Junto à Mostra, inicia-se um projeto elaborado por docentes e técnicos da educação que objetivam, com esse evento, lançar alguma luz sobre as incongruências do cotidiano escondidas sob a falsa sensação de igualdade entre brancos e negros neste país.

 A proposta surgiu com a aprovação da lei de cotas e com o ingresso dos primeiros alunos cotistas do campus. As polêmicas geradas pelo tema suscitam a complexidade das relações étnico-raciais.

 “Isso se faz de maneira tão viva e tão concreta que tornou impossível adiar uma ação de reflexão sob o risco de vermos reproduzidos no nosso cotidiano alguns valores racistas”, explica Maria Carolina Barbalho, psicóloga e uma das idealizadoras do projeto.

 A programação do evento foi pensada para propiciar a opinião reflexiva dos alunos. “Os filmes da mostra querem ajudar a produzir alguma sensibilidade sobre o tema das relações étnico-raciais, suscitar reflexões a partir do nosso cotidiano; o debate tem o intuito de promover o espaço necessário para as pessoas falarem abertamente sobre suas experiências e opiniões. Ao mesmo tempo, queremos fazer deste um encontro de formação também, já que quase todos têm uma posição sobre o tema, mas, de perto, constatamos uma grande falta de informação, reflexão crítica para que os alunos possam formar sua opinião sobre o tema”, explica Maria Carolina.

 Como parte do projeto, foi colocado antes da Mostra no hall do bloco de ensino uma caixa com os dizeres “Cotas: o que você pensa sobre isso?”. A ideia é comparar em um outro momento as versões antes e depois da ação.

 A programação tem quatro filmes brasileiros: Raça (2012), Preto e Branco (2004), Vista a minha pele (2004), com destaque para o filme Raça Humana (2010) que aborda a implantação da lei de cotas na UNB.

 Confira AQUI a programação da Mostra.

(Publicada em 29/08/2013)