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Pós-graduação

Aula inaugural de mestrados tem palestra sobre inovação e a relação academia-empresa

por Comunicação Social da Reitoria publicado 06/03/2020 14h01, última modificação 31/08/2023 12h58
Professor Francisco Rapchan, do Ifes, ministrou aula magna dos mestrados Saeg e Profnit, na quinta-feira, dia 05.
Aula inaugural de mestrados tem palestra sobre inovação e a relação academia-empresa

Professor Francisco Rapchan destacou a importância da interação entre academia, empresa e governo para a inovação (Fotos: Mayhara Barcelos)

 “Os Instituto Federais devem estar cada vez mais preparados para fazer pesquisas que possam ir ao encontro das demandas da sociedade”. A afirmação foi feita pelo professor e pesquisador Francisco Rapchan, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), durante aula inaugural dos mestrados profissionais em Sistemas Aplicados à Engenharia e Gestão (Saeg) e em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (Profnit), realizada na noite de quinta-feira, dia 05 de março, no auditório da Reitoria do IFF.

 Doutor em Propriedade Intelectual e Inovação pela Academia do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), o palestrante destacou a importância da interação para a inovação, com o trabalho conjunto dos habitats de inovação – polos, incubadoras – e gestores empresariais com o governo. “A inovação acontece de maneira muito mais fácil em redes”, afirmou Francisco, que concedeu uma entrevista à Diretoria de Comunicação do IFF antes da aula inaugural (confira abaixo).

 Antes da palestra, os novos alunos do Saeg e Profnit receberam as boas-vindas do reitor do IFFluminense, Jefferson Manhães de Azevedo, do pró-reitor de Pesquisa, Extensão e Inovação, Vicente de Oliveira, da diretora de Pós-graduação e coordenadora do Saeg, Simone Vasconcelos, e da coordenadora do Profnit, Juliana Vidigal.

Entrevista:

Dircom IFF – Qual será a sua abordagem durante a palestra “Os habitats de inovação na relação academia-empresa: uma abordagem em hélice tripla?

Francisco Rapchan – Eu vou tratar como a academia, a universidade, as escolas, os institutos federais podem colaborar para a criação de inovações junto às empresas e como isso se dá em diferentes modelos, entre eles o da hélice tripla, que preconiza uma relação entre a academia, as empresas e o governo.

Dircom IFF – Qual a contribuição de mestrados como o Saeg e o Profnit para o ecossistema de inovação das regiões onde o IFF está inserido?

Francisco Rapchan – Eles são fundamentais. Nós temos uma carência muito grande de pessoal que esteja preparado para fazer gestão da inovação, gestão da propriedade intelectual e gestão de forma geral, de empreendimentos que tenham potencial inovador. Então, os dois mestrados, pelo que eu conheço dos programas, eles oferecem oportunidades para que seus mestrandos, seus professores, o corpo de pessoas envolvidas no programa consiga prestar esse tipo de serviço para as empresas, para a academia e também nessa relação com o governo. Eu acho que muitos dos clientes desses mestrados é pessoal vindo da academia, governo ou empresas.

Dircom IFF – Qual o papel dos Polos de Inovação dos Institutos Federais e suas contribuições para o empreendedorismo e inovação e, consequentemente, para o desenvolvimento econômico e social?

Francisco Rapchan – Para mim, esse tema é extremamente importante, extremamente caro, é o tema da minha tese de doutorado. Inclusive, eu faço um estudo sobre a contribuição que os Polos de Inovação e os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) podem dar à inovação, de forma geral. As conclusões que eu chego é que eles são elementos fundamentais, principalmente quando trabalham de maneira cooperada, quando os Núcleos de Inovação Tecnológica e os demais habitats de inovação, tais como polos, eventualmente polos Embrapii, parques tecnológicos e incubadoras trabalham conjuntamente. O que eu tenho percebido é que quando esses entes trabalham de forma separada o alcance deles é muito diminuído em comparação com a situação de quando eles trabalham de forma cooperada.

Dircom IFF – O senhor esteve China com o objetivo de estudar e pesquisar os habitats de inovação nos Brics (grupo de países em desenvolvimento, formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) e um tipo específico de inovação, que é a frugal. Fale um pouco sobre isso.

"A inovação acontece de maneira incremental e às vezes muito simples, uma delas é a inovação frugal, em que você trabalha com aquilo que tem a sua mão para resolver um problema local, uma dor de um grupo local, e isso é para mim muito importante" - Francisco Rapchan. 

Francisco Rapchan - Sim, estive na China, há mais de um ano, estudando os habitats de inovação nos Brics. Na verdade, é um grupo de pesquisa que a gente tem, onde trabalhamos com um tema que é a relação universidade-empresa, mas em um tipo de inovação específica, que vou abordar rapidamente na palestra de hoje, que é a inovação chamada de frugal, a Frugal Innovation. A gente trabalha muito com essa ideia de inovação disruptiva, as grandes inovações do mundo, a criação do celular, da energia elétrica, da maquina a vapor, que criaram uma mudança paradigmática muito profunda, mas a inovação acontece de maneira incremental e às vezes muito simples, uma delas é a inovação frugal, em que você trabalha com aquilo que tem a sua mão para resolver um problema local, uma dor de um grupo local, e isso é para mim muito importante. É bacana que a gente tem visto, a partir dessas pesquisas que temos feito, que esse modelo de inovação acontece no Brasil, acontece na China, na África do Sul, nos países dos Brics, mas também nos países do primeiro mundo; nós temos no grupo (de pesquisa), por exemplo, o pessoal da Alemanha, e eles estão extremamente interessados em fazer esse mapeamento e criar políticas públicas que incentivem a inovação frugal.