O patrono da Academia Brasileira de Letras, Machado de Assis, o autor de O Guarani, José de Alencar e Lima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma estão ao alcance do olhar no campus, não em uma das estantes da biblioteca, mas nas paredes da rampa de acesso ao primeiro andar do bloco A, além de parte do corredor, já no pavimento superior. As informações sobre esses autores consagrados e novos da literatura brasileira e fragmentos de textos, presentes em suas obras, integram a mostra de cartazes dedicada à literatura clássica e afro-brasileira, iniciada nesta segunda-feira, 26 de fevereiro, e que se estenderá até o dia primeiro de março. A mostra faz parte do 3º Corredor Literário. 

   A professora de Português do campus, Bárbara Zaganelli, idealizadora da atividade, teve entre as suas referências para o trabalho a lei Lei 10.639 de 2003 - que estabelece obrigatoriedade  no ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras. Para Bárbara, porém, "o cumprimento da lei está longe de ocorrer no país". Ela detalha:

   - É preciso estimular os docentes no país à prática do ensino por meio de cursos e, principalmente, fornecer tempo para a preparação de aulas mais específicas com as de literatura afro-brasileira. É, de certa forma, um tema recente e precisa de conhecimento e estudo.  

A professora Bárbara Zaganelli e estudantes que participaram do projeto (Foto: Divulgação). 

 Pouco conhecidos - Em sala, a professora fez uma contextualização do assunto e estimulou os alunos a pensarem sobre os obstáculos na sociedade devido à cor de pele. “Os estudantes conseguiram fazer uma mostra de cartazes que extrapola o conteúdo em sala. Utilizaram a criatividade para incentivar a leitura de autores negros e combater o racismo ainda tão presente em nossas vidas”, explica ela. 

   O estudante Fabiano Francisco da Silva Júnior, do 2º ano do Curso Técnico Integrado ao Ensino Médio, é um dos participantes. Ele conta que a iniciativa o levou, juntamente com outros colegas, a pesquisar na biblioteca. “Foi muito importante ler a obra completa dos clássicos e não só os trechos. Cada grupo ficou responsável por um livro e, no final, compartilhamos tudo em sala”, explicou Fabiano. Os alunos perceberam que ainda se conhece pouco sobre autores negros no país. Mayara do Rosário Gomes, do 2º ano do Curso Técnico de Mecânica Integrado ao Ensino Médio, concorda e complementa: “E isso foi muito interessante porque motivou ainda mais o nosso estudo”.

 Leitores são convidados a revelar, em papeizinhos disponibilizados na mostra, “Qual livro mudou a sua vida?” . As informações serão usadas em futuro artigo científico (Foto: Antonio Barros/Ascom).  

   No dia 07 de março, de 7h às 9h, a atividade será culminada com um encontro reunindo os professores e pesquisadores do IFF Adriano Moura, Bárbara Zaganelli, Érica Luciana Silva, Fábio Siqueira e Priscila Monken, em uma discussão sobre os autores negros pela perspectiva da História, Literatura, Português e Redação. O tema é “A Literatura de mãos dadas com a interdisciplinaridade”.

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