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Centro de Memória do IFF Itaperuna dá início a rodadas de apresentações sobre questões de território, memórias e história regional

por Ana Paula Viana, da Comunicação Social do Campus Maricá publicado 22/10/2025 18h00, última modificação 07/11/2025 12h29
Palestra de abertura contou com debate conduzido pela equipe do projeto de pesquisa ‘Tradição de violência no território ficcional de Parada de Deus’.
Apresentação do Centro de Memórias do IFF Itaperuna

A apresentação aconteceu no cineteatro do campus.

O Centro de Memórias do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Itaperuna realizou nesta quarta-feira, 22 de outubro, uma palestra para a comunidade interna com o objetivo de debater questões levantadas pelo projeto de pesquisa “Tradição de violência no território ficcional de Parada de Deus”, em desenvolvimento no campus.

Essa foi a primeira de uma série de rodadas que o Centro de Memórias pretende realizar para a divulgação interna das pesquisas institucionais ligadas à questão do território, das memórias e história local e regional, como explica o coordenador do Centro de Memórias, o professor Marcio Toledo.

A palestra foi apresentada pelos bolsistas do projeto, os estudantes do 3º ano do Nível Técnico Integrado ao Ensino Médio Ângelo Vincis e Luiza Müller, sob orientação do professor Rogério Ribeiro Fernandes.

Projeto é baseado na obra de Maria Alice Barroso

O projeto “Tradição de violência no território ficcional de Parada de Deus” é voltado à análise da incidência de elementos de narrativas memorialísticas do Noroeste Fluminense e da Zona da Mata Mineira na obra ficcional da autora Maria Alice Barroso, em especial em dois livros que compõem o Ciclo de “Parada de Deus”: Quem matou Pacífico? (1969) e A Saga do Cavalo Indomado (1988). 

Parada de Deus seria o território ficcional onde se passam narrativas marcadas pela chamada "tradição de violência", uma das marcas da memória coletiva do Noroeste Fluminense, e corresponderia, no mundo real, à cidade de Miracema. 

Essa proposta de análise, segundo os pesquisadores do IFF, tende não apenas a evidenciar uma suposta tradição de violência que subsiste na narrativa memorialística e ficcional da região, mas também a reiterar como as disputas narrativas, com seus diferentes lugares de fala, são essenciais para a construção da memória coletiva e da identidade local da fronteira entre o Noroeste Fluminense e a Zona da Mata Mineira.

“Numa cidade profundamente marcada pelo apagamento de sua própria memória coletiva, como Itaperuna, é sempre necessário criar oportunidades para que essa memória soterrada venha à tona e alcance as novas gerações. O apagamento dessas memórias coloca em risco o processo absolutamente necessário de construção das identidades coletivas. Transitar por essas narrativas, normalmente esquecidas, nos faz questionar quem nós somos, de onde viemos e o que pretendemos ser”, destaca o professor Rogério Ribeiro Fernandes, sobre o evento organizado pelo Centro de Memória.