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Estudantes participam de palestra sobre trabalho infantil

por Nicoly Pacheco/Assessoria de Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 25/06/2025 17h06, última modificação 25/06/2025 17h06
Colaboradores: Nicoly Pacheco é bolsista do projeto Vivência do texto jornalístico na Ascom - Projeto integrante da Bolsa de Desenvolvimento Acadêmico e Apoio Tecnológico
O papel da sociedade e da escola no enfrentamento dessa prática foi um dos temas.
Trabalho Infantil

A assistente social Renata Amaral (Foto: Nicoly Pacheco/Ascom).

   “A gente não é contra o trabalho para adolescentes, mas é contra o trabalho exploratório, que está na contramão do que a legislação impõe”. Esse é um dos pontos abordados pela assistente social Renata Amaral durante palestra, realizada no dia 23 de junho, no IFF Campos Centro, em que se discutiram os impactos do trabalho infantil e os desafios no enfrentamento dessa violação de direitos. A profissional do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) de Campos dos Goytacazes foi a convidada do professor Roberto Silva, que trata do tema em suas aulas de Saúde, Meio Ambiente e Segurança. Participaram estudantes dos cursos de Automação Industrial e Informática. A Assessoria de Comunicação Social (Ascom) conversou com Renata sobre a exploração de menores e o desafio colocado para a sociedade. 

   Assessoria de Comunicação Social (Ascom) - De que forma a sociedade civil pode contribuir efetivamente para combater essa realidade?

Renata Amaral - A sociedade precisa parar de alimentar o trabalho infantil. Não adianta comprar doces dessas crianças, porque isso não modifica a vida delas. Pelo contrário, isso só perpetua essa prática. Quando se trata de menores de idade pedindo dinheiro o nosso lado humanitário fala mais alto, porém, o que parece ser uma ação solidária nada mais é do que a manutenção daquela forma de trabalho infantil. A sociedade precisa entender que esse trabalho se enquadra como exploração, e a criança está exposta a vários tipos de risco estando nas ruas, então, não se deve comprar.

Ascom - Existe algum avanço recente nas políticas públicas de combate ao trabalho infantil?

Renata - Acho que um dos maiores avanços que nós tivemos, referente à nossa realidade, é que todo ano a gente identifica um número menor de famílias nas ruas. E isso é resultado de um trabalho de proteção social que envolve o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), e uma série de programas e políticas que são geridos pela Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social.

Ascom - Tem de mudar o paradigma?

Renata - "Não é para encarar a retirada dessas crianças como uma higienização das ruas, e sim, como uma modificação de vida, visando uma quebra de paradigma e desconstrução de muita coisa que é cultural, principalmente dentro de uma realidade municipal que vem da cana-de-açúcar, um trabalho muito pesado. Precisamos mostrar alternativas e que existe um trabalho que é protegido. A gente não é contra o trabalho para adolescentes, nós combatemos o trabalho que é exploratório, que está completamente na contramão do que a legislação impõe.

Ascom - Qual a importância dos estudantes estarem por dentro desse assunto?

Renata - É um público voltado na faixa etária principal que o trabalho atende, então é importante que eles entendam a necessidade de estarem estudando, se preparando para o mercado de trabalho que tem que ser posterior à vida escolar. E um trabalho que não é protegido pela legislação acaba sendo maléfico para a formação enquanto cidadão.

Opiniões de estudantes

Mariá Apolinário, do curso técnico em Informática - "O trabalho infantil afeta bastante a educação, porque a criança deve ir pra escola, aprender, e no futuro conseguir um trabalho. Mas assim que ela consegue um trabalho prematuramente, ela não consegue se desenvolver intelectualmente.

Anna Danielle Nogueira, de Automação Industrial: relatou que palestras como essa em um espaço escolar ajudam o estudante a perceber situações de exploração vividas por colegas ou por eles mesmos. E que a partir dessa percepção fica mais fácil dialogar sobre o que está acontecendo.

João Vitor Gusmão, Automação - “Se a gente não fala sobre, o assunto acaba sendo invisibilizado, e com isso, acaba não sendo tratado e isso não é bom.”

Os contatos da PETI de Campos dos Goytacazes são um email e um número telefônico, DPSE.PETICAMPOS@GMAIL.COM; (22) 98147-0119, respectivamente. Há também o disque denúncia de número 100.

O professor Roberto Silva (E) e integrantes do Programa de Erradiação do Trabalho Infantil (PETI).  Estudantes do IFF Campos Centro, integrantes do PETI Campos e o professor Roberto Silva (camisa azul) Foto: Nicoly Pacheco/Ascom.

O professor Roberto Silva (E), integrantes do PETI e os estudantes do campus (Foto: Nicoly Pacheco/Ascom)