Estudantes do Curso Preparatório Popular Goitacá, do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Campos Centro, participaram de um aulão na Universidade Federal do ABC (UFABC), no sábado, 18 de outubro.

 O evento teve as participações do Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros Camilo Santana (Educação) e Fernando Haddad (Fazenda) que anunciaram mais R$ 100 milhões de investimentos nos cursinhos populares no Brasil até o ano que vem.

 A ação foi promovida pela Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP) da qual o Curso Preparatório Popular Goitacá faz parte. O grupo, composto por 54 pessoas, entre estudantes, responsáveis e professores, saiu de Campos, na sexta-feira. Além do aulão que debateu prováveis questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os alunos conheceram os laboratórios de Engenharia Aeroespacial e o de Engenharia Biomédica.

 O Curso Preparatório Popular Goitacá oferece aulas gratuitas a estudantes de escolas públicas que desejam fazer as provas do Processo Seletivo e do Vestibular do IFF e do Enem.

 A estudante da turma de Pré-Enem Katiane da Silva, de 18 anos, que pretende cursar Engenharia Civil ou Psicologia, ficou impressionada ao se deparar com um cérebro humano disponível no laboratório. “A viagem foi muito boa. A visita ao laboratório foi muito interessante, porque a gente descobriu várias coisas que a gente não sabia. Lá, tinha um cérebro realmente humano!”, relembra.

 Já Matheus Freitas vai fazer o Processo Seletivo do IFF e escolheu o Curso Técnico de Automação Industrial. “ A viagem foi bem interessante. A faculdade lá é bem interessante.”

Diminuição de desigualdades sociais — Coordenadora do curso, Emanuela Sodré afirma que a política pública dos cursinhos populares é fundamental para melhorar o desempenho dos alunos socialmente desfavorecidos.

 “Os cursinhos populares também focam na construção de relações professor-aluno baseadas no acolhimento, na produção de vínculo, na promoção de saúde e na construção de sentidos. Se baseiam na construção de um ensino que dialogue e procure com os estudantes produzir compreensões do mundo, sobre sua condição, construindo junto ao estudante perspectivas de futuro e ampliação do seu repertório de entendimento sobre a vida e a importância dos estudos”, analisa.

 Sodré afirma ainda que os cursinhos populares precisam potencializar o interesse que o estudante tem por determinada área do conhecimento e estimular os debates de temas sociais. “ E fundamentalmente, por meio das Oficinas de Cultura e Cidadania, eles conseguem construir entendimentos sobre a complexidade das problemáticas da vida, de suas próprias vidas, tais como racismo, machismo, saúde mental, educação pública, preconceitos, favorecendo desse modo, a produção de sentido para estudar, entendendo a complexidade do mundo e possibilitando-os a se situarem nesse contexto, de forma mais solidária e promovendo o bem comum.”