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Mostra de Extensão

“Empreendedorismo social e diversidade como futuro dos negócios” foi tema de mesa-redonda

por Comunicação Social da Reitoria publicado 18/10/2018 12h13, última modificação 19/10/2018 11h20
A inclusão social foi abordada em diversos aspectos, com foco especial nos negros, nas mulheres e nas populações rurais.
“Empreendedorismo social e diversidade como futuro dos negócios” foi tema de mesa redonda

Esteve presente o geógrafo e mestrando em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas, Carlos Humberto da Silva Filho, fundador da Start-up Diáspora Black.

 As ações de desenvolvimento social para a redução das desigualdades foram tema da primeira mesa-redonda da X edição da Mostra de Extensão do Instituto Federal Fluminense (IFF), Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Universidade Federal Fluminense (UFF) e a II edição da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), realizada nesta quarta-feira, 17 de outubro.

 O evento contou com a participação do geógrafo e mestrando em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas, Carlos Humberto da Silva Filho, fundador da Start-up Diáspora Black. Criada em 2016 com objetivo de combater o preconceito racial no setor de turismo, a Diáspora Black é uma plataforma de hospedagem que oferece acomodações em mais de 90 cidades em 19 países, voltada para viajantes e também para pessoas que queiram receber hóspedes interessados em vivenciar e valorizar a cultura negra.  

 “Somos uma plataforma para quem quer viajar e não tem preconceito. O objetivo é um turismo de inclusão social, para quem não vê problema em hospedar negros ou em se hospedar com anfitriões negros ou ainda vivenciar experiências de viagens em locais que valorizam a cultura negra”, explicou Carlos Humberto.

 Ele apontou que a Diáspora Black é um negócio de impacto social porque trata de um nicho de mercado voltado especialmente para negros, ou seja, consumo com consciência. “E também porque estamos falando de uma população prevalente no país e que não está inclusa no mercado de consumo, isto é, uma fatia considerável da população excluída do ciclo econômico como potencial consumidora”, destacou.

 O geógrafo e empreendedor colocou foco também no desafio que é empreender no Brasil. “Empreender neste país é um desafio. Mas ser empreendedor negro e num espaço tão elitizado quanto o turismo é ainda mais desafiador, especialmente quando se trata de fortalecer uma população, uma história, uma cultura num turismo mais inclusivo”.

 Carlos Humberto apontou que apesar das dificuldades, agências de viagens começam a ser criadas nas periferias brasileiras. “Mas ainda é um crescimento tímido, de 40 milhões de novos consumidores. E quem são esses novos consumidores? São pessoas incluídas pelas políticas afirmativas, e entre esses indivíduos, os negros. Temos um movimento turístico crescente. Mas, infelizmente, o velho comportamento social brasileiro excludente, machista, racista e homofóbico reflete como empecilho para um crescimento maior do turismo”.

 Também fizeram parte da mesa a assessora dos Direitos Humanos da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes e Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Vanessa Henriques.

 Ela ressaltou a importância das políticas públicas para a redução das desigualdades sociais. “A diferença entre homens e mulheres, negros e brancos, pobres e ricos, de uma forma reducionista e limitada, é ligada a uma espécie de ‘loteria do nascimento’, numa falsa ideia de meritocracia e de falta de capacidade e de vontade do indivíduo, quando na verdade é uma questão de desigualdade de oportunidades”.

 Já a assistente social e coordenadora de Mercado Institucional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-RJ), Cristianne Pereira Mendonça, abordou o tema do Desenvolvimento Social para Redução das Desigualdades, tendo como base as Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional e o funcionamento do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que articulam em uma mesma política o apoio à comercialização da agricultura familiar com ações de segurança alimentar e nutricional.

 Com pós-graduação em Gerência de Projetos Sociais, Cristianne destacou o papel da Extensão Rural. “Esses programas vêm promovendo mudanças no ambiente rural brasileiro, na participação rural no desenvolvimento do país, tendo como base a consolidação da agricultura familiar brasileira como ofertantes estratégicos de alimentos saudáveis e de qualidade”.

 Ela apontou ainda que “não é possível pensar em desenvolvimento sem um olhar inclusivo e que reduza as desigualdades. E o pequeno produtor rural não pode ser esquecido nesse processo de inclusão. Precisamos lutar para que os avanços nas políticas voltadas para a agricultura familiar não sejam fragilizados e afetados e para que o pequeno produtor tenha cada vez mais acesso às ações voltadas para ele”.

 A mesa redonda foi mediada pelo pró-reitor de Pesquisa, Extensão e Inovação do IFFluminense, Vicente de Oliveira. “O preconceito contra raças, contra opção sexual, contra a mulher infelizmente são recorrentes em nossa sociedade e não são fáceis de combater. Mas a melhor maneira de lutar contra tudo isso é falando sobre esses temas e tratando da inclusão não só de negros, homossexuais e mulheres, mas também de populações rurais, para que sejam mais incluídas nos processos produtivos e econômicos”, destacou.

 A X Mostra de Extensão IFF-Uenf-UFF e II UFRRJ começou no dia 16 e segue até esta sexta-feira, 19 de outubro, no Centro de Convenções da Uenf. No dia 20 de outubro, uma Feira de Ciências será realizada no Jardim São Benedito, em Campos dos Goytacazes/RJ. O evento integra a programação da XV Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que tem como tema “Ciência Para Redução das Desigualdades”.

  A programação completa está disponível no site do evento.