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Evento Científico
Darcy Ribeiro e Ensino de Ciências são temas de palestras do XIV Confict e VII Conpg
Adélia Miglievich (à esquerda) falou sobre Darcy Ribeiro (Imagens: Uenf)
A professora Adélia Miglievich Ribeiro, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), ministrou a palestra “Darcy Ribeiro, o intelectual público: utopia e práxis”, na quinta-feira, dia 23 de junho, durante o quarto dia de programação do XIV Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (Confict) e VII Congresso Fluminense de Pós-Graduação (Conpg).
Em sua apresentação, ela falou sobre a trajetória de Darcy, desde sua infância em Montes Claros (MG), passando pela formação em Ciências Sociais, os 10 anos que viveu entre indígenas, tendo como mentor o indigenista Cândido Rondon, sua amizade com o educador Anísio Teixeira, entre outras coisas.
“O legado de Darcy há de servir de inspiração para nós no Brasil de hoje. Nos anos 50, os intelectuais aspiravam ao Brasil que deveria ser, e Darcy era um deles. Mas a palavra utopia nada tem a ver com romantizações, trata-se de uma espécie de diretriz da ação humana. A utopia não é realidade, mas é criadora de realidades. Se nós estamos trazendo o pensamento de Darcy nos dias de hoje é porque nós continuamos engajados e à luz de uma utopia, e essa utopia também é criadora de realidades. Darcy foi um utópico no sentido mais elogioso do termo. Ele foi um homem de pensamento crítico, um homem de trabalho, de fazimentos. Essa é a parte que mais me interessa no conceito de utopia. Utopia não é sonho, é trabalho cotidiano”, afirmou.
Veja a palestra AQUI.
Na quarta-feira, dia 22, ao ministrar a palestra sobre o tema “Ser cientista é coisa de criança! — Estratégias para a formação científica de professores e alunos da educação básica”, a professora Andrea Da Poian, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criticou a forma como é feito o ensino de Ciências no Brasil. Segundo afirmou, 45% dos estudantes conseguem identificar a explicação correta para fenômenos físicos, mas apenas 1% dos estudantes são capazes de aplicar de forma criativa e autônoma seus conhecimentos sobre ciência de forma ampla em uma variedade de situações.
“Ter só informação é muito pouco. Como que o aluno usa a informação, entende e absorve isso é o que a gente busca com o ensino. Os números mostram que o senso crítico e a capacidade de utilizar a informação estão muito aquém do esperado. Mostram também que o ensino de ciências está desconectado do fazer ciência, do que o cientista é, ou seja, da produção da ciência. Se você não entende o modo como a ciência funciona, como vai ser critico em relação as informações que recebe? Isso é super preocupante”, disse.
Segundo Andrea, por mais que os professores de Ciência hoje estejam colocando em prática metodologias mais ativas, nas quais o conhecimento prévio do aluno venha sendo cada vez mais valorizado e trabalhado e onde o ensino mais tradicional seja cada vez mais questionado, no final as informações ainda são entregues ao aluno de forma “fechada”.
“Quem explica é o professor, e o aluno não sabe de onde aquela informação veio. Ela vai ser uma verdade que não é questionável, o aluno não vai poder exercer o senso crítico. A Ciência trabalha com hipóteses, e assim os professores deveriam trabalhar com o aluno. Ou seja, o aluno deveria criar as hipóteses para entender os fenômenos, criar meios de validar ou não suas hipóteses, tentando entender esse processo de construção do conhecimento”, afirmou.
Veja a palestra AQUI.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Uenf, com adaptações
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