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Reditec 2018

Fóruns de gestores discutem dificuldades regionais

por Sheneville Araújo (IFRR), com colaboração de Ana Paula Batista (IFMG) publicado 13/09/2018 12h29, última modificação 31/08/2023 12h51
Diretores de campi de todos os estados ampliaram e reforçaram demandas em comum.
Fóruns de gestores discutem dificuldades regionais

Diretores gerais de campi da Região Centro-Oeste durante discussão no Fórum Regional (Foto: Rodrigo Fonseca - IFAM)

  A realidade dos institutos federais por localidade foi a pauta principal dos fóruns regionais (Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sul e Sudeste), promovidos nesta terça-feira, dia 11, segundo dia da 42ª Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec), que está sendo realizada na cidade de Búzios, no Rio de Janeiro. Os entraves e gargalos para superar as necessidades locais, como melhorias nas estruturas dos campi, otimização logística e aumento de recursos estavam entre as demandas mais recorrentes apresentadas pelos gestores.

 As pautas propostas pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) foram: o trabalho no século 21; política para garantia de educação pública de qualidade e gratuita; e a realização de Reditec’s regionais como eventos preparatórios para a Reditec nacional. Mas os gestores foram além, visando garantir melhorias para problemáticas a serem superadas em cada região.

 O diretor do Campus Petrolina do Instituto Federal Sertão de Pernambuco (IF Sertão-PE),  Fabiano Marinho, destacou a necessidade de que mais espaços de debates como os fóruns regionais sejam promovidos, visando fortalecer o debate sobre as problemáticas em comum e as realidades regionais, para que as demandas discutidas passem a ser colocadas em prática e saiam do papel.

  “Muitas questões que debatemos conseguimos identificar que são problemas em comum entre os campi e elas vêm se tornando recorrentes em cada evento, mas precisamos ampliar e fortalecer esses debates para que possamos exigir que as reivindicações sejam colocadas em prática e possamos avançar para outros pontos, além do que sempre é debatido como aumento de orçamento, investimento em infraestrutura, assistência estudantil, entre outros”, comentou. 

 O diretor do Campus Presidente Figueiredo do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Paulo Marreiro, também observou o fato das reinvindicações estarem se repetindo a cada ano e no caso da região Norte, o chamado “Custo Amazônico”, que se refere aos custos com logística, energia, infraestrutura, fixação de pessoal, entre outros gastos diferenciados das demais regiões do país, continua sendo o foco dos gestores locais.

 “Na Carta da Amazônia, elaborada no ano passado, o ‘custo amazônico’ foi formalizado junto ao Ministério da Educação e a causa foi reconhecida, no entanto, ainda não tivemos um resultado efetivo. Por este motivo, assim como outros pontos reivindicados, estamos reforçando a necessidade de termos um diferencial de recursos não pelo Conif, mas por parte dos Ministérios do Planejamento e da Educação”, explicou.

 Já a coordenadora de Capacitação da Reitoria do Instituto Federal de Brasília (IFB), Sônia Veras, chamou a atenção para outras possibilidades dos fóruns regionais, além do debate sobre as barreiras em comum entre os institutos, mas o fato de nesses espaços ser possível também o compartilhamento de boas práticas para o fortalecimento da rede.

 “Além das demandas e desafios a serem superados, conseguimos aqui tratar ainda das boas práticas realizadas e fazer o compartilhamento de resultados positivos. Isso serve para dar mais força à rede tecnológica nos diferentes espaços brasileiros”, comentou.

 Presidentes dos fóruns encaminham relatórios para Carta de Búzios

 Com uma tarde de discussões entre diretores gerais de campi dos Institutos Federais, conduzida por reitores de cada região a que os fóruns pertenciam, posicionamentos contextualizados sobre as pautas propostas pelo Conif foram sistematizados em documentos que serão apresentados para compor a carta final da Reditec, chamada de Carta de Búzios, que deverá ser encaminhada à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC).

 O reitor do Instituto Federal de Tocantins (IFTO), professor Antonio da Luz Júnior, que presidiu o Fórum Regional do Norte, considerou que a reunião foi finalizada com saldo positivo, levando em conta o fato de que além do debate das três pautas colocadas pelo Conif, outras 11 foram apresentadas pelos participantes do evento.

 "Ao final das discussões, tivemos o retorno de que todos se sentiram contemplados no espaço de debates, que tinha como propósito realmente trocar experiências e pontos de vista de gestão na rede”, comentou, informando que uma carta do Norte será formatada para compor a Carta de Búzios, com todo conteúdo do que foi tratado na Reditec.

 Ele confirmou que o “Custo Amazônico” foi um dos pontos recorrentes das discussões entre os dirigentes e que deverá fazer parte deste documento também, mas destacou que se trata de uma demanda já reconhecida pelo Ministério da Educação, que está trabalhando em uma alternativa para minimizar esse diferencial do custo da região em relação às demais.

 “O Ministério da Educação já sinalizou com abertura para solucionar essa questão, com um incremento de orçamento, na ordem de 10%, mas esse ponto deverá permanecer entre as reivindicações dos gestores até quando algo realmente tiver efetivo quanto a solução deste problema”, esclareceu.

 O reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), professor Wyllys Abel Farkatt Tabosa, que presidiu o Fórum do Nordeste, informou que as proposições dos participantes que deverão ser informadas em relatório à organização da Reditec, se concentraram em situações de aspectos gerenciais e de consolidação da rede, que segundo ele, interferem de sobremaneira no “fazer acadêmico”.

 Mas ele destacou a necessidade de que os debates possam ser ampliados, diante do grande volume de proposições apresentadas, além do que o Conif recomenda que seja debatido. “As discussões acabam retornando ano a ano devido à diversidade de problemas e questões que são locais, sistêmicas e questões abrangentes a toda rede. De maneira que ainda há muito a ser superado para que possamos nos concentrar no que o Conselho sugere. E permanecemos carecendo de uma discussão ampliada e de diretrizes mais claras”, declarou.

 Já o reitor do Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT), professor Willian Silva de Paula, que dirigiu o Fórum do Centro-Oeste, chamou a atenção para o trabalho em equipe que foi realizado nesta Reditec. “Pudemos observar aqui o envolvimento de todos e a participação com o pensamento em rede. Com isso, pudemos fazer encaminhamentos de forma objetiva com olhar na ação, evitando que os apontamentos fiquem apenas no papel”, comentou.

 Segundo ele, deverão estar contemplados no relatório final do fórum, pontos relacionados à necessidade de aumento do quadro de pessoal, à matriz orçamentária, expansão da rede, reforma do ensino médio, inclusão no ensino, internacionalização da rede, entre outras demandas.

 

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