Joinville (SC) foi palco de importantes conquistas para estudantes do Instituto Federal Fluminense Campus Bom Jesus do Itabapoana. Sede da X Feira Brasileira da Iniciação Científica (Febic), a cidade catarinense recebeu estudantes, pesquisadores e profissionais de todo o Brasil e exterior para dias de apresentações de projetos, construção de networking, troca de experiências e muita ciência. O evento aconteceu no parque industrial Ágora Tech Park, onde a universidade e empresas se encontram para promover criatividade, inovação e empreendedorismo.

Foram 387 projetos apresentados na quinta maior feira do país, que inclui a iniciação científica em todas as suas etapas: da educação infantil até o ensino superior. O Campus Bom Jesus foi representado com três projetos apresentados por estudantes dos cursos técnicos em Química, Informática e do superior em Engenharia de Computação, sendo dois deles destaques no evento.

“A Ciência vai ao Cinema”, apresentado por Susana Coutinho Venancio dos Santos, do terceiro ano do Curso Técnico em Química, tem por objetivo tornar o aprendizado das disciplinas de ciências exatas mais didático, interessante e motivador por meio da exibição de filmes em sala de aula. O destaque em “Melhorias da Educação” surpreendeu a estudante, que se orgulhou ao perceber a relevância do projeto desenvolvido no IFF Bom Jesus. 

“O prêmio mostra o quanto o trabalho que desenvolvo é importante para a sociedade e pode melhorar a forma como aprendemos ciências. A parte mais legal de toda a feira foi ver as pessoas se interessando pelo projeto e os professores querendo receber o material que produzimos para aplicar em sala de aula”, considerou Susana. Para ela, participar da Febic foi também uma oportunidade de melhorar suas habilidades de oratória, conhecer pessoas, projetos e um novo destino brasileiro, além de ampliar sua visão sobre as possibilidades de cursos e locais para a próxima etapa em sua formação acadêmica e profissional. 

Outro projeto premiado foi o “Relatos e Rotas: promovendo a educação patrimonial por meio de jogos digitais”, do estudante do Curso Técnico em Informática André Gomes Portes. A experiência na Febic também foi enriquecedora para ele, que destaca a variedade de ideias apresentadas no evento. “Conhecer projetos que já estão na iniciação científica há um tempo e também os que entraram recentemente, como nós, amplia nosso campo de visão acerca da pesquisa científica. Com certeza agregou na nossa formação, dando lições que levaremos para toda a vida enquanto estudantes”, concluiu. O trabalho foi destaque na categoria “Multiculturalismo”.

Os professores Ana Cecília Soja e Fabrício Barros foram os orientadores dos trabalhos.

Representando o Ensino Superior, os estudantes Maycon Jorge Delaqua da Silva e Arthur Miquelito Lopes, de Engenharia de Computação, participaram pela segunda vez da Feira. Eles apresentaram o trabalho “Simulando o impacto de satélites em observações astronômicas - Fase II” e se inspiraram ao assistir outros projetos desenvolvidos no país. “Esse contato e troca de informações sempre faz com que a gente tenha um turbilhão de ideias e soluções que acabamos por trazer para nosso campus”, conta Maycon, que se encantou com a proposta de aproximação entre universidade e indústria do Ágora Tech Park. “Para nós da tecnologia foi um grande achado saber que um lugar assim é possível de acontecer e dar certo. É um contato direto entre empresas e alunos, que acaba fomentando projetos conjuntos e criam oportunidades para ambos”, analisou.

A um ano de concluir o curso superior, os graduandos participaram desta edição com um novo olhar, voltado para o futuro próximo, quando chegarão ao fim da graduação. Eles conheceram laboratórios da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), incluindo o laboratório de foguetes que chamou a atenção de Arthur. Seu Trabalho de Conclusão de Curso, o famoso TCC, envolve o lançamento de um satélite de baixa altitude e ele viu na instituição um meio de executar seu projeto. Interessado por Engenharia Aeroespacial, ele estuda também a possibilidade de verticalizar sua formação para um possível mestrado na UFSC.

Ainda pensando no futuro, Arthur destaca a relevância da Febic para a aproximação de pessoas, projetos e ideias. “É nesse momento que a gente começa a fazer um networking, que é uma das coisas mais importantes no final do curso. É o momento dessa transição entre a graduação e o mercado de trabalho ou o mestrado. Para os meus planos pós-formação, foi muito bom ter descoberto o que estava sendo feito lá na UFSC”, analisa. 

Os três trabalhos apresentados na Febic foram orientados pelos professores Ana Cecília Soja e Fabrício Barros, do IFF Bom Jesus. Segundo Ana Cecília, a participação em feiras de ciências, principalmente as de alcance internacional, é uma oportunidade ímpar de complemento da formação, tendo em vista que desenvolvem habilidades não apenas no desenvolvimento do projeto em si, mas também na organização da viagem e na preparação para as apresentações.

“Considerando a competitividade desses eventos, só a classificação para a etapa presencial em si já é uma grande conquista. Nessa lógica, o recebimento de prêmios podem ser entendidos como um bônus que, além de motivar muito os estudantes, consolida nosso trabalho, indicando que estamos na direção certa, que nossas ideias são relevantes e que a forma que as desenvolvemos está adequada”, concluiu, acrescentando que vale a pena continuar se dedicando e aprimorando os trabalhos para conseguir resultados cada vez mais relevantes e impactantes para a sociedade.

O evento - A Febic é dividida em três etapas. A primeira consiste na submissão dos projetos, dos quais aproximadamente 600 são selecionados para a segunda etapa, de bancas virtuais. Os aprovados nessa etapa são convidados para o evento presencial, que corresponde à terceira e última etapa. Neste ano, aconteceu de 08 a 12 de setembro no Ágora Tech Park, em Joinville (SC). Mais informações estão disponíveis em https://www.febic.com.br/.