A 5ª edição do Corredor literário com o tema “Vozes e silêncios” vai ocorrer entre os dias 10 e 14 de novembro. O evento propõe a estudantes do ensino médio do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Campos Centro pensar como situações vividas por personagens de livros de literaturas estudadas em sala de aula podem servir para promover a reflexão sobre temas como racismo e bullying nas escolas.

 Na sexta-feira, 14 de novembro, às 8h, no auditório Reginaldo Rangel, haverá uma mesa-redonda com o tema “Do silêncio ao viral”: o meme na construção de narrativas” com a participação da pesquisadora Maria Goretti . A mediação será de Bárbara Zaganelli que dividirá a interlocução com a também professora do IFF Campos Centro Priscila Monken.

 Zaganelli explicou por que a temática ajuda no desenvolvimento da análise crítica do estudante. Os cartazes do Corredor literário estão na subida da rampa do bloco A do campus.

 “Eles (alunos) fizeram uma análise dos personagens que estavam em silêncio. Se eles eram opressores ou oprimidos e também os que tinham vozes e por que tinham vozes dentro dessas narrativas. A gente sempre acha que o silêncio vem do oprimido, mas o silêncio pode ser também do opressor. A gente fez uma análise da realidade. A gente puxou dos textos literários e colocou situações do dia a dia como casos que nós tratamos no ensino médio como bullying. Quando ficamos em silêncio diante de um bullying, estamos, sim, pactuando com isso. Esse silêncio seria do opressor. A gente pensou como dar voz e agir diante das injustiças sociais como o racismo. Esse período de reflexão foi muito importante para pensar também não só na formação da cidadania mas na prova de redação do Enem”, disse.

 A análise dos memes também ajuda a aproximar o estudante da discussão sobre a cidadania por ser uma linguagem presente nas redes sociais.

 “O meme trabalha com a ironia, o pensamento crítico, sempre contextualizando com a atualidade e a polêmica. A partir de uma mistura da imagem com o texto a gente consegue refletir sobre essas cenas. No espaço democrático, quando para para escutar e ler diferentes pontos de vistas, a gente também começa a querer contra-argumentar e estamos, assim, exercitando a nossa cidadania”, detalha.