Não foram apenas os atletas olímpicos em Paris que sentiram a satisfação de conquistar medalhas de ouro, prata e bronze neste ano. Dez estudantes do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Bom Jesus do Itabapoana se desafiaram a participar da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e também comemoraram os premiados resultados. Alguns já colecionam medalhas e anseiam pela obtenção de outras, com o preparo para a segunda fase da olimpíada. Esta etapa vai selecionar os representantes brasileiros nas provas internacionais.

Foi por pouco que Antônio Rangel da Silva Manhães Motta não conquistou a medalha de ouro em sua primeira participação, no ano passado. A conquista da prata intensificou seu desejo de obter o ouro nesta edição e a expectativa foi totalmente atendida. “Quando vi a oportunidade de fazer a prova esse ano, não deixei passar. Sempre fui bem otimista e, quando recebi a informação que havia conseguido o ouro, fiquei muito feliz, pois senti que no ano passado eu merecia ter ganhado”, conta. Segundo ele, ter participado da edição anterior foi importante para o desempenho deste ano e destaca a satisfação em trazer a medalha para o IFF. “Ano que vem com certeza farei a OBA novamente e convido todos a participarem também”, incentiva.

Despedindo-se das olimpíadas, o formando Nilo Fonseca Andrade recebeu sua terceira medalha, somando dois bronzes e um ouro. Ele afirma que o prêmio não se limita ao reconhecimento pelas boas notas, mas também inclui o surgimento de novas oportunidades e conhecimentos. “A prova da OBA abre um leque de possibilidades para faculdades quando você consegue alguma medalha. Também permite aprender coisas novas e diferentes do usual, porque a astronomia não é ensinada em sala de aula. Logo, você se torna único por ter a chance de aprender isso”, considera. Segundo Nilo, a dedicação aos estudos para as provas foi recompensadora, algo que mudou sua vida, tendo em vista que a astronomia se tornou um de seus principais assuntos de interesse.

Quem também está construindo um histórico de participações com medalhas é a estudante Camilly Victória Reis Vieira Torres, que foi ouro no ano passado e nesta edição recebeu a prata para a coleção. Ela afirma que ficou muito feliz com o resultado, especialmente por ser o seu último ano de olimpíadas, e recomenda aos demais alunos que aproveitem a oportunidade. “A prova é gratuita e várias universidades aceitam ingressantes através das olimpíadas, além de ser uma excelente fonte de aprendizado individual e enriquecer muito o nosso currículo”, disse.

A professora Ana Cecília Soja é a principal incentivadora dos alunos e ministrou aulas preparatórias para os interessados. Em intercâmbio na Irlanda, ela realizou encontros online para ensinar os conteúdos e conta que a distância não foi a única dificuldade enfrentada. “A preparação foi um pouco prejudicada por conta da inundação (que atingiu o município de Bom Jesus do Itabapoana em março), que interrompeu as atividades no campus às vésperas da prova. Mesmo assim, realizamos aulas on-line duas vezes por semana e 42 alunos vieram realizar a prova. Destes, 10 obtiveram medalha, sendo uma de ouro, uma de prata e oito bronzes”. Além das aulas, as dicas de preparação dos medalhistas incluem a busca de conteúdos pela internet, resolução de provas anteriores, muito estudo e dedicação, sem deixar de lado a calma para responder às questões com atenção.

As escolas públicas receberam destaque na edição 2024 da OBA, com desempenho superior aos anos anteriores - quase metade dos medalhistas foram de instituições públicas, totalizando 39.200 medalhas conquistadas.

Mais informações sobre a OBA estão disponíveis no site da Olimpíada.