações concedidas a cada módulo concluído.
"Nossa experiência de formação inicial em Guarus teve início em uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Campos, em que oferecemos capacitação profissional a estudantes que estavam no último ano do Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos. Percebemos esses estudantes chegando extremamente empolgados e orgulhosos por serem alunos do IFF. Mas também fomos identificando, ao longo do tempo, uma série de desafios específicos desse público. Uma série de adaptações vêm sendo feitas para adequar esse modelo ao público-alvo e posso dizer, hoje, que tem dado muito certo, com uma inserção grande deles no mercado de trabalho", contou a professora Monique Freitas.
Segundo o diretor-geral do IFF Itaboraí, Vicente Oliveira, a mesa-redonda sobre essa temática tão relevante para o campus foi uma ótima forma de iniciar a 1ª Semana Acadêmica.
"Trazer essa discussão para o nosso campus é de fundamental importância, principalmente por estarmos iniciando agora nosso processo de formação por itinerários formativos. Hoje tivemos uma discussão muito rica, com essa troca de experiência com profissionais que vêm atuando nessa implantação há bem mais tempo e puderam nos mostrar os pontos em que precisamos ter ainda mais atenção", ressaltou o diretor-geral.
O encerramento do primeiro dia de Semana Acadêmica teve ainda a apresentação do espetáculo Teatro de Bonecos, com o grupo Marionetes & Cia, que abordou uma visão contemporânea sobre o inevitável acúmulo de lixo na vida urbana. O evento segue até a próxima sexta-feira, dia 6, com uma série de atividades abertas ao público. A programação completa está disponível em https://eventos.iff.edu.br/semanaacademicaitaborai.