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CONSCIENTIZAÇÃO

2ª edição do Afrofestival debate racismo e sistema de cotas

por Vitor Carletti / Assessoria de Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 25/11/2024 18h46, última modificação 25/11/2024 18h46
O evento foi organizado pelo Neabi e Grêmio Estudantil Nilo Peçanha do IFF Campos Centro.
2ª edição do Afrofestival

A professora Juliana de Abreu, a estudante bolsista do Neabi Vivian Caz, e o subsecretário de Igualdade e Direitos Humanos de Campos Gilberto Firmino (Totinho Capoeira).Foto: Vitor Carletti

 Uma estudante do ensino médio integrado do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Campos Centro questionou os palestrantes da 2ª edição do Afrofestival, que aconteceu nesta segunda-feira, 25 de novembro, no auditório Cristina Bastos, sobre como lidar com o sentimento de inferioridade por ela ser uma pessoa negra que foi aprovada pelo sistema de cotas no ensino público.

 O evento foi organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) e o Grêmio Estudantil Nilo Peçanha do IFF Campos Centro.

 A pergunta mereceu uma reflexão histórica da professora da rede pública e mestre em Ciência Sociais Juliana de Abreu e do subsecretário de Igualdade Racial e Direitos Humanos da Prefeitura de Campos dos Goytacazes Gilberto Firmino Coutinho Junior.

 Juliana afirmou que as cotas no ensino representam um modelo de reparação do Estado brasileiro com a população negra que foi escravizada e marginalizada após a abolição da escravatura em 1888 e que o preconceito contra estudantes negros e cotistas partem de pessoas brancas que foram e são privilegiadas na sociedade.

 “O desafio estar em torno de se combater o preconceito. As pessoas não sabem o que é cota e não conhecem a sua história. A escola, na verdade, está conseguindo fazer muito pouco o trabalho de conscientização. A escola passa por um processo de defasagem em relação a não conseguir se comunicar com o jovem. A dificuldade é combater o senso comum”, avalia.

 O subsecretário Gilberto Firmino, conhecido também como Totinho Capoeira, ficou emocionado com a fala da aluna e disse que o maior desafio é fazer com que ela entenda a sua importância quanto sujeito.

 “São falas que sempre vão estar emocionando a gente, porque a gente se vê naquele momento. A gente passou pelas mesmas dificuldades e anseios que essas crianças estão passando. Algumas medidas (de combater o racismo) são o letramento racial, cursos de formação e encontros para que a gente possa estar fortalecendo os vínculos de pares para que essas crianças se sentirem mais empoderadas e protegidas. A partir daí a gente começa a entender a promoção da igualdade racial. A gente precisa fazer com que essas crianças entendam que lutar sempre vai valer a pena”, conclui.

 O evento ainda teve debates sobre a moda e a estética da população negra e uma roda de capoeira.