Dois alunos da Universidad Nacional de la Província del Centro de Buenos Aires (Unicen) concluíram na última semana o período de um mês de estágio no setor de suinocultura do Campus Bom Jesus do Itabapoana. Martin Minguez e Cristian Calafati, estudantes de Medicina Veterinária, chegaram ao Brasil por meio de um programa de intercâmbio da Unicen com a Universidade Federal Fluminense (UFF), onde foram recebidos para o início das atividades.

Pesquisadores da área de suinocultura, os graduandos passaram dois meses na UFF, desenvolvendo análises microbiológicas de carnes, embutidos e água, além das atividades práticas na fazenda da Universidade. Também passaram duas semanas no IFRJ Campus Pinheiral, de onde seguiram para o IFF Bom Jesus, onde não só atuaram no setor de suínos, mas visitaram agroindústrias, desenvolveram trabalhos no setor de cunicultura e produção de ração. Neste último puderam, pela primeira vez, calcular e fabricar rações para animais em fase de crescimento. O zootecnista Columbino Teixeira foi o responsável pela orientação dos estagiários.

A rotina no campus foi de muito trabalho. As atividades compreenderam todas as fases de produção animal, desde a cobertura de matrizes até o processo final para o abate. Eles também desenvolveram dois ensaios no setor, voltados para o acompanhamento de ganho de peso dos leitões. Outro aspecto trabalhado foi a sanidade dos animais, que foram avaliados e, aqueles que apresentavam alguma doença, receberam tratamento. Além disso, visitaram granjas suínas na região e conheceram a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Campus Alegre.

A qualidade das estruturas de produção no Brasil impressionou os estudantes. Eles contam que o país é referência em suinocultura e o contato com profissionais brasileiros tem proporcionado experiências interessantes, que são muito valorizadas na Argentina. A produção no Campus Bom Jesus, que possui objetivo pedagógico e de abastecimento interno, também chamou a atenção deles. “Na Argentina as atividades são parecidas, mas minha experiência lá foi comercial: produzir carne ao menor custo possível e ganhar o máximo possível. Aqui, o objetivo é que o aluno aprenda e que a produção abasteça o restaurante. Acho isso muito bom para os estudantes; não temos um colégio assim na Argentina”, conta Cristian Calafati. “Temos escolas agrárias, mas não nesse nível: com integração de criação e produção com tamanha qualidade”, acrescenta Martin, elogiando também a estrutura de assistência estudantil do campus, como o refeitório e alojamento.

Os intercambistas permanecem em Niterói até o fim de dezembro e já planejam retornar ao Brasil futuramente, para ingressar em programas de mestrado na área de nutrição animal.