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Caixa d'água, um ícone do Campus Campos Centro, está em reforma
A reforma abrange as partes interna e externa (Foto: Antonio Barros)
Houve um tempo em que a caixa d'água da então Escola Técnica Federal de Campos (ETFC) podia ser avistada a quilômetros. O professor do Curso de Eletrotécnica Joanes Correa Silva conta que a via ao passar por uma localidade situada a cerca de quatro quilômetros do Parque Dom Bosco, onde situa-se o atual Campus Campos Centro do IFF. No dia cinco outubro, ela ganhou andaimes para que os profissionais envolvidos na reforma alcancem seus 20 metros de altura, o equivalente a um prédio de seis andares.
De acordo com o diretor de Infraestrutura Robson Martins, a obra se estenderá até dezembro e quando terminar haverá um nova impermeabilização, reboco e pintura. O reservatório superior tem capacidade para 90 mil litros de água e o inferior, uma cisterna, recebe outros 100 mil litros. Todo revestimento estará reparado e por fim ela exibirá uma pintura também renovada, o verde claro do padrão de cor adotado pelos prédios do Instituto Federal Fluminense.
A caixa d'água atende a instalações dos blocos A e B, os mais antigos, chegando a locais como cozinha, refeitório, biblioteca e as antigas 'oficinas', hoje laboratórios e salas de aula usadas por estudantes de cursos técnicos, tecnológicos e engenharias. Conta o professor aposentado da escola, Nylson Macedo, que a caixa d'água está entre as primeiras construções do campus e que sua obra chegou a ser interrompida. Em 1966 ele tornou-se professor do Curso Técnico de Eletrotécnica (havia também Edificações, Mecânica e Estradas). Nesta época, as aulas práticas eram ministradas na Escola de Aprendizes Artífices, na Rua Tenente Coronel Cardoso, na época Rua Formosa, no Centro de Campos dos Goytacazes.
Ambiente Emocional
O também professor Luís Mauricio Cesar Franco formou-se em Eletrotécnica em 1987 e no depoimento abaixo ajuda a entender o itinerário afetivo e a importância da construção para sua geração e as que a antecederam:
A caixa d'água era nosso ponto de encontro, local de namoro, onde podíamos abraçar e até beijar ( meio escondido dos inspetores de alunos ) a namorada. Em torno da caixa d'água ouvíamos alguns colegas tocar violão, em torno da caixa d'água lanchávamos, e tanto fazia se era refrigerante com salgadinho comprados da cantina ou pão com um copo de leite distribuído pela escola.
Em torno da caixa d'água sentávamos no chão mesmo (não havia bancos na escola exceto no corredor onde ficava o Banco do Brasil).
Em torno da caixa havia uma pequena calçada e o resto era chão mesmo, com capim, que ao ser cortado liberava o cheiro característico que teima em não sair da lembrança. Em torno da caixa d'água conversávamos, ríamos, estudávamos. Em torno da caixa construíamos memórias que fazem a idade adulta valer a pena.