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Supercomputador trará avanços para pesquisas de Engenharia e na área Ambiental
Sala Técnica do supercomputador Escola de Sagres (Foto: Divulgação/IFF).
Recentemente, o Instituto Politécnico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IPRJ/Uerj) inaugurou o supercomputador Escola de Sagres, uma máquina de alto desempenho e capacidade de processamento. Mas o que exatamente esta máquina potente trará de benefícios para as pesquisas desenvolvidas?
Para entender melhor o alcance desta ação, conversamos com o idealizador e coordenador do projeto, o professor Antônio J. Silva Neto (IPRJ/Uerj) que também atua no doutorado em Modelagem e Tecnologia para Meio Ambiente Aplicadas em Recursos Hídricos (AmbHidro) do Instituto Federal Fluminense (IFF).
O Escola de Sagres proporcionará enorme agilidade na execução dos softwares e modelos computacionais desenvolvidos em diversas pesquisas, entre as quais, o professor destaca, na área ambiental:
√ desenvolvimento de modelos para prever alagamentos em bacias hidrográficas;
√ estudos de disponibilidade hídrica;
√ estudo da dispersão de poluentes em corpos hídricos e atmosfera;
√ estudos sobre energias renováveis e mudanças climáticas, que envolvem, portanto, o acoplamento da modelagem hidrológica com a modelagem atmosférica.
“Em engenharia, destacam-se os problemas inversos em transferência de calor e massa, bem como na identificação de danos e falhas em sistemas industriais, com a aplicação de Inteligência Computacional/Artificial”, acrescenta.
E foi justamente a necessidade de atender a diferentes pesquisas que requerem recursos computacionais o que motivou o desenvolvimento do Escola de Sagres, “ampliando de forma significativa o número de processadores e memória para uso dos pesquisadores atuantes nos laboratórios da Uerj e do IFF, bem como de outras instituições do país e do exterior”, explica Neto.
O projeto, que teve início em 2018, foi desenvolvido em parceria com o Centro Internacional de Investigação para o Atlântico (Air Centre) que tem sede nos Açores, em Portugal. A proposta "Modelagem e Tecnologia Ambiental para Problemas Diretos e Inversos em Desastres Naturais, Transporte de Poluentes e Hidrodinâmica Costeira" foi aprovada em edital da Faperj e também contou com recursos do CNPq e da Capes.
“Em torno de dez pesquisadores estão envolvidos no projeto, de instituições brasileiras que oferecem cursos de graduação e pós-graduação (Uerj, IFF, UFF, Uenf, Senai Cimatec); bem como de instituições de Portugal (Universidade de Lisboa e Universidade dos Açores), que atuam em parceria com o curso de Modelagem Computacional da Uerj e com o curso AmbHidro do IFF”, destaca.
Desta forma, o supercomputador possibilitará o desenvolvimento de projetos de cooperação internacional por pesquisadores de vários países da Bacia Atlântica, entre eles Brasil, Portugal, Espanha, Reino Unido, Angola e Cabo Verde.
Um destes projetos, explica Silva Neto, é a constituição de uma rede de informações do Atlântico. “Com o computador de alto desempenho Escola de Sagres inicia-se a ligação à rede em computação distribuída do Air Centre, visando à formação da Atlantic Cloud, uma infraestrutura que fornecerá recursos de computação que permitirão aprofundar a colaboração internacional nas áreas do oceano, espaço e clima, incluindo o monitoramento ambiental e a resposta a desastres, além de conectar a região Serrana Fluminense e outras regiões do estado do Rio de Janeiro à rede internacional de informação e serviços sobre o Oceano Atlântico. Outro aspecto fundamental é a formação de recursos humanos de elevada qualificação", enfatiza Neto.
O que é Escola de Sagres
A Escola de Sagres teria sido uma escola náutica fundada pelo infante Dom Henrique, no século XV, com o fim de estimular as navegações portuguesas. Ela reunia cartógrafos, navegadores, cosmógrafos e outros interessados por viagens marítimas, que se reuniam para aperfeiçoar técnicas e tecnologias decisivas para a expansão marítima europeia.