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Mestrado do IFF auxilia setor produtivo com pesquisas sobre Inovação e Empreendedorismo

por Ferdinanda Maia / Comunicação Social da Reitoria publicado 30/10/2020 18h47, última modificação 10/10/2023 13h03
O Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação conta, atualmente, com 29 alunos e está com inscrições abertas para nova turma até 08 de novembro.
Mestrado do IFF auxilia setor produtivo com pesquisas sobre Inovação e Empreendedorismo

Novas vagas são para turma 2021 (Foto: Mayhara Barcelos).

 Estimular um ambiente de inovação e de empreendedorismo, ao mesmo tempo em que é um desafio para muitos países, incluindo o Brasil, é também uma forma de promover o desenvolvimento social e econômico.

 Superar os atrasos não é tarefa fácil, mas iniciativas que nascem dentro de instituições de ensino são promissoras ao integrar novas ideias, estimular a inovação, buscar soluções para os setores produtivos e promover a aplicabilidade do que está sendo pesquisado por seus estudantes e pesquisadores.

 Nesse cenário, o Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (Profnit) tem desempenhado um papel importante ao estimular a cultura empreendedora e a aproximação e integração entre universidades e empresas.

 Ofertado a nível nacional, conta com um Ponto Focal Fluminense, em Campos dos Goytacazes-RJ, no Instituto Federal Fluminense (IFF), em parceria com a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

 A primeira turma iniciou no segundo semestre de 2018, e os 29 alunos farão suas primeiras defesas de dissertação até dezembro deste ano. O coordenador do Ponto Focal e diretor do Polo de Inovação do IFF, Rogério Atem, relata que diversas pesquisas estão sendo desenvolvidas.

 “São pesquisas voltadas para inovação e empreendedorismo na região, que vão desde a criação de start-ups inovadoras, produtos específicos como tijolos ecológicos e sistemas de monitoramento ambiental, proteção de marcas e indicações regionais, bem como análises do próprio ambiente de inovação da região”, conta.

 O aluno do curso e empresário, Alexandre Azeredo, 35 anos, se interessou pelos estudos devido à possibilidade de aprofundar seus conhecimentos sobre inovação. Além de gostar, ele é empreendedor de longa data e tinha um projeto já em mente de criar uma start-up.

"São pesquisas voltadas para inovação e empreendedorismo na região, como a criação de start-ups inovadoras, produtos específicos como tijolos ecológicos e sistemas de monitoramento ambiental", Rogério Atem. 

 “A ideia de criar uma start-up  veio um pouco antes do mestrado, mas até então eu não sabia como colocar em prática uma empresa de tecnologia, e o Profnit  apresentou a possibilidade de eu poder criar negócios reais dentro do programa, então isso foi determinante”, relata ele que tem formação em Gestão de Marketing e uma pós-graduação em Negócios internacionais e Logística.

 A empresa, Skiuhub, nasceu com a ideia de ser uma plataforma com um conjunto de soluções para instrutores de habilidades ofertarem cursos presenciais, mas um mês antes do lançamento veio a pandemia do novo coronavírus, e o projeto teve que ser repensado e ajustado aos novos tempos, então, além de cursos presenciais, também serão ofertados cursos online, mas apenas ao vivo para, segundo Alexandre, manter a qualidade do ensino. “A gente percebeu que a grande demanda era a interação ao vivo ou, pelo menos, em tempo real, sendo assim a gente chega no produto final que é ter uma plataforma de anúncios e vendas de cursos presenciais e online ao vivo”, diz.

 São os próprios instrutores que determinam o conteúdo programático, frequência e carga horária, e a plataforma auxilia no acompanhamento dos estudantes, administração de dados, avaliações e métricas. “Nossa start-up é uma tecnologia que vem para empoderar a habilidade que as pessoas têm, fazer com que elas possam ganhar dinheiro usando a sua habilidade e, literalmente, ensinando outras pessoas”, acredita, acrescentando que a relação econômica da empresa com os instrutores é baseada em uma porcentagem na mensalidade do aluno. “Então, na verdade, os professores, ou seja, os detentores da habilidade nunca pagam nada para usar nosso serviço. É uma inovação na forma de as pessoas adquirirem habilidades”. 

 A previsão é de que o negócio seja lançado em um prazo de dois meses, com o site entrando no ar em março ou abril de 2021. Alexandre destaca que o mestrado o ensinou como acontece todo o processo de inovação dentro das empresas, a ler o que está acontecendo no mercado e o que vai acontecer no futuro, o que também foi relevante para a abertura da sua start-up.

 “O mestrado me auxiliou a entender o cenário, como me posicionar com a minha empresa, como buscar meios de aprender inovação e empreendedorismo inovador fora do padrão que a gente sempre foi ensinado. Porque uma empresa de tecnologia não é igual empreender no negócio físico que você tem estoque, que você tem controle de validade. Não. Trata-se de uma programação para futuro, de um mercado globalizado, internacional, então está tudo hoje muito conectado, os negócios inovadores são baseados todos em desenvolvimento, programação e é totalmente diferente do simplesmente abrir um negócio de economia tradicional”, avalia.

 Como não poderia deixar de ser, a dissertação de mestrado de Alexandre será em cima da criação da sua empresa com registro de software e relatório técnico sobre como funciona a plataforma, arquitetura do software, branding da marca e o modelo de negócio. Sua pesquisa, com aplicação prática, é apenas um dos muitos frutos gerados pelo ambiente nas instituições de ensino que têm muito a contribuir, por meio de suas ações e inter-relações com a sociedade e o setor produtivo.

 “O mestrado, mesmo ainda sem defesas, já estimulou a criação de empresas e a reformulação da gestão de outras. As análises das políticas de inovação na região certamente influenciarão o futuro do ecossistema de inovação e empreendedorismo regional”, acredita Rogério. 

 “Tem muita coisa acontecendo no mundo para a gente ficar parado no tempo e simplesmente não lembrar que todo o mercado está mudando. Sendo assim, essas empresas precisam inovar, elas precisam colocar em prática planos bem estudados, planos bem estruturados para que possam sobreviver a esse período de transição, se adaptando a novas maneiras de ganhar dinheiro ou, às vezes, se adaptando a um completo modelo de negócio diferente do que ela faz hoje”, arremata Alexandre.