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Estudantes do IFF relatam experiência de um mês na Universidade de Coimbra

por Ferdinanda Maia / Comunicação Social da Reitoria publicado 23/06/2025 15h31, última modificação 29/09/2025 17h21
Contato com empresa local, experiências acadêmicas e profissionais, luta pela educação pública e valorização da ciência. Eles irão transformar o mundo.
Estudantes do IFF relatam experiência de um mês na Universidade de Coimbra

Da esquerda para a direita: Raul, Manuela, Juliana e Welfer.

 Atenção passageiros, afivelem os cintos! Nosso voo irá decolar rumo a uma experiência incrível e transformadora: vivenciar durante um mês a vida acadêmica, cultural e social de uma das mais antigas universidades do mundo, a Universidade de Coimbra, em Portugal.

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 “O meu receio foi justamente voar de avião. Estávamos há um mês de um acidente que havia ocorrido com um outro avião e, para completar, no dia da nossa viagem, a Europa estava debaixo de uma série de apagões (principalmente em Portugal e Espanha), o que me deixou um pouco mais apreensivo. Mas, o meu conhecimento sobre produção de aeronaves e de seus respectivos componentes, que adquiri durante a minha graduação em Engenharia Mecânica, me deu mais segurança para viajar. E claro, uma baita de uma oração no banheiro do avião pra garantir. Deus no controle sempre”, Welfer Silva.

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 Tomaram assento nesta história que vamos contar agora quatro estudantes do Instituto Federal Fluminense, ou melhor, “cientistas premiados do Brasil”. São eles: Raul, Manuela, Welfer e Juliana. Se você é daqueles que gosta de uma boa leitura, basta clicar nos nomes acima e ler a experiência pessoal de cada um, mas se você é do tipo passageiro apressado - com licença, preciso passar - continue por aqui que temos algumas boas histórias relatadas que não irão tomar muito o seu tempo.

 Raul, Manuela, Welfer e Juliana foram premiados por seus projetos de pesquisa no Confict 2024 e isso garantiu a eles um mês de mobilidade internacional em Portugal, fruto de uma iniciativa da Pró-reitoria de Pesquisa, Inovação, Pós-graduação e Extensão do IFF. Incrível, né?! 

 “Vejo esse intercâmbio como um marco, mas não apenas pessoal. Ele é resultado direto de políticas públicas que acreditam na ciência e incentivam a permanência de jovens pesquisadores nas instituições. É uma conquista coletiva, que precisa ser reconhecida como um ato político. Nós, estudantes do interior do Estado do Rio de Janeiro, conseguimos ocupar um espaço internacional graças ao incentivo institucional e ao compromisso com a educação pública”, ressalta Raul Rodrigues, estudante da Licenciatura em Biologia do Campus Cabo Frio.

 Na Universidade de Coimbra, que congrega cerca de 22 mil estudantes de várias partes do mundo, eles puderam enriquecer seu senso cultural e cidadão, abrir o olhar para novas oportunidades e vivenciar experiências acadêmicas e pessoais. Voltaram para casa com a bagagem cheia, mas não daquelas coisas que excedem o limite da companhia aérea, e sim das que a gente carrega para o resto da vida sem pesar nada.

 A estudante de Arquitetura e Urbanismo do Campus Campos Centro, Manuela Vital, relembra do frio na barriga ao andar de avião pela primeira vez, mas do coração aberto para aprender. “A experiência foi muito mais do que enriquecedora. Na verdade, ela superou todas as minhas expectativas. Desde antes de embarcar, eu já sabia um pouco sobre a importância histórica de Coimbra, imaginando o peso simbólico de estudar em uma das universidades mais antigas do mundo, e de como seria inspirador estar em contato direto com esse patrimônio. Mas viver isso presencialmente foi outra coisa: escutar os alunos tocando o fado pelas ruas, participar de tradições como a Queima das Fitas, fazer tour pela universidade, conhecer a famosa Biblioteca Joanina, por exemplo, e tantos outros espaços, foi algo que me marcou profundamente”, conta.

 A rotina dos estudantes contou com um plano de atividades construído pela universidade,  de acordo com a área do curso deles no IFF, incluindo aulas, experiências de laboratórios, pesquisa de campo e eventos. Eles também foram convidados a apresentarem seus projetos de pesquisa - os premiados no Confict 2024 - demonstrando todo o potencial que se desenvolve por aqui no Brasil, no estado do Rio de Janeiro, no IFF.

 “A rotina em Coimbra resumiu-se entre experiências culturais e acadêmicas. Inicialmente, ficamos, cada um, a par de um professor tutor que estava de acordo com a área da pesquisa que desenvolvemos”, explica Welfer Silva, estudante de Engenharia Mecânica do Campus Cabo Frio. 

 A pesquisa de Welfer envolve um dispositivo que monitora o índice de qualidade da água. Além da troca de ideias com o seu professor tutor, o estudante apresentou o dispositivo para o diretor da empresa Águas de Coimbra. “Essa empresa é como se fosse a Águas do Rio ou Prolagos daqui da nossa região. Ele ficou encantado e marcamos outra reunião para uma outra etapa de amostra do dispositivo à equipe de controle de qualidade da empresa”, comemora.

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“Foi muito especial poder mostrar o que estamos construindo por aqui, com tanto empenho, ultrapassando esse oceano. Foi motivador justamente para continuar produzindo ciência, e valorizar jovens, assim como eu, que não teriam essa oportunidade de ir para fora do país se não fosse por essa parceria”, Manuela Vital.

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 Em meio aos milhares de estudantes de todo o mundo, eles se sentiram em casa, no sentido da recepção calorosa, da atenção dispensada e das conexões construídas.

 “Tive contato com pessoas de diferentes nacionalidades, no laboratório tinha uma doutoranda italiana e uma graduanda espanhola, além das portuguesas (eram só mulheres no laboratório, inclusive as orientadoras), e a língua em comum a todas era o inglês”, conta Juliana Severiano, da Licenciatura em Biologia do Campus Cabo Frio.

 “O mais marcante foi o processo de integração. Em todos os espaços por onde passei, fui muito bem acolhido. Confesso que fiquei até um pouco tímido ao ser apresentado como ´cientista premiado do Brasil´ — rótulo que usaram com muito carinho, e que, querendo ou não, tive que aceitar como parte da minha trajetória”, destaca Raul. 

 Foi um sonho, real, que possibilitou a eles, agora, sonhar ainda mais alto: mestrado, doutorado, pesquisas além-mar. A experiência sendo uma mola propulsora para novas conquistas, mas não sem luta. Raul enfatiza a importância do investimento na educação e a força da ciência brasileira.

 “Levo comigo tudo o que vivi nessa experiência, mas o que mais permanece é a certeza de que investir em ciência é essencial. E mais do que isso: é urgente lutar para que não haja limites de repasse ou cortes orçamentários às universidades e institutos federais. Como estudante, me entristece profundamente ver o impacto dos cortes na educação — sem investimento, não há como proporcionar experiências como a que eu vivi em Coimbra”, ressalta. 

 Para você que viajou até aqui, hora de desembarcar. Quem sabe, em breve, teremos mais experiências incríveis, assim, para contar!

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“A cada passo que eu dava, seja o primeiro degrau ao embarcar no voo para Lisboa, ou estar em solo Europeu, é um caminho que jamais foi traçado por qualquer um da minha família. Portanto, tudo foi especial”, Welfer Silva.

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