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DESAFIOS DO ENSINO
I Congresso de Educação do Núcleo Pólis vai debater legado de Paulo Freire, inclusão e ensino remoto
O evento online será transmitido pelo canal do Núcleo de Imagens do IFF Campos Centro no Youtube de 26 a 28 de outubro.Arte: Raphaella Cordeiro
A pandemia da Covid-19 impôs o isolamento social e escancarou ainda mais desigualdades sociais históricas que desestimulam estudantes a continuar os estudos ou a ingressar em uma instituição de ensino no Brasil. É neste contexto que o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais e Formação Docente - Pólis, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF) Campus Campos Centro, vai realizar de 26 a 28 de outubro o I Congresso de Educação do Núcleo Pólis.
O evento online cujo tema “Diálogos docentes: a educação como resistência irá debater em seis grupos de trabalho o uso de tecnologias digitais, ensino remoto, formação dos professores, políticas e gestão da educação, inclusão e diversidade e o legado do educador Paulo Freire para o ensino no País. O filósofo, que é uma das maiores referências na área educacional, completaria 100 anos de vida no dia 19 de setembro.
O congresso quer estimular o debate sobre a atual situação da educação brasileira que enfrenta dificuldades para se desenvolver devido à pandemia e à adoção do ensino remoto. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – (Pnad), realizada, em 2019, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 4,3 milhões de estudantes não tinham acesso à internet por razões econômicas ou indisponibilidade do serviço, sendo que 4,1 milhões eram alunos de escolas públicas.
Membro da coordenação do evento, a professora Roselene do Nascimento disse que não há como medir a longo prazo as consequências da pandemia para o ensino, mas que os índices de evasão aumentaram no período.
“A pandemia afetou as práticas educativas e a organização escolar, na medida em que trouxe a necessidade de repensar os modos de ensinar e aprender; ao mesmo tempo, tem descortinado as desigualdades sociais e educacionais históricas de nosso país, com décadas de desinvestimento na escola pública, acentuado, em variados contextos, a precarização do trabalho dos professores e sido objeto de investidas privatistas e economicistas de conglomerados educacionais e empresas que visam a ampliar suas ações e lucratividade a partir da oferta de serviços e ferramentas tecnológicas para o ensino”, analisa.
A professora disse que o uso de aparelhos conectados à internet tem aberto novas formas de aprendizagens, mas faz uma ressalva. “Contudo, vale salientar que as tecnologias, por si só, não são suficientes para "modernizar" o ensino e tampouco são garantia de êxito para o alunado. Entendemos que o papel do professor, frente a uma sociedade extremamente tecnológica em que o fluxo de informações, factuais ou não, ocorre em ritmo acelerado, é contribuir para a organização desses dados, sua análise crítica e o estabelecimento de correlações destes com os conteúdos escolares, a fim de tornar as tecnologias aliadas da construção qualificada do conhecimento”, afirma.
Participação - O I Congresso de Educação do Núcleo Pólis é aberto a toda a comunidade acadêmica e terá a participação de pesquisadores das universidades federais do Espírito Santo (Ufes), Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade de Brasília (Unb), da Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Estácio de Sá (Unesa). Todas as informações sobre os grupos de trabalho podem acessadas AQUI.