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Efervescência Cultural: número de projetos de Arte e Cultura no IFF cresce mais que o dobro

O Instituto Federal Fluminense teve um aumento no número de projetos de Arte e Cultura submetidos por servidores em edital interno. Se em 2023 foram enviadas 24 propostas para execução em 2024; no edital do ano passado esse número saltou para 51 propostas a serem desenvolvidas em 2025.
Aline Portilho, coordenadora de Políticas Culturais e Diversidade da Diretoria de Políticas de Formação Integral da Pró-reitoria de Políticas Estudantis do IFF destaca dois pontos para justificar o maior interesse dos servidores em desenvolverem ações voltadas à arte e à cultura: a mudança do período de submissão do edital para o mês de novembro (antes era dezembro e janeiro) e a valorização do lugar da cultura na formação dos estudantes.
“Quando a gente vê as propostas que foram submetidas, elas são todas muito integradas aos seus territórios, aos processos de ensino, pesquisa e extensão; elas nascem de uma interligação muito forte com o que é feito nos campi. Então, é um entendimento de que a cultura é um lugar relevante para desenvolver a formação integral que a gente pretende no instituto”, ressalta.
Aline também comemora a recomposição do orçamento proporcional à quantidade de projetos inscritos em relação ao edital anterior. Em 2023, foram enviadas 24 propostas e 14 foram contempladas com bolsas pela Reitoria. Em 2024, foram enviadas 51 propostas, sendo 49 aprovadas, e foram oferecidas 30 bolsas pela Reitoria. As bolsas são para os estudantes que irão atuar nas atividades dos projetos. “É uma vitória no sentido de que conseguimos avançar no orçamento, mas ainda temos muitas demandas”, afirma.
Com mais do que o dobro de projetos em atividade, é possível afirmar que isso traz mais arte e cultura para dentro do IFF, enriquecendo a experiência dos alunos e servidores e construindo um ambiente educacional mais vibrante com a capacidade de transbordar para a comunidade externa também.
“Esse trabalho cultural pode ser muito transformador para as pessoas nas realidades em que o IFF atua. E ter uma formação com esse aspecto cultural pode promover, entre os nossos estudantes, acesso a um desenvolvimento da cidadania, da sua participação e da sua ação na sociedade, que eu penso ser fundamental”, reflete Aline.
A coordenadora do Núcleo de Artes, Cultura e Educação (Nasce) do Campus São João da Barra e do projeto "Mediação Cultural: Ampliando os horizontes da galeria-mural", Amanda Cristina Figueira Bastos de Melo, ressalta que a sua vontade de transformar o espaço escolar em um lugar mais sensível, crítico e conectado com a vida dos estudantes a incentiva a desenvolver projetos de arte e cultura.
“Acredito que a arte tem o poder de revelar potências, de provocar pertencimento e de abrir caminhos para que os alunos expressem suas identidades, histórias e afetos. O IFF São João da Barra está inserido em um território rico em cultura, mas que muitas vezes é desvalorizado. Por isso, através do Nasce minha intenção é promover um espaço de acolhimento, de criação e de experimentação, onde os estudantes possam se reconhecer e ressignificar suas relações com o mundo”. Amanda também coordena projetos de pesquisa com bolsistas jovens talentos que pesquisam sobre os impactos do acesso à arte dentro da escola.
“Eu acredito muito que os projetos culturais contribuem para um ambiente dentro do Instituto aberto à troca, à diversidade cultural, à diversidade dos modos de existir (...). Muitas vezes os projetos colocam luzes em conflitos e, a partir disso, é possível a gente criar um ambiente que atraia as pessoas. São projetos também que trazem para os seus municípios oportunidades de fruição artística e cultural para pessoas de fora também, atuando na mediação entre o público interno e público externo”. Aline Portilho.
O estudante da Licenciatura em Teatro do Campus Campos Centro, Luiz Henrique da Cruz, de 22 anos, é bolsista há dois anos do Nasce do Campus São João da Barra. Ele acredita que participar do projeto o prepara para o seu futuro profissional.
“Me possibilita atuar em sala de aula e ministrar oficinas, onde posso aplicar a teoria na prática, conhecer a realidade e a rotina escolar; trocar experiência e saberes com outros profissionais e com os alunos. É muito bom poder levar um ensino de teatro de qualidade, acompanhar de perto a evolução dos alunos e ver como um contato mais próximo com a arte tem transformado a vida de muitos”, conta.
De acordo com a diretora de Políticas de Formação Integral, Josemara Henrique da Silva Pessanha, as atividades culturais “fortalecem toda a comunidade, valorizando a diversidade e a formação integral”. Ela cita, por exemplo, a viabilização de cineclubes, formação de grupos teatrais, promoção de eventos culturais, incentivo a experiências musicais, formação de orquestras, rodas de leitura e educação em arte.
“A ampliação das ações e projetos artístico-culturais em 2025 está sendo reconhecida pela gestão como forma de promoção e garantia do direito à arte e à cultura dos nossos estudantes, considerando tais iniciativas como instrumentos que favorecem a política de cultura do Instituto”, diz.
6º Encontro de Cultura será realizado em setembro no IFF com a participação de 270 servidores e estudantes
O 6º Encontro de Cultura será um evento para coordenadores, bolsistas e voluntários dos projetos culturais e dos Núcleos de Artes, Cultura e Educação (Nasce). A expectativa é reunir 270 pessoas, entre servidores e alunos, de 38 projetos, em três encontros regionais: um em Cabo Frio, um em Itaperuna e um no Norte Fluminense, ainda a ser definido.
“Cada encontro desse vai reunir os campi geograficamente próximos. E, assim, a gente consegue distribuir esse público e realizar atividades em que a gente possa conversar, se encontrar e trocar ideias”, explica Aline, enfatizando que o foco do evento é apresentar os resultados dos projetos. “A ideia é ser bem imersivo pra gente poder melhorar nossas práticas e aprimorar técnicas. Também praticar uma coisa que é muito importante na cultura e que a gente leva pra vida toda, importante pra sociedade toda: o momento de comunhão, de entrar em contato com as outras pessoas e ter momentos de se permitir incorporar ideias e processos de outros grupos”, ressalta.
As inscrições seguem abertas até o dia 13 de julho e devem ser feitas pelos coordenadores de projeto ou Nasce.