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Formação Integral
Servidores e estudantes irão discutir ensino médio integrado no IFF
À esquerda, Carlos Márcio, que fez a moderação, ao lado do palestrante, professor Daniel.
O Encontro Formativo “Conceito do Ensino Médio Integrado no IFF” foi realizado nesta quarta-feira, 07 de fevereiro de 2018, por transmissão via IFF Tube, o canal do IFF no youtube, para professores e gestores da área de ensino do Instituto. Trata-se de uma das ações previstas na Nota Técnica N.º 01/2017, que trata da definição das Diretrizes da Organização Curricular e Metodologias para o Ensino Médio Integrado (EMI) do IFFluminense.
Com mediação de Carlos Márcio Viana Lima, diretor de Políticas da Educação, o encontro teve a exposição do professor do Campus Bom Jesus do Itabapoana, Daniel Guimarães, que discorreu, a princípio, sobre a dicotomia trabalho x escola, a partir de conceitos históricos e teóricos. Analisou a escola antes e depois do neoliberalismo e as mudanças de paradigmas ocorridas para entender como a influência deste novo padrão de organização do trabalho transforma a escola. De acordo com ele, analisar essas questões é importante para conseguir responder e entender o que é e como deve ser a formação integral de estudantes.
“Com a mudança da organização do trabalho e dos valores simbólicos, econômicos e sociais, para a gente conseguir formar, para que a escola seja um instrumento de integração social, a gente não pode formar um profissional especificamente para o mercado de trabalho – como se fazia –; para a gente conseguir fazer com que a escola dê conta desta demanda, o pensamento da formação tem que ser de uma educação básica de qualidade que consiga fazer com que o aluno compreenda todos os aspectos científicos e teóricos, juntamente à formação profissional/técnica, para que ele tenha a sua empregabilidade”, diz Daniel. “A formação integral é a superação da escola dualista, uma educação que permite o acesso à cultura, à ciência, ao trabalho por meio de uma educação básica de qualidade e profissional”, complementa.
Segundo o professor, é consenso que a escola deve preparar para a vida e também para o trabalho, contribuindo com sua parcela para o desenvolvimento da sociedade. A grande questão é como fazer um verdadeiro ensino médio integrado. “Quando a gente fala de integração, o primeiro pensamento é integrar o básico com o técnico. Se fosse exatamente este o conceito, o debate não estaria existindo, porque a gente, os Ifs , já vêm fazendo isso, a escola técnica sempre fez isso”.
Daniel ressalta a importância da integração dos núcleos básico, politécnico e técnico e enfatiza que o princípio básico do ensino médio integrado deve levar em conta a junção de dois conceitos: a formação integral e o trabalho como princípio educativo. “Temos que formar este sujeito em sua plenitude, de integração, participação social, politica, econômica e produtiva”, destaca, acrescentando que não é só dar uma profissão ao indivíduo, mas que ele possa entendê-la, se qualificar e se requalificar.
A palestra foi seguida de perguntas feitas pelos expectadores participantes de vários campi do IFF. Para Daniel, este primeiro encontro teve uma importante contribuição: “De motivar e aprofundar a discussão, definir e esclarecer alguns conceitos que não estão muito bem estabelecidos para, a partir daí, sem cometer equívocos, começar a construir uma proposta prática de como poderia ser essa concepção pedagógica”, acredita. Para assistir a palestra, acesse AQUI.
Discussão nos campi: O trabalho agora segue para discussão nos campi cuja orientação da Nota Técnica é promover amplo debate, com envolvimento inclusive dos discentes, para definições das diretrizes da organização curricular e metodologias para o Ensino Médio Integrado. Os 2.º e 3.º encontros serão realizados nas unidades por meio de dinâmicas próprias e deverão acontecer no período de 08 de fevereiro a 21 de março de 2018. Haverá ainda um último encontro até o dia 28 de março, que tratará da apresentação do documento final elaborado para encaminhamento ao Grupo de Trabalho que fará um compilado de todos os campi para construção das diretrizes.
“Todos estes encontros são no sentido de mobilizar e sensibilizar as comunidades, além de serem formativos, para que a gente recolha todas as impressões e sugestões acerca da temática trazendo-as para o GT de forma que a gente tenha condições de fazer estas diretrizes. E nosso trabalho não finaliza nessa entrega da documentação, também faremos um movimento de implantação dessas diretrizes, inclusive temos uma sugestão de trabalhar com uma comissão permanente do ensino médio integrado para este acompanhamento”, explica Cátia Brito Viana, diretora de Desenvolvimento Pedagógico.
GT: O Grupo de Trabalho do Ensino Médio Integrado (GT EMI), instituído pela Portaria N.º 1.145, de 28 de agosto de 2017, retificada pela Portaria N.º 1.623, de 7 de novembro de 2017, foi designado para discutir o Ensino Médio Integrado no âmbito do IFFluminense e construir diretrizes que norteiem a elaboração de currículos.