O artigo “Avaliação discente sob a ótica do Pensamento Complexo: conduzindo avaliações somativas elaboradas pelos próprios estudantes por meio da gamificação” foi publicado no congresso internacional PAEE/ALE'2025 - International Conference on Active Learning in Engineering Education, na cidade do Porto, em Portugal, e aborda uma experiência em que os estudantes puderam produzir e responder às avaliações por meio de jogos.

 O evento aconteceu entre os dias 25 e 27 de junho. O texto, publicado em Inglês, é assinado pelos professores André Uebe, do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Campos Centro, e Anabela Alves, da Universidade do Minho, em Portugal.

 Uebe afirma que criou o método utilizado para auferir os resultados da pesquisa e o denominou de gamified self-made students’ summative assessment (gSSA)[avaliação sumativa gamificada feita pelos próprios estudantes, em tradução livre].

 “[É uma] forma inovadora de avaliação dos estudantes, mostrando que é possível sair do lugar-comum de avaliações centradas no professor, conteudistas, tensas e, muitas vezes injustas (por avaliarem toda a capacidade de um aluno em sua capacidade de expressar o que decorou em um dia pontual de seu percurso acadêmico) mesmo em disciplinas puramente teóricas”, explica.

 Uebe reforça que essa metodologia permitir explorar a parte lúdica do ensino e potencializa o envolvimento do estudante com o conteúdo.

 “Os resultados apontam que ao utilizar o método desenvolvido nesta pesquisa (denominado gSSA) para que os próprios estudantes elaborassem a prova de conteúdo por meio de gamificação, os alunos se tornaram responsáveis por sua própria aprendizagem e avaliação (a partir de regras previamente e colaborativamente estabelecidas), desenvolvendo soluções inovadoras, aprendendo com seus próprios erros, divertindo-se e participando ativamente do processo.”

 Na avaliação do professor do IFF Campos Centro, o uso de jogos estimula novas formas de ensinar o conteúdo tradicional, porém com o envolvimento maior do estudante no processo de aprendizagem.

 “Pois por meio do lúdico e da prática colaborativa (uma vez que eles mesmos devem preparar as questões que desafiarão os colegas em um jogo) o aluno sai do papel de passividade característico dos métodos de ensino tradicional, assim como o professor sai do papel de ser o ´dono de um saber pronto e engessado´ a ser ´transmitido´ ao aluno.”

 A parceria entre os professores faz parte do Núcleo de Pesquisa do Pensamento Complexo Aplicado (NPCA), grupo vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.