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Estudo avalia nível de degradação e compara a capacidade de infiltração da água em áreas de pastagens

por Vitor Carletti / Assessoria de Comunicação do Campus Campos Centro publicado 13/12/2024 09h04, última modificação 18/12/2024 13h04
A defesa da 7ª tese do doutorado AmbHidro, elaborada por André Tavares, vai acontecer nesta sexta-feira, 13 de dezembro, no IFF Campos Centro.
Pesquisa avalia degradação do solo em áreas de pastagens

O estudante e pesquisador do doutorado AmbHidro André Tavares em trabalho de campo.Foto: Acervo pessoal/ André Tavares

 A pesquisa “Influência do manejo de pastagens na dinâmica hídrica do solo em áreas degradadas” concluiu que a retirada periódica do gado aumentou em até 30% a capacidade de o solo absorver e reter a água da chuva.

 A tese de doutorado será apresentada à banca examinadora na sexta-feira, 13 de dezembro, às 14h, no Bloco G do Instituto Federal Fluminense Campus Campos Centro.

 O estudo é de autoria do pesquisador André Tavares e foi desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Modelagem e Tecnologia para Meio Ambiente Aplicadas em Recursos Hídricos (AmbHidro) do IFFluminense.

 A pesquisa propôs soluções para as áreas de pastagens degradadas na Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana. Tavares afirmou que cerca de 62% da região é composta por áreas de pastagens, sendo que 75% delas estão degradadas. O pesquisador utilizou dados do Atlas das Pastagens desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

 Para medir e comparar a capacidade de infiltração da água no solo em duas áreas do município de Conceição de Macabu, uma que estava degradada e outra após a retirada do gado, o pesquisador utilizou sensores e coletou dados durante dois anos.

 “O experimento de campo e o monitoramento por sensores levaram dois anos e concluíram que a retirada periódica do gado aumentou a capacidade de infiltração e de retenção da água no solo”, disse.

 Tavares detalhou que o experimento não utilizou insumos externos, mas ressaltou que os dados variam conforme as estações do ano em que há período de seca durante o inverno e de chuvas no verão.

 “Foi implementado um manejo da pastagem considerando a altura de pastejo recomendada pela Embrapa, sem utilizar adubação. A umidade do solo foi monitorada na parcela manejada e na parcela degradada. Os resultados indicam que o manejo da pastagem aumentou a capacidade de infiltração estável de valores próximos à 43mm/h para valores acima de 97mm/h. Também foram gerados parâmetros de modelagem hidrológica específicos para as duas condições da pastagem”, analisa.

Orientadores — A pesquisa foi orientada pelos professores Elias Fernandes de Sousa  e Vicente de Paulo Santos de Oliveira (IFF).

 Sousa, que é professor da Universidade Estadual Norte Fluminense (Uenf), afirma que nas regiões norte e noroeste fluminenses estão 80% das áreas degradadas de todo o Estado do Rio de Janeiro. “Desta forma, este estudo desenvolveu tecnologias de medição da dinâmica da água no solo e avaliou o impacto do manejo adequado das pastagens na conservação dos recursos hídricos. Como conclusão, foi possível destacar que uma mudança na forma de manejo das pastagens, acessível ao produtor rural, pode-se mitigar substancialmente os efeitos deletérios de uma pastagem degradada", analisa.

 “ A pesquisa mostrou que um sistema de rodízio de pastagem manejada protege o solo, favorece a infiltração de água no solo e, portanto, é um tipo de prática sustentável. Como consequência, pode gerar mais receita para o produtor rural, porque não haverá degradação das terras de sua propriedade”, afirma Vicente.

 Além dos orientadores, a banca examinadora será composta por Jader Lugon, David Costa, ambos do AmbHidro, Cláudio Marciano (Uenf) e Roberto Cecílio, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).