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Centro de Memória do IFF Itaperuna dá início a rodadas de apresentações sobre questões de território, memórias e história regional
A apresentação aconteceu no cineteatro do campus.
O Centro de Memórias do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Itaperuna realizou nesta quarta-feira, 22 de outubro, uma palestra para a comunidade interna com o objetivo de debater questões levantadas pelo projeto de pesquisa “Tradição de violência no território ficcional de Parada de Deus”, em desenvolvimento no campus.
Essa foi a primeira de uma série de rodadas que o Centro de Memórias pretende realizar para a divulgação interna das pesquisas institucionais ligadas à questão do território, das memórias e história local e regional, como explica o coordenador do Centro de Memórias, o professor Marcio Toledo.
A palestra foi apresentada pelos bolsistas do projeto, os estudantes do 3º ano do Nível Técnico Integrado ao Ensino Médio Ângelo Vincis e Luiza Müller, sob orientação do professor Rogério Ribeiro Fernandes.
Projeto é baseado na obra de Maria Alice Barroso
O projeto “Tradição de violência no território ficcional de Parada de Deus” é voltado à análise da incidência de elementos de narrativas memorialísticas do Noroeste Fluminense e da Zona da Mata Mineira na obra ficcional da autora Maria Alice Barroso, em especial em dois livros que compõem o Ciclo de “Parada de Deus”: Quem matou Pacífico? (1969) e A Saga do Cavalo Indomado (1988).
Parada de Deus seria o território ficcional onde se passam narrativas marcadas pela chamada "tradição de violência", uma das marcas da memória coletiva do Noroeste Fluminense, e corresponderia, no mundo real, à cidade de Miracema.
Essa proposta de análise, segundo os pesquisadores do IFF, tende não apenas a evidenciar uma suposta tradição de violência que subsiste na narrativa memorialística e ficcional da região, mas também a reiterar como as disputas narrativas, com seus diferentes lugares de fala, são essenciais para a construção da memória coletiva e da identidade local da fronteira entre o Noroeste Fluminense e a Zona da Mata Mineira.
“Numa cidade profundamente marcada pelo apagamento de sua própria memória coletiva, como Itaperuna, é sempre necessário criar oportunidades para que essa memória soterrada venha à tona e alcance as novas gerações. O apagamento dessas memórias coloca em risco o processo absolutamente necessário de construção das identidades coletivas. Transitar por essas narrativas, normalmente esquecidas, nos faz questionar quem nós somos, de onde viemos e o que pretendemos ser”, destaca o professor Rogério Ribeiro Fernandes, sobre o evento organizado pelo Centro de Memória.